segunda-feira, 19 de outubro de 2015

MENSAGEM PAPA FRANCISCO - DIA MUNDIAL DAS MISSÕES 2015


«Queridos irmãos e irmãs,

Neste ano de 2015, o Dia Mundial das Missões tem como pano de fundo o Ano da Vida Consagrada, que serve de estímulo para a sua oração e reflexão. Na verdade, entre a vida consagrada e a missão subsiste uma forte ligação, porque, se todo o baptizado é chamado a dar testemunho do Senhor Jesus, anunciando a fé que recebeu em dom, isto vale de modo particular para a pessoa consagrada. O seguimento de Jesus, que motivou a aparição da vida consagrada na Igreja, é reposta à chamada para se tomar a cruz e segui-Lo, imitar a sua dedicação ao Pai e os seus gestos de serviço e amor, perder a vida a fim de a reencontrar. E, dado que toda a vida de Cristo tem carácter missionário, os homens e mulheres que O seguem mais de perto assumem plenamente este mesmo carácter.

A dimensão missionária, que pertence à própria natureza da Igreja, é intrínseca também a cada forma de vida consagrada, e não pode ser transcurada sem deixar um vazio que desfigura o carisma. A missão não é proselitismo, nem mera estratégia; a missão faz parte da «gramática» da fé, é algo de imprescindível para quem se coloca à escuta da voz do Espírito, que sussurra «vem» e «vai». Quem segue Cristo não pode deixar de tornar-se missionário, e sabe que Jesus «caminha com ele, fala com ele, respira com ele, trabalha com ele. Sente Jesus vivo com ele, no meio da tarefa missionária» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 266).

A missão é uma paixão por Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, uma paixão pelas pessoas. Quando nos detemos em oração diante de Jesus crucificado, reconhecemos a grandeza do seu amor, que nos dignifica e sustenta e, simultaneamente, apercebemo-nos de que aquele amor, saído do seu coração trespassado, estende-se a todo o povo de Deus e à humanidade inteira; e, precisamente deste modo, sentimos também que Ele quer servir-Se de nós para chegar cada vez mais perto do seu povo amado (cf. Ibid., 268) e de todos aqueles que O procuram de coração sincero. Na ordem de Jesus – «Ide» –, estão contidos os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da Igreja. Nesta, todos são chamados a anunciar o Evangelho pelo testemunho da vida; e, de forma especial aos consagrados, é pedido para ouvirem a voz do Espírito que os chama a partir para as grandes periferias da missão, entre os povos onde ainda não chegou o Evangelho.

O cinquentenário do Decreto conciliar Ad gentes convida-nos a reler e meditar este documento que suscitou um forte impulso missionário nos Institutos de Vida Consagrada. Nas comunidades contemplativas, recobrou luz e eloquência a figura de Santa Teresa do Menino Jesus, padroeira das missões, como inspiradora da íntima ligação que há entre a vida contemplativa e a missão. Para muitas congregações religiosas de vida activa, a ânsia missionária surgida do Concilio Vaticano II concretizou-se numa extraordinária abertura à missão ad gentes, muitas vezes acompanhada pelo acolhimento de irmãos e irmãs provenientes das terras e culturas encontradas na evangelização, de modo que hoje pode-se falar de uma generalizada interculturalidade na vida consagrada. Por isso mesmo, é urgente repropor o ideal da missão com o seu centro em Jesus Cristo e a sua exigência na doação total de si mesmo ao anúncio do Evangelho. Nisto não se pode transigir: quem acolhe, pela graça de Deus, a missão, é chamado a viver de missão. Para tais pessoas, o anúncio de Cristo, nas múltiplas periferias do mundo, torna-se o modo de viver o seguimento d’Ele e a recompensa de tantas canseiras e privações. Qualquer tendência a desviar desta vocação, mesmo se corroborada por nobres motivações relacionadas com tantas necessidades pastorais, eclesiais e humanitárias, não está de acordo com a chamada pessoal do Senhor ao serviço do Evangelho. Nos Institutos Missionários, os formadores são chamados tanto a apontar, clara e honestamente, esta perspectiva de vida e acção, como a discernir com autoridade autênticas vocações missionárias.

