sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Jesus, compadecido, estendeu a mão e tocou-lhe


 
 
«Evangelho segundo S. Marcos 1,40-45.

Naquele tempo, veio ter com Jesus um leproso. Prostrou-se de joelhos e suplicou-Lhe: «Se quiseres, podes curar-me».
Jesus, compadecido, estendeu a mão, tocou-lhe e disse: «Quero: fica limpo».
No mesmo instante o deixou a lepra e ele ficou limpo.
Advertindo-o severamente, despediu-o com esta ordem:
«Não digas nada a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua cura o que Moisés ordenou, para lhes servir de testemunho».
Ele, porém, logo que partiu, começou a apregoar e a divulgar o que acontecera, e assim, Jesus já não podia entrar abertamente em nenhuma cidade. Ficava fora, em lugares desertos, e vinham ter com Ele de toda a parte.

Jesus, compadecido, estendeu a mão e tocou-lhe
Os pobres têm sede de água, mas também de paz, de verdade e de justiça. Os pobres estão nus e têm necessidade de roupas, mas também de dignidade humana e de compaixão para com os pecadores. Os pobres estão sem abrigo e têm necessidade de um abrigo feito de tijolos, mas também de um coração alegre, compassivo e cheio de amor. Eles estão doentes e têm necessidade de cuidados médicos, mas também de uma mão amiga e de um sorriso acolhedor.
Os excluídos, os que são rejeitados, os que não são amados, os prisioneiros, os alcoólicos, os moribundos, os que estão sós e abandonados, os marginalizados, os intocáveis e os leprosos [...], os que estão na dúvida e confusos, os que não foram tocados pela luz de Cristo, os que têm fome da palavra e da paz de Deus, as almas tristes e angustiadas [...], os que são um fardo para a sociedade, os que perderam toda a esperança e a fé na vida, os que se esqueceram como se sorri e os que já não sabem o que é receber um pouco de calor humano, um gesto de amor e de amizade – todos eles se voltam para nós para serem reconfortados. Se lhes viramos as costas, viramos as costas a Cristo.
Comentário do dia: Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade .Carta às suas colaboradoras de 10/04/1974.»

 “Retirado  do site “Evangelho Quotidiano”  de 14-01-2016
http://evangelhoquotidiano.org

«Não são os que têm saúde que precisam do médico, mas os que estão doentes.»


 
 
 
Evangelho segundo S. Marcos 2,13-17.

Naquele tempo, Jesus saiu de novo para a beira-mar. A multidão veio ao seu encontro, e Ele começou a ensinar a todos.
Ao passar, viu Levi, filho de Alfeu, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: «Segue-me». Ele levantou-se e seguiu Jesus.
Encontrando-Se Jesus à mesa em casa de Levi, muitos publicanos e pecadores estavam também à mesa com Jesus e os seus discípulos, pois eram muitos os que O seguiam.
Os escribas do partido dos fariseus, ao verem-n’O comer com os pecadores e os publicanos, diziam aos discípulos: «Por que motivo é que Ele come com publicanos e pecadores?».
Jesus ouviu e respondeu-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam do médico, mas os que estão doentes. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores».

