terça-feira, 24 de dezembro de 2013

NATAL


  
<<No princípio era o Verbo
e o Verbo estava com Deus
e o Verbo era Deus.
No princípio, Ele estava com Deus.
Tudo se fez por meio d’Ele
e sem Ele nada foi feito.
N’Ele estava a vida
e a vida era a luz dos homens.
 
A luz brilha nas trevas
e as trevas não a receberam.
O Verbo era a luz verdadeira
que, vindo ao mundo,
ilumina todo o homem.
Estava no mundo
e o mundo, que foi feito por Ele, não o conheceu.
Veio para o que era seu
e os seus não O receberam.
Mas, àqueles que o receberam e acreditaram no seu nome,
Deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram do sangue,
nem da vontade da carne,
nem da vontade do homem,
mas de Deus.
 
E o Verbo fez-se carne
e habitou entre nós.
Nós vimos a sua glória,
glória que lhe vem do Pai,
como Filho Unigénito,
cheio de graça e de verdade.>>
(Jo1, 1-5.9-14)
 
 
<< No Natal festejamos um triplo nascimento. […] O primeiro e mais sublime nascimento é o do Filho único, gerado pelo Pai celeste na essência divina, na distinção de Pessoas. O segundo nascimento foi o que aconteceu de uma mãe que, na sua fecundidade, manteve a pureza absoluta da sua castidade virginal. O terceiro é aquele pelo qual, todos os dias e a toda a hora, Deus nasce em verdade, espiritualmente, pela graça do amor, numa alma boa. […]

Para este terceiro nascimento, não deve haver em nós senão uma procura simples e pura de Deus, sem mais nenhum desejo de ter como próprio seja o que for […], com a vontade única de Lhe pertencer, de Lhe dar lugar da forma mais elevada e mais íntima, para que Ele possa realizar a Sua obra e nascer em nós sem Lhe colocarmos qualquer obstáculo. […] É por isso que Santo Agostinho nos diz: «Esvazia-te para que possas ser preenchido; sai para que possas entrar» e ainda: «Alma nobre, nobre criatura, porque procuras fora de ti o que está em ti todo inteiro, da maneira mais verdadeira e mais manifesta? E, uma vez que és participante da natureza divina, que te importam as coisas criadas e que fazes tu com elas?» Se o homem preparasse assim um lugar dentro de si mesmo, Deus ver-Se-ia, sem qualquer dúvida, obrigado a preenchê-lo completamente; se não, o céu romper-se-ia se fosse preciso para preencher esse vazio. Deus não pode deixar as coisas vazias; seria contrário à Sua natureza, à Sua justiça.

É por isso que te deves calar; então o Verbo desse nascimento, a Palavra de Deus, poderá ser pronunciada em ti e tu poderás ouvi-la. Mas tens de compreender que, se tu queres falar, Ele tem de Se calar. A melhor maneira de servir o Verbo é calar e ouvir. Se, portanto, saíres completamente de ti mesmo, Deus entrará por inteiro em ti; na medida em que saíres, Ele entrará, nem mais nem menos.>>


“Do Evangelho Quotidiano de 19-12-2013-<<Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano de Estrasburgo Sermão para o Natal>>”

Um Santo Natal. Que o Menino Jesus nasça e permaneça nos nossos corações para O podermos apresentar aos outros com alegria e verdade!

São os votos  sinceros do Blog “Catequese Missionária”

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Ternura de Santo António para com o Menino Jesus



" Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.... Pensa nuns olhos limpos, que vêem as coisas com o encantamento do Criador, e nas pessoas sem espírito de desejo ou posse. Pois bem, só quem for assim há-de ver a Deus! Mas não subas já para o Céu... Ver a Deus aqui na terra! Esse Deus que deixou na criação a marca da Sua beleza, da Sua harmonia, da Sua omnipotência na fragilidade, esse Deus que se fez Menino.
António, nos últimos dias da sua vida em Camposampiero, teve a visão do Menino Jesus. Depois de uma vida passada vendo Deus nos irmãos pobres e desprotegidos, teve o prémio de o ter nos braços. Neste sentido, António é um perfeito discípulo de S. Francisco, que amou fortemente a humanidade e fragilidade de Deus.
Existe em Camposampiero, situada dentro da igreja de S. João Baptista, pertencente aos Frades Menores Conventuais, uma cela, dita cela da visão, parte integrante do convento e agora meta de peregrinações. Foi ali que Santo António teve a visão do Menino Jesus. A fonte mais antiga que nos relata o milagre é o liber miraculorum.
O Santo está na cidade, para um período de pregação. Um devoto oferece hospitalidade. Provavelmente, para ir ao encontro do hóspede excepcional, o homem aproxima-se do quarto, onde dorme Santo António. E, quando olha através da janela, vê entre os braços de Santo António um menino de extraordinária beleza. Entre a criança e Santo António entrelaçam-se gestos comoventes de ternura. O benfeitor, quase como prémio da sua cortesia, alegra-se com a maravilhosa visão. Só depois da morte de Santo António o piedoso homem confessa este milagre (provavelmente trata-se do conde Tiso VI de Camposampiero). A pequena cela estava situado no pequeno ermo que o conde Tiso tinha oferecido aos frades. A mesma Assídua - a primeira biografia de Santo António - diz que, morrendo, Santo António exclamou: Vejo o meu Senhor.
O nosso Deus, que deixou no homem a imagem do Seu amor, da Sua inteligência e da Sua liberdade, da Sua gratuidade e comunhão, quis gratificar Santo António com a Sua presença, apresentando-se na fragilidade e simplicidade de uma criança, exactamente como António o tinha servido nos irmãos. Só aquele que se tornar criança terá a visão de Deus, face a face, sem espelhos e sem disfarces.
Neste lugar, os peregrinos portugueses, visivelmente comovidos, repensaram nos tempos da sua própria infância e da própria inocência. Nos ouvidos ecoavam as palavras do Santo: O Menino não conhece a malícia do mundo; não sabe pecar, não faz mal ao próximo; não mantém ira; a ninguém odeia; não admira a glória deste mundo; não faz escolha de pessoas.”
<<Frei João Sartori-Mensageiro de Santo António>>

sábado, 23 de novembro de 2013

PAPA FRANCISCO-AUDIÊNCIA GERAL

 
 
PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 20 de Novembro de 2013 
 

Caros irmãos e irmãs, bom dia!
Na quarta-feira passada falei sobre a remissão dos pecados, referida de modo especial ao Baptismo. Hoje aprofundamos o tema da remissão dos pecados, mas em referência ao chamado «poder das chaves», que é um símbolo bíblico da missão que Jesus confiou aos Apóstolos.

Antes de tudo, devemos recordar que o protagonista do perdão dos pecados é o Espírito Santo. Na sua primeira aparição aos Apóstolos, no Cenáculo, Jesus ressuscitado fez o gesto de soprar sobre eles, dizendo: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos» (Jo 20, 22-23). Transfigurado no seu corpo, Jesus já é o homem novo, que oferece os dons pascais, fruto da sua morte e ressurreição. Quais são estes dons? A paz, a alegria, o perdão dos pecados e a missão, mas sobretudo o Espírito Santo, que é fonte de tudo isto. O sopro de Jesus, acompanhado pelas palavras com as quais comunica o Espírito, indica a transmissão da vida, a vida nova regenerada pelo perdão.

Mas antes de fazer o gesto se soprar e conceder o Espírito, Jesus mostra as suas chagas, nas mãos e no lado: essas feridas representam o preço da nossa salvação. O Espírito Santo concede-nos o perdão de Deus, «passando através» das chagas de Jesus. As feridas que Ele quis conservar; também neste momento, no Céu, Ele mostra ao Pai as chagas com as quais nos resgatou. Em virtude destas feridas, os nossos pecados são perdoados: assim Jesus ofereceu a sua vida pela nossa paz, pela nossa alegria, pelo dom da graça na nossa alma, pelo perdão dos nossos pecados. É muito bom contemplar Jesus assim!