Dirijo-me sobretudo aos jovens, que ainda são capazes de testemunhos corajosos e de empreendimentos generosos e às vezes contracorrente: não deixeis que vos roubem o sonho duma verdadeira missão, dum seguimento de Jesus que implique o dom total de si mesmo. No segredo da vossa consciência, interrogai-vos sobre a razão pela qual escolhestes a vida religiosa missionária e calculai a disponibilidade que tendes para a aceitar por aquilo que é: um dom de amor ao serviço do anúncio do Evangelho, nunca vos esquecendo de que o anúncio do Evangelho, antes de ser uma necessidade para quantos que não o conhecem, é uma carência para quem ama o Mestre.

Hoje, a missão enfrenta o desafio de respeitar a necessidade que todos os povos têm de recomeçar das próprias raízes e salvaguardar os valores das respectivas culturas. Trata-se de conhecer e respeitar outras tradições e sistemas filosóficos e reconhecer a cada povo e cultura o direito de fazer-se ajudar pela própria tradição na compreensão do mistério de Deus e no acolhimento do Evangelho de Jesus, que é luz para as culturas e força transformadora das mesmas.

Dentro desta dinâmica complexa, ponhamo-nos a questão: «Quem são os destinatários privilegiados do anúncio evangélico?» A resposta é clara; encontramo-la no próprio Evangelho: os pobres, os humildes e os doentes, aqueles que muitas vezes são desprezados e esquecidos, aqueles que não te podem retribuir (cf. Lc 14, 13-14). Uma evangelização dirigida preferencialmente a eles é sinal do Reino que Jesus veio trazer: «existe um vínculo indissolúvel entre a nossa fé e os pobres. Não os deixemos jamais sozinhos!» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 48). Isto deve ser claro especialmente para as pessoas que abraçam a vida consagrada missionária: com o voto de pobreza, escolhem seguir Cristo nesta sua preferência, não ideologicamente, mas identificando-se como Ele com os pobres, vivendo como eles na precariedade da vida diária e na renúncia ao exercício de qualquer poder para se tornar irmãos e irmãs dos últimos, levando-lhes o testemunho da alegria do Evangelho e a expressão da caridade de Deus.

Para viver o testemunho cristão e os sinais do amor do Pai entre os humildes e os pobres, os consagrados são chamados a promover, no serviço da missão, a presença dos fiéis leigos. Como já afirmava o Concílio Ecuménico Vaticano II, «os leigos colaboram na obra de evangelização da Igreja e participam da sua missão salvífica, ao mesmo tempo como testemunhas e como instrumentos vivos» (Ad gentes, 41). É necessário que os consagrados missionários se abram, cada vez mais corajosamente, àqueles que estão dispostos a cooperar com eles, mesmo durante um tempo limitado numa experiência ao vivo. São irmãos e irmãs que desejam partilhar a vocação missionária inscrita no Baptismo. As casas e as estruturas das missões são lugares naturais para o seu acolhimento e apoio humano, espiritual e apostólico.

As Instituições e as Obras Missionárias da Igreja estão postas totalmente ao serviço daqueles que não conhecem o Evangelho de Jesus. Para realizar eficazmente este objectivo, aquelas precisam dos carismas e do compromisso missionário dos consagrados, mas também os consagrados precisam duma estrutura de serviço, expressão da solicitude do Bispo de Roma para garantir de tal modo a koinonia que a colaboração e a sinergia façam parte integrante do testemunho missionário. Jesus colocou a unidade dos discípulos como condição para que o mundo creia (cf. Jo 17, 21). A referida convergência não equivale a uma submissão jurídico-organizativa a organismos institucionais, nem a uma mortificação da fantasia do Espírito que suscita a diversidade, mas significa conferir maior eficácia à mensagem evangélica e promover aquela unidade de intentos que é fruto também do Espírito.

A Obra Missionária do Sucessor de Pedro tem um horizonte apostólico universal. Por isso, tem necessidade também dos inúmeros carismas da vida consagrada, para dirigir-se ao vasto horizonte da evangelização e ser capaz de assegurar uma presença adequada nas fronteiras e nos territórios alcançados.

Queridos irmãos e irmãs, a paixão do missionário é o Evangelho. São Paulo podia afirmar: «Ai de mim, se eu não evangelizar!» (1 Cor 9, 16). O Evangelho é fonte de alegria, liberdade e salvação para cada homem. Ciente deste dom, a Igreja não se cansa de anunciar, incessantemente, a todos «O que existia desde o princípio, O que ouvimos, O que vimos com os nossos olhos» (1 Jo 1, 1). A missão dos servidores da Palavra – bispos, sacerdotes, religiosos e leigos – é colocar a todos, sem excluir ninguém, em relação pessoal com Cristo. No campo imenso da actividade missionária da Igreja, cada baptizado é chamado a viver o melhor possível o seu compromisso, segundo a sua situação pessoal. Uma resposta generosa a esta vocação universal pode ser oferecida pelos consagrados e consagradas através duma vida intensa de oração e união com o Senhor e com o seu sacrifício redentor.