«Não são os que têm saúde que precisam do médico, mas os que estão doentes.»
Há homens fortes [...] que põem a sua confiança na sua própria justiça. De facto, pretendem ser justos por si mesmos e, tendo-se por pessoas superiores, recusaram o remédio e mataram o próprio médico. Não são esses homens fortes os que o Senhor veio chamar, mas os fracos. [...]
Ai de vós, os fortes, que não tendes necessidade de médico! Essa força não vem da vossa saúde mas da vossa insensatez. [...] O Mestre da humildade, que partilhou da nossa fraqueza e nos tornou participantes da sua divindade, desceu do céu para nos mostrar o caminho e ser Ele próprio o nosso caminho. Quis, sobretudo, dar-nos o exemplo da sua humildade [...], para nos ensinar a confessar os nossos pecados, a ser humildes para nos tornarmos fortes, e a fazer nossa aquela palavra do apóstolo Paulo: «Quando sou fraco, então é que sou forte» (2Cor 12, 10). [...]
Pelo contrário, aqueles que se julgam fortes e que pretendem ser justos pela sua própria virtude, «tropeçaram na pedra de tropeço» (Rom 9,32). [...] Foram estes homens fortes que atacaram Cristo, ufanando-se da sua justiça. [...] Eles colocavam-se acima da multidão dos fracos que acorriam ao médico. E porquê? Pela simples razão de que se consideravam fortes. [...] Mataram o médico de todos os homens mas Ele, na sua morte, preparou para todos os doentes um remédio com o seu sangue.
Comentário do dia: Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja  Dos comentários sobre os Salmos
“Retirado  do site “Evangelho Quotidiano” do dia 16-01-2016 -
http://evangelhoquotidiano.org "

A Misericórdia de Deus na Bíblia


terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Miserere mei Deus - University of Utah Singers