Consideremos o segundo elemento: Jesus concede aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados. É um pouco difícil compreender como um homem pode perdoar os pecados, mas Jesus confere este poder. A Igreja é depositária do poder das chaves, de abrir ou fechar ao perdão. Na sua misericórdia soberana, Deus perdoa cada homem, mas Ele mesmo quis que quantos pertencem a Cristo e à Igreja recebam o perdão mediante os ministros da Comunidade. Através do ministério apostólico, a misericórdia de Deus alcança-me, as minhas culpas são-me perdoadas e é-me conferida a alegria.

Deste modo, Jesus chama a viver a reconciliação também na dimensão eclesial, comunitária. E isto é muito bom! A Igreja, que é santa e ao mesmo tempo carente de penitência, acompanha o nosso caminho de conversão durante a vida inteira. A Igreja não é senhora do poder das chaves, mas é serva do ministério da misericórdia e rejubila todas as vezes que pode oferecer este dom divino.

Talvez muitas pessoas não compreendam a dimensão eclesial do perdão, porque predominam sempre o individualismo e o subjectivismo, e até nós cristãos sentimos isto. Sem dúvida, Deus perdoa cada pecador arrependido, pessoalmente, mas o cristão está unido a Cristo, e Cristo à Igreja. Para nós cristãos há um dom a mais, há sempre um compromisso a mais: passar humildemente através do ministério eclesial. Devemos valorizá-lo; é uma dádiva, uma atenção, uma salvaguarda e também a certeza de que Deus me perdoou. Vou ter com o irmão sacerdote e digo: «Padre, cometi isto...». E ele responde: «Mas eu perdoo-te; Deus perdoa-te!». Naquele momento, estou convicto de que Deus me perdoou! E isto é bom, é ter a segurança que Deus nos perdoa sempre, nunca se cansa de perdoar. E não devemos cansar-nos de ir pedir perdão. Podemos ter vergonha de confessar os nossos pecados, mas as nossas mães e avós já diziam que é melhor corar uma vez do que empalidecer mil vezes. Coramos uma vez, mas os pecados são-nos perdoados e vamos em frente.

Enfim, um último ponto: o sacerdote, instrumento para o perdão dos pecados. O perdão de Deus, que nos é concedido na Igreja, é-nos transmitido mediante o ministério do nosso irmão, o sacerdote; também ele, um homem que como nós precisa de misericórdia, se torna verdadeiramente instrumento de misericórdia, comunicando-nos o amor ilimitado de Deus Pai. Inclusive os presbíteros e os Bispos devem confessar-se: todos nós somos pecadores. Também o Papa se confessa a cada quinze dias, porque inclusive o Papa é pecador. O confessor ouve os pecados que lhe confesso, aconselha-me e perdoa-me, porque todos nós precisamos deste perdão. Às vezes ouvimos certas pessoas afirmar que se confessam directamente com Deus... Sim, como eu dizia antes, Deus ouve sempre, mas no sacramento da Reconciliação envia um irmão a trazer-nos o perdão, a segurança do perdão em nome da Igreja.

O serviço que o sacerdote presta como ministro, por parte de Deus, para perdoar os pecados é muito delicado e exige que o seu coração esteja em paz, que o presbítero tenha o coração em paz; que não maltrate os fiéis, mas que seja manso, benévolo e misericordioso; que saiba semear esperança nos corações e sobretudo que esteja consciente de que o irmão ou a irmã que se aproxima do sacramento da Reconciliação procura o perdão, e fá-lo como as numerosas pessoas que se aproximavam de Jesus para serem curadas. O sacerdote que não tiver esta disposição de espírito é melhor que, enquanto não se corrigir, não administre este Sacramento. Os fiéis penitentes têm o direito, todos os fiéis têm o direito de encontrar nos sacerdotes servidores do perdão de Deus.