Ao mesmo tempo que confio a Maria, Mãe da Igreja e modelo de missionariedade, todos aqueles que, ad gentes ou no próprio território, em todos os estados de vida, cooperam no anúncio do Evangelho, de coração concedo a cada um a Bênção Apostólica.

Vaticano, 24 de Maio – Solenidade de Pentecostes – de 2015.

FRANCISCO»

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Dia Mundial das Missões: 18 de Outubro de 2015



 
ORAÇÃO MISSIONÁRIA

 ESPÍRITO SANTO
que desceste sobre os apóstolos
e os fizeste anunciadores do Evangelho
derrama os teus dons sobre cada um de nós
e torna-nos sensíveis aos apelos
e às necessidades dos nossos irmãos;
desperta nos corações
das famílias, das crianças, dos jovens e adultos
o ideal missionário;
dá força e coragem a todos quantos
se entregam totalmente
ao serviço da MISSÃO.
Ámen.
 

LEVAR AMOR E ESPERANÇA AO MUNDO DA PROSTITUIÇÃO


Amizade. Carinho. Amor. Esperança. Estas são algumas palavras-chave associadas ao projeto Villa Teresita, que surgiu em Espanha há mais de 70 anos, para fazer sorrir de novo mulheres ligadas à prostituição e ao tráfico de pessoas. Em conversa com Conchi Jimenez, responsável da comunidade de Valência, o Mensageiro foi conhecer este projeto  e  o que leva alguém a dedicar a sua vida àqueles que estão no último degrau da sociedade.

   O PROJETO VILLA TERESITA NASCEU EM 1942, NA SEQUÊNCIA DO CONTATO DE ISABEL GARBAYO COM MULHRES PROSTITUTAS, DOENTES, ISOLADAS NUMA ALA DE UM HOSPITAL. FOI FÁCIL AVANÇAR COM UM PROJECTO DESTES?
   Na verdade, não foi fácil, não tanto por causa das mulheres, com quem a aproximação e o estabelecimento de relações de amizade foi simples, mas sobretudo pela discriminação social e pela incompreensão de muitos crentes.
   Isabel Garbayo era a filha mais nova de uma família instalada em Pamplona (Navarra), uma cidade pequena, em que todos se conheciam e não percebiam porque é que ela se «misturava» com aquelas mulheres tão mal vistas e socialmente discriminadas. Foi um escândalo para muitos.

   Mas Isabel Garbayo, sem se preocupar com tais opiniões, deixou-se tocar pela dureza de vida das mulheres prostitutas. Estavam isoladas e eram discriminadas, como os leprosos na época de Jesus, e ela foi capaz de ver para lá das aparências, foi capaz de escutar  «os gritos» dos seus corações e não conseguiu ficar indiferente.

  Deus chamava-a a fazer algo para ajudar aquelas mulheres e, embora isso lhe provocasse sofrimento, não podia deixar de o fazer. Devia seguir aquela intuição que o Senhor lhe apresentava, definindo como lema : « não posso morrer sem fazer algo por essas pobres mulheres». Essa inquietude levou-a a desenvolver o projeto  Villa Teresita.

