terça-feira, 14 de outubro de 2014

DIA MUNDIAL DAS MISSÕES 2014 - MENSAGEM DE SUA SANTIDADE PAPA FRANCISCO



«Queridos irmãos e irmãs!


Ainda hoje há tanta gente que não conhece Jesus Cristo. Por isso, continua a revestir-se de grande urgência a missão ad gentes, na qual são chamados a participar todos os membros da Igreja, pois esta é, por sua natureza, missionária: a Igreja nasceu «em saída». O Dia Mundial das Missões é um momento privilegiado para os fiéis dos vários Continentes se empenharem, com a oração e gestos concretos de solidariedade, no apoio às Igrejas jovens dos territórios de missão. Trata-se de uma ocorrência permeada de graça e alegria: de graça, porque o Espírito Santo, enviado pelo Pai, dá sabedoria e fortaleza a quantos são dóceis à sua acção; de alegria, porque Jesus Cristo, Filho do Pai, enviado a evangelizar o mundo, sustenta e acompanha a nossa obra missionária. E, justamente sobre a alegria de Jesus e dos discípulos missionários, quero propor um ícone bíblico que encontramos no Evangelho de Lucas (cf. 10, 21-23).

1. Narra o evangelista que o Senhor enviou, dois a dois, os setenta e dois discípulos a anunciar, nas cidades e aldeias, que o Reino de Deus estava próximo, preparando assim as pessoas para o encontro com Jesus. Cumprida esta missão de anúncio, os discípulos regressaram cheios de alegria: a alegria é um traço dominante desta primeira e inesquecível experiência missionária. O Mestre divino disse-lhes: «Não vos alegreis, porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos no Céu. Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse: “Bendigo-te, ó Pai (…)”. Voltando-se, depois, para os discípulos, disse-lhes em particular: “Felizes os olhos que vêem o que estais a ver”» (Lc 10, 20-21.23).

As cenas apresentadas por Lucas são três: primeiro, Jesus falou aos discípulos, depois dirigiu-Se ao Pai, para voltar de novo a falar com eles. Jesus quer tornar os discípulos participantes da sua alegria, que era diferente e superior àquela que tinham acabado de experimentar.

2. Os discípulos estavam cheios de alegria, entusiasmados com o poder de libertar as pessoas dos demónios. Jesus, porém, recomendou-lhes que não se alegrassem tanto pelo poder recebido, como sobretudo pelo amor alcançado, ou seja, «por estarem os vossos nomes escritos no Céu» (Lc 10, 20). Com efeito, fora-lhes concedida a experiência do amor de Deus e também a possibilidade de o partilhar. E esta experiência dos discípulos é motivo de jubilosa gratidão para o coração de Jesus. Lucas viu este júbilo numa perspectiva de comunhão trinitária: «Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo», dirigindo-Se ao Pai e bendizendo-O. Este momento de íntimo júbilo brota do amor profundo que Jesus sente como Filho por seu Pai, Senhor do Céu e da Terra, que escondeu estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelou aos pequeninos (cf. Lc 10, 21). Deus escondeu e revelou, mas, nesta oração de louvor, é sobretudo a revelação que se põe em realce. Que foi que Deus revelou e escondeu? Os mistérios do seu Reino, a consolidação da soberania divina de Jesus e a vitória sobre satanás.

Deus escondeu tudo isto àqueles que se sentem demasiado cheios de si e pretendem saber já tudo. De certo modo, estão cegos pela própria presunção e não deixam espaço a Deus. Pode-se facilmente pensar em alguns contemporâneos de Jesus que Ele várias vezes advertiu, mas trata-se de um perigo que perdura sempre e tem a ver connosco também. Ao passo que os «pequeninos» são os humildes, os simples, os pobres, os marginalizados, os que não têm voz, os cansados e oprimidos, que Jesus declarou «felizes». Pode-se facilmente pensar em Maria, em José, nos pescadores da Galileia e nos discípulos chamados ao longo da estrada durante a sua pregação.