Caros irmãos, como membros da Igreja estamos conscientes da beleza desta dádiva que o próprio Deus nos concede? Sentimos a alegria deste esmero, desta atenção materna que a Igreja tem por nós? Sabemos valorizá-la com simplicidade e assiduidade? Não esqueçamos que Deus nunca se cansa de nos perdoar; mediante o ministério do sacerdote, Ele aperta-nos num novo abraço que nos regenera e nos permite erguer-se de novo e retomar o caminho. Porque esta é a nossa vida: devemos erguer-nos sempre de novo e retomar o caminho!

domingo, 17 de novembro de 2013

Santidade uma meta para todos…



Ser cristão e não querer ser santo faz sentido? (...) Ser cristão, e não desejar que todos sejam santos é aceitável? (...) Obviamente que não. A “Santidade” é o “máximo” e o “mínimo” de todos os cristãos. É o “máximo” porque bem sabemos que Santo só  é o Senhor que nos criou, seu Filho que nos remiu e o Espirito Santo que nos santifica. A  Santidade plena não é atingida por nós, mas é um “mínimo”, uma exigência, porque tudo devemos fazer para imitar Jesus, tudo devemos fazer para que a vontade de Deus seja cumprida em nós próprios e em todos.
 
Pelo Batismo nos tornamos em novas criaturas, santos  do Santo. Em primeiro lugar, é pela Graça de Deus que somos santos, é iniciativa de Deus,  uma oferta, um dom precioso, foi Jesus que nos ofereceu a sua Vida; mas também é verdade que nos compete aceitar ou não essa Oferta, essa Entrega total. "Amor com amor se paga", diz o ditado, e daí nasce a questão: -sou grato ou ingrato? Quero ser santo ou não?
 
É cristão o peregrino que caminha para a santidade. Ainda que, por vezes, seja ingrato para com Jesus, ele sabe que só é feliz louvando o Senhor para  sempre. Ninguém se justifica sozinho, foi Ele que nos resgatou e nos branqueou com o Seu Sangue. Jesus detesta o pecado  mas muito amou e ama o pecador: Há muito que nos resgatou(…). O Pai também ama os filhos que andaram por caminhos errados . Ainda sem cada um destes filhos  o saber, o Pai  já o esperava e tinha guardado para ele aquele abraço, que, sem palavras, tudo cura e perdoa. E então faz-se a festa, mata-se o vitelo gordo, a alegria nasce de novo.
 
O cristão procura a Verdade que é o Verbo Encarnado que habitou entre nós (…) quem caminha com a Palavra de Deus e se vai convertendo a Ela, caminha na santidade. Quem vive com sinceridade os Sacramentos,  já experimenta a santidade e a alegria de ser santo na comunhão dos Santos.
Ser santo é aceitar ser criança de novo, confiando inteiramente no Pai.
                                                                                                                                                                                         (Diac. José Luís Leão)

<<Louvor ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro. A bênção, a glória, a sabedoria, a ação de graças, a honra, o poder e a força ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos.Amen.>>    
                                                              Ap7,10.12

sábado, 2 de novembro de 2013

DIA DE TODOS OS SANTOS


 
Eu, João, vi um Anjo que subia do Nascente, trazendo o selo do Deus vivo. Ele clamou em alta voz aos quatro Anjos a quem foi dado o poder de causar dano à terra e ao mar: <<Não causeis dano à terra nem ao mar, nem às árvores, até que tenhamos marcado na fronte os servos do nosso Deus>>.E ouvi o número dos que foram marcados: cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel. Depois disto, vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé, diante do trono e na presença do Cordeiro, vestidos com túnicas brancas e de palmas na mão. E clamavam em alta voz:<< A salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro>>. Todos os Anjos formavam círculo em volta do trono, dos Anciãos e dos quatro Seres Vivos. Prostraram-se diante do trono, de rosto por terra, e adoraram a Deus, dizendo:<< Amen! A bênção e a glória, a sabedoria e acção de graças, a honra, o poder e a força ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amen!>>. Um dos Anciãos tomou a palavra e disse-me:<< Esses  que estão vestidos de túnicas brancas, quem são e de onde vieram?. Eu respondi-lhe:<< Meu Senhor, vós é que sabeis>>. Ele disse-me: << São os que vieram da grande tribulação, os que lavaram as túnicas e as branquearam no Sangue do Cordeiro>>.  Ap 7, 2-4.9-14
 