   Este projeto nasce, assim, como uma casa de família para as mulheres provenientes do mundo da prostituição, que pretendiam refazer e normalizar a sua vida. Nela, as «chicas» (como Isabel carinhosamente lhes chamava) e a comunidade partilhavam a vida. Como em todas as famílias, pomos à sua disposição todos os recursos possíveis, tendo em vista o crescimento humano, profissional e espiritual. Filhas de um mesmo Pai, irmãs de caminho, vivemos como tal, percorrendo juntas o caminho da vida. Cada mulher que chega à casa é um «tesouro» que Deus nos confia, para fazer «brilhar» em toda a sua plenitude. Para muitas  das mulheres que chegam à nossa casa, esta é a oportunidade, que nunca tiveram, de se sentirem amadas, de verem que alguém espera delas algo de bom e confia nas suas capacidades, tantas vezes asfixiadas pelas situações vividas. Villa Teresita é, ao mesmo tempo, uma casa aberta para todas aquelas mulheres que continuam a viver situações de exclusão e prostituição e com as quais, embora não convivendo, partilhamos o caminho. Desde o inicio, ir onde as mulheres estão - ruas, bares, prisões, hospitais - é o nosso modo de nos tornarmos próximas, como o bom samaritano, para assim, vendo as suas feridas, cuidar delas e procurar meios para que se possam pôr novamente de pé.
   HOJE SÃO UM GRUPO DE MULHERES CONSAGRADAS A DEUS E AOS MAIS POBRES. O QUE MOVE  ALGUÉM  A QUERER TRABALHAR NESTE PROJETO?
   Podíamos reformular a pergunta, referindo que não é algo, mas Alguém, que nos move. Deus continua a chamar, Deus continua a mover corações, para que não abandonem as suas filhas. As que vivemos consagradas a esta missão, fazemo-lo seduzidas por Jesus e pelo Evangelho. Experimentámos o seu Amor e este leva-nos a entregá-lo, a dar de graça o que de graça recebemos.
   EM QUE MEDIDA A ESPIRITUALIDADE DE SANTA TERESA DE LISIEUX, CUJO NOME “ADOTARAM”, INSPIRA A VOSSA AÇÃO?
   Santa Teresa é, juntamente com São José, padroeira da nossa instituição. Na celebração da sua festa, no primeiro aniversário da nossa fundadora, Isabel Garbayo escreveu no seu diário: «Foi ela que orientou a minha vida espiritual pelo caminho do amor, do abandono, da confiança; ao viver a vida de Nazaré fazendo aquilo que é normal e transformando-o em extraordinário (…) e nomeada nossa padroeira, peço-lhe que derrame uma chuva de graças para todas as mulheres que vivem na nossa casa e para as que ainda continuam nessa vida».

   Creio que estas poucas palavras reflectem muito bem a influência de Santa Teresa de Lisieux. Em primeiro lugar, o amor; a nossa vida há de ser reflexo do amor misericordioso que o Senhor nos tem. Transmitir às mulheres com as quais compartilhamos a vida e trabalhamos, que são profundamente amadas por Deus, que Ele as olha e cuida delas com amor, sem as julgar, que quer para elas, como para todos,  uma vida ditosa e feliz. Em segundo lugar, o abandono, o viver abandonadas no amor de Deus, sabendo que Ele as ama mais do que nós  e que tornará possível o que a nós muitas vezes nos parece impossível.

   E é mesmo assim. Quantas vezes vivemos situações difíceis com as mulheres, para as quais humanamente não encontramos saída, e o Senhor, a seu modo, abre-nos caminhos novos, que não esperávamos, e que nos permitem seguir em frente. Isto leva-nos inevitavelmente a confiar na providência, a sentirmo-nos nas  suas  mãos e a experimentar que, certamente, a partir do Amor, nada é normal, mas extraordinário, porque é Deus quem acompanha o nosso caminhar, a nossa vida diária, e isso é algo muito grande.

   Experimentar que a nossa vida está impregnada do amor de Deus, servir, sabendo-nos instrumentos nas suas mãos, rezar com confiança de que , feito o que podíamos fazer, tudo o resto depende d´Ele, é viver a partir do extraordinário!
   JÁ TRABALHARAM COM MULHERES QUE EMIGRAVAM DO CAMPO PARA A CIDADE, MÃES SOLTEIRAS, TOXICODEPENDENTES, VÍTIMAS DE SIDA E, DESDE FINAIS DA DÉCADA DE 90 DO SÉCULO XX, COM VÍTIMAS DE TRÁFICO DE SERES HUMANOS. PORQUÊ A PREOCUPAÇÃO ESPECÍFICA COM ESTE GRUPO POPULACIONAL?
   Embora a nossa vida e o nosso trabalho estejam ao serviço dos mais pobres da sociedade, o acento pomo-lo sem dúvida nas mulheres e especialmente naquelas oriundas do mundo da prostituição. Podíamos dizer que as mulheres que trabalham na prostituição são pobres entre os pobres, porque não só vivem situações de grande precariedade económica, como também são vítimas de violências e isolamento e carregam o estigma social e o peso moral que a prostituição implica.