Misericórdia e Justiça na Bíblia


Misericórdia e Justiça na Bíblia
«O termo “misericórdia” parece estranho, num mundo em que é moda fazer reivindicações de “justiça” social, pedir “justiça” para os culpados, pedir vingança contra qualquer pequena, real ou aparente… Por isso, o termo e – pior ainda – o seu conteúdo ficaram relegados para o campo religioso e teológico; e mesmo aqui, frequentemente mal entendidos. A misericórdia é uma virtude ameaçada porque é vista com desconfiança, como algo desnecessário, como se a justiça humana fosse capaz de resolver todos os problemas das pessoas.
Herculano Alves
Deste modo, virtudes como misericórdia e compaixão deixaram de fazer parte da linguagem do nosso tempo. No entanto, na Bíblia, o termo misericórdia, e outros a ele associados, são portadores de um conteúdo essencial. De facto, tanto a misericórdia como a justiça, quando bem entendidas, exprimem um traço essencial do rosto do Deus da Bíblia. João Paulo II, na encíclica Rico em misericórdia (Dives in Misericordia, 3), fala desta como medula da ética do Evangelho e ultrapassando, em muito, o que a justiça humana, por si só, não pode fazer.
1. O Deus do Antigo Testamento é “o Pai da misericórdia”. Não podemos dizer que o Deus do Antigo Testamento é o Deus da justiça e o do Novo, revelado em Jesus Cristo, é o Deus da misericórdia. Apesar da linguagem ser muito diferente, o Deus do Novo e do Antigo Testamento é o mesmo; pois há um só Deus. E, já no Antigo Testamento, os tempos do Messias eram vistos como os tempos da paz, da justiça e da renovação do paraíso na terra; também a misericórdia de Deus – revelada no Messias – faria parte deste paraíso.
De facto, o agir de Deus no Antigo Testamento está profundamente marcado por uma dinâmica de misericórdia. O próprio vocabulário do tema foi então “inventado”, tendo o Novo apenas traduzido para grego o vocabulário hebraico do Antigo. Na realidade, a justiça de Deus tem um nome: misericórdia. Quando o pecador peca, que faz Deus? Castiga, mata o pecador? Nada disso. No prato da balança da justiça desequilibrado por causa do pecado, coloca o seu perdão, a sua misericórdia. E assim, o pecador fica justificado – não pelas suas obras, mas pela misericórdia de Deus.
Ora, no Novo Testamento, Jesus não veio revelar outro Deus, mas, simplesmente, tornar mais evidente, mais concreto, esse modo de agir de Deus, que tem pouco a ver com as “justiças” humanas. As atitudes de Jesus são a manifestação visível da «imagem do Deus invisível» (Cl 1,15), que é o «Pai das misericórdias» (2 Cor 1,3) e é «rico em misericórdia» (Ef 2,4). Ele veio revelar a nova justiça, que se chama… misericórdia (Lc 4,18-19; 1,50.54.78). Por isso, comoveu-se diante de todos os sofredores (Mc 1,41); as pessoas dirigiam-se a Ele como fonte de divina misericórdia.
2. A Justiça de Deus e a justiça humana. Quando falamos de justiça, na Bíblia, não a confundamos com a justiça dos tribunais humanos (que é necessária, quando bem administrada), nem com a justiça equitativa e distributiva. A justiça do Deus da Bíblia é a que faz com que as pessoas sejam “justas”, isto é: atuem de tal modo, que agradem a Deus e realizem o nível de vida santa que Deus lhes pede. Dito de outro modo: quando, na balança da justiça, o prato que corresponde à vontade de Deus para cada um de nós, fica paralelo, equilibrado com o que nós fazemos. Se não atingimos esse nível ou equilíbrio, ainda não somos “justos”.
Portanto, em Deus, não há distinção entre justiça e misericórdia. Como não há distinção entre justiça e amor. Estas distinções e separações, fazêmo-las nós. A Bíblia não exclui, mas exige, a justiça humana; esta, porém, só se consegue de modo estável e duradouro mediante a justiça da Bíblia. Por um lado, é fruto da misericórdia de Deus (o único que nos torna justos); por outro, leva a humanidade a realizar, com muito maior profundidade e eficácia, os diferentes tipos de justiça humana. Sem a justiça de Deus, a justiça humana é pouco “justa” e até deficiente. Por outras palavras: sem os olhos voltados para o Deus justo, cuja justiça é misericórdia, as sentenças dos nossos tribunais serão sempre muito imperfeitas e mesmo injustas; sem o Deus da misericórdia, são frágeis os modos humanos de fazer justiça.
É neste sentido que Paulo fala dos combates do cristãos com as «armas de justiça» (Rm 6,13; ver 1 Tm 6,12; 2 Tm 4,7). Isto é, o cristão não é um homem ou mulher de armas na mão – como infelizmente acontece noutras religiões – mas deve, sim, levar em todo o seu viver estas «armas de justiça»: realizar o projeto de Deus a seu respeito, como lhe é revelado no Evangelho de Jesus.
Tal justiça é a que Jesus prega aos fariseus, quando lhes deita em cara o facto de apenas se interessarem pela aparência exterior das suas ações, por uma justiça e santidade aparentes, enquanto, por dentro, procuram os seus interesses mesquinhos: «Ai de vós», que colocais de lado o mais importante da Lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade (Mt 23,23; ver Lc 10,37). É essa misericórdia e “justiça” que Ele ressalta na parábola do bom samaritano, assim como nas dos “perdidos e achados” de Lucas 15.
