domingo, 2 de novembro de 2014

IDE VÓS TAMBÉM PARA A MINHA VINHA

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«IDE VÓS TAMBÉM PARA A MINHA VINHA


Os trabalhadores da vinha - 1«Com efeito, o Reino do Céu é semelhante a um proprietário que saiu ao romper da manhã, a fim de contratar trabalhadores para a sua vinha. 2Ajustou com eles um denário por dia e enviou-os para a sua vinha. 3Saiu depois pelas nove horas, viu outros na praça, que estavam sem trabalho, 4e disse-lhes: ‘Ide também para a minha vinha e tereis o salário que for justo.’ 5E eles foram. Saiu de novo por volta do meio-dia e das três da tarde, e fez o mesmo. 6Saindo pelas cinco da tarde, encontrou ainda outros que ali estavam e disse-lhes: ‘Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’ 7Responderam-lhe: ‘É que ninguém nos contratou.’ Ele disse-lhes: ‘Ide também para a minha vinha.’


8Ao entardecer, o dono da vinha disse ao capataz: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até aos primeiros.’ 9Vieram os das cinco da tarde e receberam um denário cada um. 10Vieram, por seu turno, os primeiros e julgaram que iam receber mais, mas receberam, também eles, um denário cada um. 11 Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo: 12 ‘Estes últimos só trabalharam uma hora e deste-lhes a mesma paga que a nós, que suportámos o cansaço do dia e o seu calor.’ 13O proprietário respondeu a um deles: ‘Em nada te prejudico, meu amigo. Não foi um denário que nós ajustámos? 14Leva, então, o que te é devido e segue o teu caminho, pois eu quero dar a este último tanto como a ti. 15Ou não me será permitido dispor dos meus bens como eu entender? Será que tens inveja por eu ser bom?’


16Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos. Porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos.»” (Mat.20,1-16)


Do Livro da vida:


D. Luís de Castro, bispo de Colômbia, compara o panorama missionário da Igreja a um campo de futebol, onde há os jogadores e a assistência. Antes do Concílio, quem jogava eram os missionários; o povo de Deus apoiava e ajudava com orações, esmolas, sacrifícios e vocações. O Vaticano II veio inverter os papéis: quem joga é todo o povo de Deus, todo ele é missionário. Os missionários propriamente ditos são os que apoiam, animam e ajudam o povo de Deus a viver a sua vocação missionária. O primeiro milénio foi sobretudo o milénio dos monges e religiosos; o segundo, o do clero; o terceiro será certamente o milénio dos leigos.


1. “ O Reino de Deus é semelhante a um proprietário que saiu muito cedo, a contratar trabalhadores para a vinha. Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os para a vinha” (1-2)


A Palestina do tempo de Jesus era uma região de pastores e agricultores. Abundavam os prados, os campos e as vinhas. Os grandes senhores, em geral viviam na Judeia e possuíam as suas quintas na Galileia, como os grandes proprietários do Alentejo que têm a sua residência em Lisboa. Um feitor orientava os trabalhadores da quinta. Todas as manhãs, as pessoas que não tinham trabalho iam para a praça pública, esperando que alguém os contratasse para trabalhar.


Para falar dos valores do reino do céu, Jesus recorre muitas vezes a parábolas com imagens da vida pastoril e agrícola, que eram as imagens que o povo entendia. Ao ouvir falar  Jesus do seu reino, o povo reconhecia-se nos seus campos, nas suas lavras e na vida de todos os dias. O reino de Deus era algo que acontecia na história das suas vidas.


A vinha é uma das imagens de que Jesus se serve para revelar alguns aspectos do seu Reino. Numa dessas parábolas, Jesus coloca diante de nós o seu reino como se fosse uma grande vinha que precisa de trabalhadores para ser cultivada. A vinha, explica o Senhor, é o mundo inteiro com os seus problemas, as suas angústias e as suas esperanças; e os trabalhadores são todos os fiéis leigos, que, pelo Baptismo, são convidados a trabalhar e a cultivar esta vinha. Pelo Baptismo, cada um de nós é assalariado para essa vinha.


2.Ao sair pelas nove horas da manhã viu outros que estavam ociosos e disse-lhes: Ide vós também para a minha vinha”(3-4)


O convite do Senhor acompanha toda a história da humanidade: ele dirige-se a todo homem que vem a este mundo. É um convite para todas as horas e todos os tempos. Não são apenas os bispos, os padres e os religiosos que são chamados a ser vinhateiros: são todos os baptizados. Ninguém chega à vida por acaso, como náufrago à praia. Todos nascem por um dom único de Deus. Deus revê-se em cada um dos seus filhos. Pelo Baptismo, cada um, pela boca dos pais e dos padrinhos, diz sim a Deus e torna-se um operário assalariado do seu Reino.


Foi este chamamento de Deus que fez de todos os santos ao longo da história: os santos já do Antigo Testamento que prepararam a vinda do Senhor e são os operários da primeira hora; Maria e os santos do Evangelho que deram um berço, uma terra e um amparo a Jesus e foram eles que plantaram a vinha de raiz; os apóstolos que seguiram e o anunciaram por todo o mundo; os mártires de todas as épocas que deram a vida a para O anunciarem ; os monges e religiosos que deixaram o mundo e se refugiaram no silêncio dos conventos e na contemplação; os missionários que deixaram as suas famílias para O levarem a todas as distâncias; os cristãos que na simplicidade das suas vidas procuraram ser féis à graça de Deus e viver as bem-aventuranças do reino.


O reino de Deus é uma vinha imensa de profetas, santos, mártires, missionários e cristãos anónimos: todos são chamados à santidade e a construir o reino de Deus.   (…)


3.O convite aos cristãos de hoje


Este convite de Jesus e a resposta dos cristãos manifestam-se hoje de muitas maneiras. João Paulo II lembra-nos, na Exortação Pastoral “Vocação e Missão dos Leigos na Igreja e no Mundo” alguns espaços mais significativos da vinha do Senhor do nosso tempo:
-a participação activa dos cristãos na liturgia e na vida da Igreja;
-o anúncio da Palavra de Deus e a catequese cada vez mais conscientes;
-a multiplicidade de serviços e de tarefas confiadas aos leigos e por eles assumidas;
-o radioso florescimento de grupos, associações e movimentos de espiritualidade e apostolado;
-a participação cada vez maior e mais significativa das mulheres na vida da Igreja e na sociedade civil;
-os novos ministérios laicais como de assistência às pessoas de idade, o cuidado dos doentes, o serviço da hospitalidade e o acolhimento aos marginalizados, assistência às pessoas em dificuldade, a administração dos bens da igreja, etc.
-as diversas formas de voluntariado e colaboração missionária, como os associados a uma congregação religiosa, os missionários leigos, etc.
-as equipas de animação de uma comunidade como equipa pastoral, a equipa vocacional, a equipa litúrgica, a equipa missionária, a equipa de promoção social.
O concílio Vaticano II ajudou-nos a descobrir a vocação dos Leigos na Igreja de hoje e o seu papel na construção deste reino de Deus. (…)»


“ Retirado do Livro: «O LEIGO VOCAÇÃO PARA A MISSÃO» de Adélio Torres Neiva-Missionários do Espírito Santo-L.I.A.M-1º Tema

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