3. «Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado» (Lc 10, 21). Esta frase de Jesus deve ser entendida como referida à sua exultação interior, querendo «o teu agrado» significar o plano salvífico e benevolente do Pai para com os homens. No contexto desta bondade divina, Jesus exultou, porque o Pai decidiu amar os homens com o mesmo amor que tem pelo Filho. Além disso, Lucas faz-nos pensar numa exultação idêntica: a de Maria. «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador» (Lc 1, 46-47). Estamos perante a boa Notícia que conduz à salvação. Levando no seu ventre Jesus, o Evangelizador por excelência, Maria encontrou Isabel e exultou de alegria no Espírito Santo, cantando o Magnificat. Jesus, ao ver o bom êxito da missão dos seus discípulos e, consequentemente, a sua alegria, exultou no Espírito Santo e dirigiu-Se a seu Pai em oração. Em ambos os casos, trata-se de uma alegria pela salvação em acto, porque o amor com que o Pai ama o Filho chega até nós e, por obra do Espírito Santo, envolve-nos e faz-nos entrar na vida trinitária.

O Pai é a fonte da alegria. O Filho é a sua manifestação, e o Espírito Santo o animador. Imediatamente depois de ter louvado o Pai – como diz o evangelista Mateus – Jesus convida-nos: «Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve» (Mt 11, 28-30). «A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 1).

De tal encontro com Jesus, a Virgem Maria teve uma experiência totalmente singular e tornou-se «causa nostrae laetitiae». Os discípulos, por sua vez, receberam a chamada para estar com Jesus e ser enviados por Ele a evangelizar (cf. Mc 3, 14), e, feito isso, sentem-se repletos de alegria. Porque não entramos também nós nesta torrente de alegria?

4. «O grande risco do mundo actual, com a sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 2). Por isso, a humanidade tem grande necessidade de dessedentar-se na salvação trazida por Cristo. Os discípulos são aqueles que se deixam conquistar mais e mais pelo amor de Jesus e marcar pelo fogo da paixão pelo Reino de Deus, para serem portadores da alegria do Evangelho. Todos os discípulos do Senhor são chamados a alimentar a alegria da evangelização. Os bispos, como primeiros responsáveis do anúncio, têm o dever de incentivar a unidade da Igreja local à volta do compromisso missionário, tendo em conta que a alegria de comunicar Jesus Cristo se exprime tanto na preocupação de O anunciar nos lugares mais remotos como na saída constante para as periferias de seu próprio território, onde há mais gente pobre à espera.

Em muitas regiões, escasseiam as vocações ao sacerdócio e à vida consagrada. Com frequência, isso fica-se a dever à falta de um fervor apostólico contagioso nas comunidades, o que faz com as mesmas sejam pobres de entusiasmo e não suscitem fascínio. A alegria do Evangelho brota do encontro com Cristo e da partilha com os pobres. Por isso, encorajo as comunidades paroquiais, as associações e os grupos a viverem uma intensa vida fraterna, fundada no amor a Jesus e atenta às necessidades dos mais carecidos. Onde há alegria, fervor, ânsia de levar Cristo aos outros, surgem vocações genuínas, nomeadamente as vocações laicais à missão. Na realidade,  aumentou a consciência da identidade e missão dos fiéis leigos na Igreja, bem como a noção de que eles são chamados a assumir um papel cada vez mais relevante na difusão do Evangelho. Por isso, é importante uma adequada formação deles, tendo em vista uma acção apostólica eficaz.

5. «Deus ama quem dá com alegria» (2 Cor 9, 7). O Dia Mundial das Missões é também um momento propício para reavivar o desejo e o dever moral de participar jubilosamente na missão ad gentes. A contribuição monetária pessoal é sinal de uma oblação de si mesmo, primeiramente ao Senhor e depois aos irmãos, para que a própria oferta material se torne instrumento de evangelização de uma humanidade edificada no amor.