3. Justiça e aliança. Para o povo de Israel, a noção de justiça baseia-se na revelação fundamental que Deus lhe faz: a aliança. A teologia da aliança é o centro de gravidade da Bíblia: «O Senhor, nosso Deus, concluiu uma aliança connosco no Horeb. Não foi com os nossos pais que o Senhor concluiu esta aliança, mas connosco que estamos aqui todos vivos hoje» (Dt 5,2-3; ver 4,23; 9,9).
Esta aliança é consequência de uma eleição, uma escolha muito particular e gratuita de Deus, pois Israel não teve nenhum mérito em ter sido escolhido. O próprio Deus atesta que a origem da eleição está no seu amor e na fidelidade ao juramento feito a seus pais: «Porque amou os teus antepassados e escolheu a sua descendência depois deles...» (Dt 4,37; ver 7,7-8; 10,15).
Não é a justiça de Israel o motivo da escolha divina: «Não digas no teu coração: “Foi pelo meu mérito que o Senhor me introduziu na posse deste país” (….). Não é pelo teu mérito, nem pela retidão do teu coração que entrarás na posse das suas terras, mas devido à maldade desses povos é que o Senhor, teu Deus, os desalojará diante de ti, para cumprir a palavra que jurou aos teus pais, Abraão, Isaac e Jacob. Fica, pois, a saber que não é pelo teu mérito que o Senhor, teu Deus, te dará a posse dessa terra ótima, porque sois um povo de dura cerviz» (Dt 9,4-6).
A eleição de Israel não é, portanto, a recompensa pela sua justiça, mas uma responsabilidade de “justiça” face aos outros povos, a fim de ser para eles o modelo de relação com Deus.
A aliança, sendo o efeito da justiça/misericórdia do Senhor, torna-se o fundamento da justiça de Israel. Por isso, constitui uma vocação permanente à fidelidade de Deus e resposta à sua eleição; é completamente gratuita, alheia a critérios de mérito, recompensa ou sanção. O Senhor não é justo porque dá a cada um o que lhe é devido; é justo porque iniciou uma “relação de justiça”, na aliança, e porque ama o outro, alheio a qualquer reconhecimento, rejeição ou abandono.
Os profetas falam deste tipo de justiça utilizando a imagem de um processo de tipo judicial (rîb). Mas, como se trata da aliança, o processo não se realiza nos tribunais: acontece entre as duas partes em causa, a fim de encontrarem uma solução que resolva o diferendo entre as pessoas e Deus. Deus não assume a posição de juiz, mas de “justo” inocente, que expõe a sua queixa, devido à infidelidade de Israel: «Porque Eu quero a misericórdia e não os sacrifícios, o conhecimento de Deus mais que os holocaustos» (Os 6,6).
O profeta Jeremias faz eco desta queixa do Senhor, quando afirma: «Assim fala o Senhor: “Não se envaideça o sábio do seu saber, nem o forte da sua força, nem se glorie o rico da sua riqueza! Aquele, porém, que se quiser gloriar, glorie-se nisto: em ter entendimento e conhecer-me a mim, que Eu sou o Senhor, que exerço a misericórdia, o direito e a justiça sobre a terra. Nisto me comprazo» (Jr 9,22-23).
- É próprio de Deus usar de misericórdia e, nisto, se manifesta de modo especial a sua omnipo-tência»5. Estas palavras de São Tomás de Aquino mostram que a misericórdia divina não é, de modo algum, um sinal de fraqueza, mas a qualidade da omnipotência de Deus. É por isso que a liturgia, numa das suas coletas mais antigas, convida a rezar assim: «Senhor, que dais a maior prova do vosso poder quando perdoais e Vos compadeceis…». Deus permanecerá para sempre na história da humanidade como Aquele que está presente, Aquele que é próximo, providente, santo e misericordioso. «Paciente e misericordioso» é o binómio que aparece, frequentemente, no Antigo Testamento para descrever a natureza de Deus. O facto de Ele ser misericordioso encontra um reflexo concreto em muitas ações da história da salvação, onde a sua bondade prevalece sobre o castigo e a destruição. Os Salmos, em particular, fazem sobressair esta grandeza do agir divino […] Em suma, a misericórdia de Deus não é uma ideia abstrata mas uma realidade concreta, pela qual Ele revela o seu amor como o de um pai e de uma mãe que se comovem pelo próprio filho até ao mais íntimo das suas vísceras. É verdadeiramente caso para dizer que se trata de um amor «visceral». Provém do íntimo como um sentimento profundo, natural, feito de ternura e compaixão, de indulgência e perdão.
- A misericórdia torna a história de Deus com Israel uma história da salvação. O facto de repetir continuamente «eterna é a sua misericórdia», como faz o Salmo 136, parece querer romper o círculo do espaço e do tempo para inserir tudo no mistério eterno do amor. É como se se quisesse dizer que o homem, não só na história mas também pela eternidade, estará sempre sob o olhar misericordioso do Pai. Não foi por acaso que o povo de Israel quis inserir este Salmo – o «grande hallel», como lhe chamam – nas festas litúrgicas mais importantes. (Papa Francisco, Bula do Jubileu, 4-5)»
Retirado do Site dos Franciscanos Capuchinhos:http://www.capuchinhos.org em 12-01-2016.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Creo en Dios (Rap Cristiano de futuro sacerdote) HD