“Numa visão misteriosa, tida em Patmos, João contemplou  a multidão inumerável dos eleitos, provenientes de Israel e de todos os povos da terra, marcados com a Cruz e purificados pelo Sangue do Cordeiro. O Apóstolo antevê o novo Povo de Deus, a Igreja, reunida em torno de Deus, na totalidade de seus filhos. Mas essa Igreja, reunida de todos os lugares, vai ainda hoje a caminho, dirigindo-se entre tribulações, para a liturgia celeste.” (Liturgia do dia de Todos os Santos)

domingo, 22 de setembro de 2013

A IGREJA VIVE E CRESCE ATRAVÉS DOS SACRAMENTOS

 
 
    Retirado de " Mensagens fundamentais do Evangelho-Organização de Padre Delfim Pires-MCP-Luxemburgo"- pag. (66 e 67)
 

domingo, 8 de setembro de 2013

Senhor eu creio que sois Cristo | J. Fernandes da Silva


Credo Domine | Hino oficial do Ano da Fé

 
«Não se trata de quanto se faz, do tamanho das tarefas. O que importa é o amor com que se faz»…«Qualquer ação , por pequena que seja, se torna infinita porque Deus é infinito, não há medida para Deus.»
«Aquela fome de Cristo na Cruz, a sede de Cristo na Cruz, nós a saciamos através do amor em ações. Como regra, isso começa através de um sorriso nos olhos, no rosto, no toque, na maneira como tocamos as pessoas. A maneira como se doa para as pessoas. Tudo isto é amor em ações. Dessa maneira as pessoas que têm contacto com as irmãs sentem essa  presença , esse toque, esse contacto com Cristo nas irmãs, e as irmãs sentem o contacto com Cristo, aliviando o sofrimento dos pobres.»

«Nós temos que encontrar sentido no trabalho que Deus nos reservou . Ele deu um dom especial a cada um de nós. Talvez eu só saiba descascar batatas, mas tenho que fazer isso da melhor maneira possível. Isso representa o meu amor por Deus em acções»


«Deus fala pelo silêncio no coração, quando O escutamos. E então, falamos com Deus  com todo o nosso coração. Primeiro  escutamos quando Deus fala. E, depois, falamos e Ele ouve. Essa conexão , essa oração, é a unidade com Deus. O fruto da oração é o aprofundamento da fé. O fruto  da Fé é o amor. E o fruto do amor é o serviço, e o fruto do serviço é a paz.»

«É por isso que precisamos de rezar! Para ter um coração limpo. Quando temos um coração limpo, podemos ver a Deus. E quando vemos a Deus, naturalmente começamos a amar uns aos outros. Isso significa que vemos , enxergamos , e depois nós damos nossas mãos para servir, e os nossos corações para amar. E isso, é o inicio da Santidade! »
«O Amor de Deus é infinito. É cheio de ternura, de misericórdia , de perdão, de bondade, de atenção. Não importa a cor a raça, a nacionalidade ou a religião. Hindus, Muçulmanos,  Judeus, Budistas, Comunistas, Cristãos. Qualquer homem, mulher ou criança, é um filho de Deus, do Criador, é imagem de Deus. E essa é a coisa mais linda de perceber, que fomos criados pela mesma Mão amorosa, que somos irmãos e irmãs. E essa ação de amor é a prova viva da presença de Cristo!»

"Palavras da Madre Teresa de Calcutá-Retiradas em 29.01.2015, Globo News no Youtube"

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O Martírio...