   Esta diversidade de população está relacionada com o tentar ir dando resposta à realidade e esta vai mudando. O perfil das mulheres que trabalham na prostituição tem mudado e temos tentado adaptar-nos a ele. Estar continuamente na rua, abertas às necessidades das pessoas, a isso nos obriga.
   É FÁCIL SER SINAL DE AMOR E ESPERANÇA PARA ESSAS PESSOAS?
   Creio que sim. Alguém dizia que a dor maior dos pobres é que ninguém necessita da sua amizade. Nós tentamos estabelecer vínculos de carinho e amizade com as pessoas, transmitir o amor que cada dia recebemos de Deus. A partir daí, da fé que vivemos e compartilhamos, a esperança se torna possível.

   A vida partilhada com os mais pobres é sempre uma dinâmica pascal, de morte e ressurreição. Nós somos testemunhas de como, no meio de situações de sofrimento e «morte», o Senhor continua a abrir-nos à Vida.
   O QUE É MAIS GRATIFICANTE NO VOSSO TRABALHO DE INTERVENÇÃO SOCIAL? E O MAIS DESMOTIVADOR?
   Sem  dúvida, o mais gratificante é o encontro, o carinho e a relação com as pessoas e ver que isso é transformador, não só para os outros, mas também para nós mesmas. A relação com os pobres remete-nos sempre para o Evangelho e isso é um grande presente. Por isso é difícil saber o que menos nos motiva, porque o fazer caminho com os outros tem as suas luzes e sombras; e isso não produz desmotivação, mas é caminho de vida e amor.
   O TRÁFICO DE PESSOAS É, SEGUNDO O PAPA FRANCISCO, A FORMA MODERNA DE ESCRAVIDÃO. É POSÍVEL ACABAR COM ESTE FLAGELO, QUE VITIMA TANTAS PESSOAS? OU ISSO É UMA UTOPIA?
   Ao longo da história da humanidade foi havendo diferentes formas de escravidão, contra as quais sempre houve homens e mulheres que lutaram e conseguiram a sua abolição. Então, porque não acreditar que se pode acabar com o tráfico de pessoas? É sinal de esperança que em todo o mundo se ergam vozes contra esta praga e que, pouco a pouco, se vá sensibilizando a sociedade. Assim, creio que se pode acabar com ele, embora seja um longo processo.»
«Entrevista retirada da  revista “Mensageiro do Coração de Jesus” – Secretariado Nacional do Apostolado da Oração- de Outubro de 2015, pags.4,5 e 6.»

Abrázame María - Johny Linares "El Misionero" ft. Tony Ruiz

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

"E tu, que farás?": Papa frisa que o futuro da Igreja exige compromisso mais ativo dos leigos