Queridos irmãos e irmãs, neste Dia Mundial das Missões, dirijo o meu pensamento a todas as Igrejas locais: Não nos deixemos roubar a alegria da evangelização! Convido-vos a mergulhar na alegria do Evangelho e a alimentar um amor capaz de iluminar a vossa vocação e missão. Exorto-vos a recordar, numa espécie de peregrinação interior, aquele «primeiro amor» com que o Senhor Jesus Cristo incendiou o coração de cada um; recordá-lo, não por um sentimento de nostalgia, mas para perseverar na alegria. O discípulo do Senhor persevera na alegria, quando está com Ele, quando faz a sua vontade, quando partilha a fé, a esperança e a caridade evangélica.

A Maria, modelo de uma evangelização humilde e jubilosa, elevemos a nossa oração, para que a Igreja se torne uma casa para muitos, uma mãe para todos os povos e possibilite o nascimento de um mundo novo.

Vaticano, 8 de Junho – Solenidade de Pentecostes – de 2014.

FRANCISCO»

domingo, 5 de outubro de 2014

Santa Teresinha e sua Família...


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“No convívio de um lar verdadeiramente cristão, como o da família Martin, a caridade ensinada pelos Evangelhos exala um suave e inigualável perfume.

Carlos Werner Benjumea.JPGCarlos Werner Benjumea

Cada língua conta em seu acervo cultural uma plêiade de poetas, dos quais pelo menos um dedicou sua inspiração para cantar a beleza e a candura da inocência infantil, dos primeiros e dourados anos de existência, que a todos nós apraz evocar. No idioma português, por exemplo, Casimiro de Abreu explicitou essa nostalgia no seu famoso poema "Meus oito anos":

Oh! Que saudades que tenho / Da aurora da minha vida, / Da minha infância querida / Que os anos não trazem mais! / (...) / Como são belos os dias / Do despontar da existência! / Respira a alma inocência / Como perfumes a flor.

Na verdade, porém, uma boa parte das doces lembranças da infância deve-se ao fato de ser ela a fase de nossa vida na qual, pequenos e indefesos, entretanto nos sentíamos seguros, pois estávamos bem protegidos pela guarda de um homem que nos parecia um herói, nosso pai, e sob as asas de alguém que tinha algo de anjo e de fada, nossa mãe...
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Não são essas, afinal, as primeiras recordações do que é uma família?

Para saber o que significa a ausência desta, basta mencionar a palavra "órfão", com tudo quanto evoca de melancólico a imagem de uma criança que perdeu, ou nunca sentiu, a ternura de um pai ou de uma mãe.

Além disso, para nós católicos, o conceito de família transpõe os limites do mero e natural amor humano. Elevada ao patamar sobrenatural pelo sacramento do Matrimônio, ela é o primeiro "catecismo" onde as almas batizadas sorvem os influxos fundamentais da vida espiritual, e no convívio de um lar verdadeiramente cristão a caridade ensinada pelos Evangelhos exala um suave e inigualável perfume.

Pais santos, que pedem a Deus filhos santos

Mas, por que comentar este assunto só em teoria, quando podemos nos deleita

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  Luís Martin, pai de Santa de
  Teresinha

r com a história de uma família real, e próxima aos nossos dias?

Vamos percorrer as encantadoras ruas de uma cidadezinha francesa, em fins do século XIX. Detendo-nos diante de uma bela casa algo parecida com um pequeno palácio e cometendo a indiscrição de olhar pela janela, veremos uma delicada jovenzinha a escrever. Seu nome é Paulina Martin e sua carta será publicada em diversos livros. Vejamos o comentário que ela faz a respeito de seus próprios pais:
"Eu sempre os considerei como santos. Estávamos penetradas de respeito e admiração por eles. Por vezes perguntava-me a mim mesma se poderia haver outros semelhantes a eles sobre a terra".