 

 
 
 

HOMILIA DO SANTO PADRE FRANCISCO

Praça de São Pedro
VII Domingo de Páscoa, 12 de Maio de 2013

 
Prezados irmãos e irmãs

Neste sétimo Domingo do Tempo de Páscoa reunimo-nos com alegria para celebrar uma festa da santidade. Demos graças a Deus que fez resplandecer a sua glória, a glória do Amor, sobre os Mártires de Otranto, sobre Madre Laura Montoya e sobre Madre María Guadalupe García Zavala. Saúdo todos vós que viestes para esta festa — da Itália, da Colômbia, do México e de muitos outros países — e agradeço-vos! Queremos olhar para os novos Santos à luz da Palavra de Deus há pouco proclamada. Uma Palavra que nos convidou à fidelidade a Cristo, inclusive até ao martírio; que chamou a nossa atenção para a urgência e a beleza de anunciar Cristo e o seu Evangelho a todos; e que nos falou do testemunho da caridade, sem a qual até o martírio e a missão perdem o seu saber cristão.

Quando nos falam do diácono Estêvão, o protomártir, os Actos dos Apóstolos insistem em dizer que ele era um homem «cheio de Espírito Santo» (6, 5; 7, 55). Que significa isto? Significa que estava cheio do Amor de Deus, que toda a sua pessoa, a sua vida, estava animada pelo Espírito de Cristo ressuscitado, a ponto de seguir Jesus com uma fidelidade total, até ao dom de si próprio.

Hoje a Igreja propõe à nossa veneração uma plêiade de mártires, que em 1480 foram chamados juntos ao testemunho supremo do Evangelho. Cerca de oitocentas pessoas, que sobreviveram ao cerco e à invasão de Otranto, foram decapitadas nos arredores daquela cidade. Rejeitaram negar a própria fé e morreram confessando Cristo ressuscitado. Onde encontraram a força para permanecer fiéis? Precisamente na fé, que nos leva a ver além dos limites do nosso olhar humano, além dos confins da vida terrena, que nos faz contemplar «os céus abertos» — como diz santo Estêvão — e o Cristo vivo à direita do Pai. Queridos amigos, conservemos a fé que recebemos e que constitui o nosso tesouro verdadeiro; renovemos a nossa fidelidade ao Senhor, até no meio dos obstáculos e das incompreensões; Deus nunca nos fará faltar força e serenidade. Enquanto veneramos os Mártires de Otranto, peçamos a Deus que ajude os numerosos cristãos que, precisamente nesta época e em muitas regiões do mundo, ainda hoje sofrem violências, e lhes dê a coragem da fidelidade e de responder ao mal com o bem.

A segunda ideia podemos tirá-la das palavras de Jesus, que ouvimos no Evangelho: «Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que pela sua palavra hão-de crer em mim. Para que todos sejam um só, assim como Tu, ó Pai, estás em mim e Eu em ti, para que também eles estejam em Nós e o mundo creia que tu me enviaste» (Jo 17, 20). Santa Laura Montoya foi um instrumento de evangelização, primeiro como mestra e depois como mãe espiritual dos indígenas, nos quais infundiu a esperança, acolhendo-os com este amor aprendido de Deus, e levando-os até Ele com uma pedagogia eficaz que respeitava a sua cultura e não se opunha a ela. Na sua obra de evangelização, Madre Laura fez-se verdadeiramente toda por todos, segundo a expressão de são Paulo (cf. 1 Cor 9, 22). Também hoje as suas filhas espirituais levam o Evangelho aos lugares mais recônditos e necessitados, como uma espécie de vanguarda da Igreja.

Esta primeira santa nascida na linda terra colombiana ensina-nos a ser generosos com Deus, a não viver a fé solitariamente — como se fosse possível viver a fé de modo isolado — mas a comunicá-la, a irradiar a alegria do Evangelho com a palavra e o testemunho de vida, onde quer que nos encontremos. Seja qual for o lugar onde vivemos, devemos irradiar esta vida do Evangelho. Ensina-nos a ver o rosto de Jesus reflectido no outro, a vencer a indiferença e o individualismo, que corrói as comunidades cristãs e o nosso próprio coração, e ensina-nos também a acolher todos sem preconceitos, sem discriminação nem reticências, com um amor autêntico, oferecendo-lhes o melhor de nós mesmos e, sobretudo, compartilhando com eles o que possuímos de mais precioso, que não são as nossas obras nem as nossas organizações, não! O que temos de mais valioso é Cristo e o seu Evangelho.