«O Papa acentuou este sábado, em Filadélfia, a necessidade de os leigos e, em particular, as mulheres, serem encorajados a uma participação mais ativa da Igreja, tendo citado a pergunta que o Papa Leão XIII dirigiu a Santa Catarina Drexel: «E tu, que farás?». 
«Sabemos que o futuro da Igreja, numa sociedade em rápida mudança, exigirá – e já agora o exige – um compromisso cada vez mais ativo por parte dos leigos», afirmou Francisco na missa, a que presidiu, com o clero, religiosos e religiosas do estado norte-americano da Pensilvânia. 
As palavras endereçadas a Santa Catarina Drexel (1858-1955, canonizada em 2000 por S. João Paulo II), oriunda de Filadélfia, recordaram-lhe que «cada cristão recebeu, em virtude do Batismo, uma missão», sublinhou o Papa. 
«"E tu, que farás?" É significativo que estas palavras do Papa já idoso tivessem sido dirigidas a uma mulher leiga», apontou Francisco, acrescentando que «um dos grandes desafios que a Igreja tem pela frente» é «promover, em todos os fiéis, o sentido de responsabilidade pessoal pela missão». 
Esta tarefa «exige criatividade para se adaptar às situações em mudança, para levar avante a herança do passado, não primariamente mantendo estruturas e as instituições que também são úteis, mas acima de tudo estando disponíveis para as possibilidades que o Espírito abre». 
O propósito de integrar mais os leigos na missão da Igreja não significa, segundo o Papa, que o clero venha a «transcurar a autoridade espiritual» que lhe foi confiada, «mas discernir e usar sabiamente os múltiplos dons que o Espírito concede à Igreja». 
«De forma particular, significa valorizar a contribuição imensa que as mulheres, leigas e consagradas, deram e continuam a oferecer na vida das nossas comunidades», apontou Francisco.
O questionamento que Leão XIII lançou a Santa Catarina Drexel impeliu-a «a pensar no trabalho imenso que havia para realizar e a dar-se conta de que também ela era chamada a fazer a sua parte». 
«Quantos jovens, nas nossas paróquias e escolas, têm os mesmos ideais elevados, generosidade de espírito e amor a Cristo e à Igreja! Perguntemo-nos: somos nós capazes de os pôr à prova? Somos capazes de os guiar e ajudar a fazer a sua parte?», perguntou o Papa ao clero e religiosos.
Um dos muitos campos de ação da Igreja em que a contribuição de voluntários leigos é imprescindível consiste no apoio a pessoas detidas; Francisco, que como arcebispo de Buenos Aires era visitante frequente de prisões, encontrou-se este domingo, em Filadélfia, com reclusos do Instituto Correcional de Curran-Fromhold. 
«[Cristo] vem ao nosso encontro para nos calçar de novo com a dignidade dos filhos de Deus. Quer ajudar-nos a recompor o nosso andar, retomar o nosso caminho, recuperar a nossa esperança, restituir-nos a fé e a confiança. Quer que regressemos às estradas da vida, sentindo que temos uma missão; que este tempo de reclusão nunca foi sinônimo de expulsão», declarou. 
Depois de afirmar que é «penoso» constatar como por vezes «se geram sistemas prisionais que não procuram curar as chagas, curar as feridas, criar novas oportunidades», o Papa acentuou que o período na prisão «só pode ter um objetivo: estender a mão para retomar o caminho, estender a mão para que ajude à reintegração social». 
«Todos temos alguma coisa de que ser limpos, purificados. Que a consciência disto nos desperte para a solidariedade, para nos apoiarmos e procurarmos o melhor para os outros», assinalou Francisco. 
Também neste domingo, último dia da visita aos EUA, o Papa reuniu-se, à margem do programa da visita previamente divulgado, com três mulheres e dois homens que foram abusados sexualmente quando eram crianças. 
«As palavras não podem exprimir cabalmente o meu lamento pelo abuso que sofrestes. Vós sois filhos preciosos de Deus que deveriam sempre esperar a nossa proteção, o nosso cuidado e o nosso amor. Lamento profundamente que a vossa inocência tenha sido violada por aqueles em quem confiastes. Em alguns casos a confiança foi traída por membros da vossa própria família, noutros casos por padres que tinham a responsabilidade sagrada pelo cuidado da alma. Em todas as circunstâncias, a traição foi uma terrível violação da dignidade humana», disse Francisco às vítimas, em declaração divulgada pela Rádio Vaticano. 
«Para aqueles que foram abusados por um membro do clero, lamento profundamente as vezes que vós ou a vossa família falou do caso para reportar o abuso, mas não vos ouviram ou acreditaram. Por favor, saibam que o Santo Padre ouve-vos e acredita em vós. Lamento profundamente que alguns bispos tenham falhado na sua responsabilidade de proteger as crianças. É muito perturbador saber que, em alguns casos, houve bispos que foram mesmo abusadores. Peço-vos que sigam o caminho da verdade até onde ele conduzir», afirmou. 
«Peço-vos humildemente, e a todos os sobreviventes dos abusos, que fiquem connosco, que fiquem com a Igreja, e que juntos, como peregrinos no percurso da fé, possamos encontrar o nosso caminho para o Pai», concluiu Francisco [tradução SNPC].» 
No encontro que teve, a seguir, com prelados, Francisco prometeu que «todos os responsáveis pelos abusos sexuais a menores serão punidos», e declarou que sentia «vergonha» que esses crimes. 
Missa do Papa com clero, religiosos e religiosas - Filadélfia, 26.9.2015 (publicado no SNPC 27.09.2015»
"Retirado do site -CATEQUESE Hoje-http://www.catequesehoje.org.br"- Um site com brasileiro com muita qualidade!

A CARIDADE PERFEITA



«Ah! compreendo agora que a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, em não se escandalizar com as suas fraquezas, em edificar-se com os mais pequenos actos de virtude que se lhes vir praticar; mas compreendi, sobretudo, que a caridade não deve ficar encerrada no fundo do coração: «Ninguém, disse Jesus, acende uma candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas coloca-a sobre o candelabro para alumiar todos os que estão em casa». Creio que essa luz representa a caridade, que deve iluminar e alegrar, não só os que são mais queridos, mas todos aqueles que estão em casa, sem exceptuar ninguém.
(História de uma Alma, Ms C 12rº)»
"Retirado do Site  http://www.carmelitas.pt , Santa Teresinha do Menino Jesus,  Site Oficial da visita das Relíquias da Santa Teresinha do Menino Jesus a Portugal"