E qual era o pensamento desses pais a respeito de suas cinco filhas? Quais eram seus planos em relação a elas? Vejamos o eloqüente e terno testemunho da mãe, numa carta por ela escrita à sua filha Paulina, mencionada acima:
"Este ano hei de ir (no dia 8 de dezembro), bem cedinho, ter com a Santíssima Virgem. Quero ser a primeira a chegar. Não Lhe pedirei mais filhinhas; rogar-Lhe-ei somente que faça santas as que me deu, e que eu não lhes fique muito atrás; mas é necessário que elas sejam bem melhores do que eu".

Esses dois curtos trechos de cartas já nos permitem entrever o suave e virtuoso relacionamento reinante nessa boa família.

Prodigioso zelo para proteger a inocência das filhas

Ajudado pelas imagens que ilustram estas páginas, o leitor já terá facilmente identificado o ambiente familiar ao qual nos estamos referindo: aquele em que nasceu, cresceu e se formou Santa Teresinha do Menino Jesus, padroeira das missões e doutora da Igreja.

Com efeito, do casamento de Luís Martin e Zélia Guérin - 13 de julho de 1858 - floresceram nove lírios de alva inocência. Quatro deles, o Senhor os c

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 Zélia Guérin, mãe de Santa
 Teresinha

olheu na tenra infância, os outros cinco haveriam de ser transplantados ao silencioso e recolhido ambiente religioso para ali destilar os mais intensos perfumes de virtude. Entre esses, a jovem santa, consagrada a Deus aos 15 anos, como carmelita descalça.

"Abri as Escrituras e ali vereis que, quando os pais foram santos, também o foram os filhos". Bem se aplica à Família Martin esta sábia sentença do Santo Cura D´Ars. Assim sucedeu com esse virtuoso casal, cujas heróicas virtudes a Igreja já reconheceu oficialmente, e que caminha para a glória dos altares: adornaram o firmamento da Igreja com luminosas e cândidas estrelas. Com um prodigioso zelo, Luís e Zélia custodiavam a inocência de suas cinco filhas - Maria Luísa, Paulina, Leônia, Celina e Teresinha - mantendo sempre no lar um ambiente intensamente cristão.

O exemplo dos pais é insubstituível na educação dos filhos

Sirva de exemplo um trecho das memórias de Paulina (mais tarde Madre Inês de Jesus, religiosa carmelita como Teresa). Conta-nos ela, enternecida, a respeito de sua querida mãe:

"Quando pequenina, mamãe punha- me sobre seus joelhos e contava-me histórias da vida dos Santos. Certa vez, disse-me que no Céu somente as virgens seguiriam por toda parte Jesus, sob a forma de Cordeiro sem mancha; seriam coroadas de rosas brancas e cantariam um cântico que outros não poderiam cantar. Eu lhe disse, então, que haveria de ser virgem, com uma bela coroa branca, e perguntei-lhe de qual cor seria a sua, pois ela me fizera notar que as pessoas casadas não teriam co

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  Teresa Martin, aos oito anos de idade, com
  sua irmã Celina

roa branca. Respondeu-me que seria, sem dúvida, uma coroa de rosas vermelhas."

A respeito do Sr. Luís Martin, podemos recolher abundantes testemunhos de sua "rainhazinha", como ele chamava a encantadora Teresa, a quem amava com especial ternura por ser a mais nova, órfã de mãe já nos primeiros anos de infância. Na verdade, Teresinha aprendeu a amar a Igreja sentada no colo de seu "rei". Conta-nos ela em suas memórias, a "História de uma Alma", seus encantos com seu amado pai:

Aos domingos, na Missa,
"quando o pregador falava de Santa Teresa, papai inclinava-se para mim, dizendo baixinh o: ‘Escuta, minha rainhazinha, ele fala de tua santa padroeira´. Eu escutava, com efeito, mas olhava mais vezes para papai que para o pregador. Sua bela fisionomia dizia-me tantas coisas! Por vezes, seus olhos se enchiam de lágrimas, as quais ele em vão se esforçava por reter; não parecia mais ser da terra, de tal modo sua alma gostava de mergulhar nas verdades eternas."