Por fim, uma terceira reflexão. No Evangelho de hoje, Jesus reza ao Pai com as seguintes palavras: «Dei-lhes a conhecer o Teu nome e dá-lo-ei a conhecer para que o amor com que me amaste esteja neles e Eu esteja neles também» (Jo 17, 26). A fidelidade dos mártires até à morte e a proclamação do Evangelho a todos enraízam-se, encontram a sua raiz, no amor de Deus que foi derramado nos noss0s corações pelo Espírito Santo (cf. Rm 5, 5) e no testemunho que devemos dar deste amor na nossa própria vida. Santa Guadalupe García Zavala sabia-o bem. Renunciando a uma vida cómoda — quantos danos causa a vida cómoda, o bem-estar! O aburguesamento do coração paralisa-nos — e renunciando a uma vida cómoda para seguir o chamamento de Jesus, ensinava a amar a pobreza, para poder amar em maior medida os pobres e os enfermos. Madre «Lupita» ajoelhava-se no chão do hospital diante dos doentes, dos abandonados, para os servir com ternura e compaixão. E isto chama-se «tocar a carne de Cristo». Os pobres, os abandonados, os enfermos e os marginalizados são a carne de Cristo. E Madre «Lupita» tocava a carne de Cristo, ensinando-nos este modo de agir: não nos devemos envergonhar, não devemos ter medo, não devemos sentir repugnância de «tocar a carne de Cristo». Madre «Lupita» tinha entendido o que significa este «tocar a carne de Cristo». Também hoje as suas filhas espirituais procuram reflectir o amor de Deus nas obras de caridade, sem evitar sacrifícios e enfrentando-os com mansidão e constância apostólica (hypomonē), suportando com coragem qualquer obstáculo.

Esta nova santa mexicana convida-nos a amar como Jesus nos amou, e isto exige que não nos fechemos em nós mesmos, nos nossos problemas, nas nossas ideias, nos nossos interesses, neste pequeno mundo que nos causa tantos danos, mas que saiamos para ir ao encontro de quantos precisam de atenção, de compreensão e de ajuda, para lhes levar a proximidade calorosa do amor de Deus através de gestos concretos de delicadeza, de carinho sincero e de amor.

Fidelidade a Cristo e ao seu Evangelho, para o anunciar com a palavra e com a vida, dando testemunho do amor de Deus através do nosso amor, com a nossa caridade para com todos: são exemplos e ensinamentos luminosos, que nos oferecem os santos hoje proclamados, mas que suscitam também perguntas na nossa vida cristã: como sou fiel a Cristo? Levemos em nós mesmos esta interrogação, para pensar nela durante o dia: como sou fiel a Cristo? Sou capaz de «fazer ver» a minha fé com respeito, mas também com coragem? Estou atento ao próximo, dou-me conta de quem tem necessidades, vejo em todas as pessoas, irmãos e irmãs que devo amar? Peçamos, por intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria e dos novos santos, que o Senhor faça transbordar a nossa vida com o júbilo do seu amor. Assim seja!

 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

domingo, 14 de julho de 2013

OS JOVENS, MISSIONÁRIOS DO EVANGELHO


Artigo retirado da Revista o " Mensageiro do Coração de Jesus" de Julho de 2013, Pe. António Coelho , s.f

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Quem é o meu próximo?


