quinta-feira, 30 de julho de 2020

«Puxam-na para a praia e, sentando-se, escolhem os bons»

"Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «O Reino dos Céus é semelhante a uma rede que, lançada ao mar, apanha toda a espécie de peixes.
Logo que se enche, puxam-na para a praia e, sentando-se, escolhem os bons para os cestos, e o que não presta deitam-no fora.
Assim será no fim do mundo: os Anjos sairão a separar os maus do meio dos justos
e a lançá-los na fornalha ardente. Aí haverá choro e ranger de dentes.
Entendestes tudo isto?». Eles responderam-Lhe: «Entendemos».
Disse-lhes então Jesus: «Por isso, todo o escriba instruído sobre o Reino dos Céus é semelhante a um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas».
Quando acabou de proferir estas parábolas, Jesus continuou o seu caminho."    Mt  13, 47-53

Comentários de Santo Agostinho (354-430) , doutor da Igreja:

«Ele governará a Terra com justiça, e os povos com fidelidade» (Sl 95,13). Que justiça e que fidelidade são estas? Ele juntará os eleitos em seu redor (Mc 13,27) e afastará os outros, colocando aqueles à sua direita e estes à sua esquerda (Mt 25,33). Haverá coisa mais justa, mais fiel do que esta? Aqueles que não tiverem querido exercer misericórdia antes da chegada do juiz, não poderão esperar dele misericórdia. Aqueles que tiverem querido exercer misericórdia, serão julgados com misericórdia (Lc 6,37). Porque Ele dirá àqueles que tiver colocado à sua direita: «Vinde, benditos de meu Pai, recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo»; e atribui-lhes-á obras de misericórdia: «Tive fome e destes-Me de comer; tive sede e destes-Me de beber», e por aí fora (Mt 25,31s.). Porque tu és injusto, não há de o Juiz ser justo? Porque te acontece mentir, não há de a Verdade ser verídica? Se queres encontrar um Juiz misericordioso, sê misericordioso antes de Ele chegar. Perdoa a quem te tiver ofendido; dá dos teus bens, se possuis em abundância. […] Dá do que dele recebeste: «Que tens tu, que não hajas recebido?» (1Cor 4,7). Eis os sacrifícios que são agradáveis a Deus: a misericórdia, a humildade, o reconhecimento, a paz, a caridade. Se isso levarmos, esperaremos com segurança o advento do Juiz, desse Juiz que «governará a Terra com justiça, e os povos com fidelidade».

Textos: Retirados do site "Evangelho Quotidiano",https://evangelhoquotidiano.org/PT,  em 30.07.2020;
Imagem: Retirada da "Google Imagens", em 30.07.2020;

quinta-feira, 9 de julho de 2020

O MÉDICO MISERICORDIOSO DE FLORENÇA ...


No decorrer do sacramento da penitência, um Padre Missionário dos Combonianos, Italiano mas residir em Portugal, contou-me a seguinte história, que inquietou a minha consciência:

«-Conta-se que um velho médico de Florença, de tempos mais remotos, ganhava o seu pão com muita dificuldade. Naquele tempo, os médicos tinham que se deslocar pelas frias zonas de Florença e arredores, a pé e a cavalo,  por caminhos e pessoas difíceis. Apesar de todos estes sacrifícios,  eram muito mal pagos,  vivendo com grandes dificuldades.
Este médico tinha um filho,  que decidiu ir estudar para uma universidade longe de casa. O  filho, desde o início dos seus estudos, começou a seguir por maus caminhos, esbanjando, em pouco tempo, as mesadas que o pai lhe dava. O dinheiro recebido era logo gasto, e o filho escrevia a seu pai para lhe enviar mais dinheiro.
Um dia, este pai foi ter com o filho à universidade e encontrou-o a dormir em pleno dia, pois tinha estado na farra  toda a noite. O pai ao vê-lo não o acordou. Deixou o dinheiro na mesinha de cabeceira, escreveu-lhe um bilhete, deu-lhe um beijo e foi-se embora.
Ora, quando o filho acordou, viu o dinheiro e o bilhete que o seu pai lhe deixara, e leu a mensagem : “Querido Filho, gosto muito de ti.  Deixo-te aqui dinheiro para o que precisares, mas antes de o gastares, pensa bem no  sacrifício, nas dificuldades que o  teu velho pai passa para ganhar este dinheiro”» (…)

Jesus perdoa sempre os nossos pecados quando nos arrependemos, mas pagou-os com o seu sangue derramado. Não há sacrifício maior, nem maior prova de amor. Quando somos tentados, deveríamos lembrar deste Amor/Sacrifício de Jesus por nós, do Seu sangue derramado, e evitar  pecar a todo o custo.

Texto: partilha de um  penitente em  09.07.2020
Imagem: fotografia tirada na Igreja dos Combonianos.