Bem sabia o Sr. Martin que o exemplo vivo dos pais é insubstituível na educação dos filhos nas vias da santificação. Estimular o amor a Deus, a freqüência aos Sacramentos, a proximidade espiritual com a Igreja, é um meio pelo qual os progenitores exercem sobre a prole seu sacerdócio real, recebido no Batismo. Desta sorte, deitam fundo no coração dos filhos a vivência da espiritualidade cristã, gravando em suas almas uma marca que nem o tempo nem as circunstâncias da vida poderão apagar.

Uma verdadeira obra de ourivesaria

Santa Teresinha recorda, comovida, a nobre a

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 Teresa, com suas irmãs de sangue e Madre
 Gonzaga - 1894

lma de seu pai e o carinho com que ele a envolveu, depois da partida de sua mãe para o Céu:

"Após a morte de mamãe, meu bom caráter mudou completamente, tornei-me sensível ao excesso. Um olhar bastava para desfazer-me em lágrimas. Entretanto, o coração terno de Papai unia ao amor que ele já possuía um amor verdadeiramente maternal! (...) Aos domingos, como me era doce sentar- me com Celina sobre os joelhos de Papai! Ele cantava com sua bela voz cânticos que enchiam a alma de pensamentos profundos, ou então, embalando- nos docemente, recitava poesias impregnadas das verdades eternas. Em seguida, subíamos para fazer a oração em comum e a Rainhazinha ficava só junto com seu Rei; bastava olhá-lo para saber como rezam os santos."

Neste ambiente de sublime candura, a pequena Teresa foi sendo preparada para a elevada missão para a qual havia sido escolhida pela Providência. Ela e suas quatro irmãs, todas consagradas a Deus, foram pedras preciosas cuidadosamente buriladas no atelier familiar dos Martin.

Descobrir os pequenos defeitos dos filhos e os ir corrigindo, estimular suas boas aspirações de alma, em suma, ensinar com empenho, delicadeza e tato o caminho da perfeição - é esta a verdadeira obra de ourivesaria digna de pais cristãos. Nos "Manuscritos Autobiográficos", Santa Teresinha dá testemunho de como sua querida mãe e seu "Rei" tiveram essa especial dedicação por sua alma: "
Com uma natureza como a minha, se tivesse sido educada por pais sem virtudes, ter-me-ia tornado bem má, talvez me perdendo. Mas Jesus velava por mim, Ele queria que tudo revertesse em meu bem, mesmo os meus defeitos, os quais, cedo reprimidos, me serviriam para adiantar-me na perfeição".

Estas palavras repassadas de gratidão e humildade, e escritas por uma santa tão singular, não deixam dúvida de quanto

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  Jardim e vista dos fundos dos Buissonnets, residên-
   ia da família Martin

seus pais foram exemplares e exímios na tarefa de brunir o precioso brilhante que era a alma de sua filha. E que belo fruto alcançaram!

Um estímulo a todas as famílias do mundo

Edificados por um tão claro exemplo como o da família Martin, esperamos que todos os lares aos quais chegue esta pequena resenha possam deleitar-se com sua leitura e deixar-se envolver por este suave aroma do amor familiar cristão.
Seguir o caminho trilhado por Luís e Zélia Martin, longe de ser algo impossível, está ao alcance de todos os casais que queiram abrirse à luz da Igreja e à mensagem de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Que o exemplo do casal Martin e suas filhas sirva de estímulo às famílias do mundo, para que abram seus ouvidos ao palpitar da Igreja, em especial às palavras do Vigário de Cristo na terra, ponham mãos à obra e saibam dar o testemunho da grande alegria e felicidade de viver em família com Cristo e Maria. ²

(Revista Arautos do Evangelho, Agosto/2006, n. 56, p. 36 à 38)”

Retirado do site dos” Arautos do Evangelho” : http://www.arautos.org/view/show/6377-santa-teresinha-e-a-alegria-de-viver-em-familia