 
« O amor é prática concreta -* 25 Um especialista em leis se levantou, e, para tentar Jesus perguntou: «Mestre, o que devo fazer para receber em herança a vida eterna26 Jesus lhe disse: «O que é que está escrito na Lei? Como você 27 Ele então respondeu: «Ame o Senhor, seu Deus, com todo o seu coração, com toda a sua alma, com toda a sua força e com toda a sua mente; e ao seu próximo como a si mesmo28 Jesus lhe disse: «Você respondeu certo. Faça isso, e viverá29 Mas o especialista em leis, querendo se justificar, disse a Jesus: «E quem é o meu próximo30 Jesus respondeu: «Um homem ia descendo de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos de assaltantes, que lhe arrancaram tudo, e o espancaram. Depois foram embora, e o deixaram quase morto. 31 Por acaso um sacerdote estava descendo por aquele caminho; quando viu o homem, passou adiante, pelo outro lado. 32 O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu, e passou adiante, pelo outro lado. 33 Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu, e teve compaixão. 34 Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem em seu próprio animal, e o levou a uma pensão, onde cuidou dele. 35 No dia seguinte, pegou duas moedas de prata, e as entregou ao dono da pensão, recomendando: ‘Tome conta dele. Quando eu voltar, vou pagar o que ele tiver gasto a mais’.» E Jesus perguntou: 36 «Na sua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes37 O especialista em leis respondeu: «Aquele que praticou misericórdia para com ele.» Então Jesus lhe disse: «, e faça a mesma coisaLC 10,25-37

Quem é o meu próximo?

Segundo esta maravilhosa Parábola de Jesus, o meu próximo é todo aquele de quem eu me faço próximo, de todo aquele de quem eu me aproximo, e que,  olhando-o bem, sentido as suas dificuldades, me encho de compaixão por ele ou por ela.

Mas a Parábola vai mais além, depois da compaixão surge a ação. O Samaritano não ficou parado, ele agiu, inclinou-se para lhe curar as feridas com óleo e vinho, levantou-o, montou-o no seu animal,  levou-o para uma pensão e  cuidou dele como seu filho fosse, ficando com ele até ao dia seguinte. Tendo que partir, este bom Samaritano, quis assegurar que o dono da pensão cuidaria bem dele enquanto fosse necessário, pagou duas duas moedas de prata, e comprometeu-se a pagar o que fosse a mais.

Então, esta parábola mostra que ser verdadeiramente próximo  de alguém, implica alterar a nossa vida para o bem dos outros. Primeiramente é preciso um olhar amoroso, disponível  e uma escuta atenta. Depois, não ter nojo de tocar o sujo, o ensanguentado, o ferido, o mal cheiroso, o discriminado, o desanimado, o iludido, o desviado.  De seguida, estarmos dispostos a darmos o nosso tempo, a parar com os nossos afazeres e distrações, e a oferecer esse mesmo tempo ao outro; podem ser necessárias umas horas, um dia e por vezes a vida inteira. Também é preciso trabalho, assumir algum desconforto na nossa vida. Quando não formos capazes de ajudar sozinhos devemos pedir ajuda a alguém. A questão monetária pode ser necessária, mas nesta parábola surge no fim, portanto é uma questão secundária (..)

Concluo que quando nos abeiramos de algum pobre na rua, parece que dar a esmola, é  à luz desta Parábola, o menos importante. Quando nos encontramos com um Padre, um Religioso ou uma Religiosa, devemos olhar bem para eles, escutá-los, e tentarmos saber se eles estão verdadeiramente bem, pois criticá-los pelas costas, ou ignorá-los não é sinal de proximidade. Por outro lado um Padre que só prega do Altar para baixo, está muito longe de conseguir ser  próximo da sua comunidade. Também os catequistas que não se tornam próximos dos seus catequizandos, ao jeito desta Parábola, de  pouco lhes vale anunciar o Evangelho. Os Pais e  os Filhos devem  deixar-se guiar por esta Parábola para que não aconteça que o metro que os separa, seja o único que os une.

Embora esteja “omisso” nesta Parábola do Bom Samaritano, este Samaritano só consegui ser próximo, porque o outro, o ferido, o consentiu (…). Penso que é muito importante deixarmos que venham ao nosso encontro, confiar na sua ajuda, e pedindo-a mesmo se necessário, como se a Deus Pai a tivéssemos a pedir.

                                                                                                   Diác. José Luís Leão/2013