Heureux, Bienheureux


Rendons gloire à notre Dieu


JESUS CRISTO, O ROSTO MISERICORDIOSO DE DEUS-PAI



«Parábola do Pai Misericordioso

Iniciamos esta série de exclusivos de Lucas, com a parábola da misericórdia por excelência. Vulgarmente é chamada "parábola do filho pródigo", mas deve ser chamada parábola do pai misericordioso.
JESUS CRISTO, O ROSTO MISERICORDIOSO DE DEUS-PAI
Entre os humanos, misericórdia designa sentimento de compaixão ou de benevolência suscitado pela miséria ou desgraça alheia. A Bíblia entende a misericórdia de Deus, não tanto a partir dos sentimentos, mas a partir da sua fidelidade à aliança.
A força impulsionadora da misericórdia é o amor compassivo e afectuoso de Deus conforme à aliança que Ele por bondade estabeleceu com o seu povo. Através de Jesus, a aliança de Deus estendeu-se a toda a humanidade. A sua misericórdia voltou-se para os humanos, radicalmente incapazes de se salvarem.
Assim, «Cristo (...) revela Deus "rico em misericórdia". (...) Tornar presente o Pai como amor e misericórdia constitui na consciência do próprio Cristo ponto fundamental do exercício da sua missão messiânica. (...). Baseando-se neste modo de manifestar a presença de Deus (...), Jesus faz da misericórdia um dos principais temas da sua pregação.
Como de costume, também neste ponto ensina antes de mais «em parábolas», porque elas exprimem melhor a própria essência das coisas. Basta recordar a parábola do filho pródigo. (...) Numerosas são ainda as passagens do ensinamento de Cristo que manifestam o amor e a misericórdia sob um aspecto sempre novo. (...)
O evangelista que trata de modo particular estes temas do ensino de Cristo é SÃO LUCAS, cujo evangelho mereceu ser chamado o evangelho da misericórdia.» (JOÃO PAULO II, Encíclica Dives in misericordia, 3. Daqui em diante, utilizamos a sigla: DM).
A PARÁBOLA DO PAI MISERICORDIOSO
Se é especialmente com parábolas que Jesus revela e ilustra a misericórdia de Deus, entre elas sobressai "a parábola da misericórdia" por excelência, em Lc 15, 11-32. Costuma-se chamar "parábola do filho pródigo"; na realidade, é a parábola do pai misericordioso para com os dois filhos.
É nela que a «essência da misericórdia divina aparece de modo particularmente límpido. (...) A parábola do filho pródigo exprime de maneira simples mas profunda (...) a mais concreta expressão da obra do amor e da presença da misericórdia no mundo humano» (JOÃO PAULO II, DM, 5 e 6).
Por isso, para fazer emergir Jesus como o rosto misericordioso de Deus Pai, concentramos nela a nossa reflexão. Aprofundamos os seus níveis de sentido por meio do método da lectio divina, seguindo os seus degraus clássicos. O percurso da lectio divina faz com que, ao longo das várias etapas, a Palavra trabalhe o coração do leitor, lhe dê sabedoria e vá melhorando pouco a pouco a sua vida.
PARÁBOLA DO PAI MISERICORDIOSO (ou do filho pródigo)
(Lucas 15,1-3. 11-31)
1Aproximavam-se dele todos os cobradores de impostos e pecadores para o ouvirem. Mas os fariseus e os doutores da lei murmuravam entre si, dizendo: «Este acolhe os pecadores e come com eles." Jesus propôs-lhes, então, esta parábola: [...]
11«Um homem tinha dois filhos. 12 O mais novo disse ao pai: 'Pai, dá-me a parte dos bens que me corresponde.' E o pai repartiu os bens entre os dois.
13Poucos dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e por lá esbanjou tudo quanto possuía, numa vida desregrada. 14Depois de gastar tudo, houve grande fome nesse país e ele começou a passar privações. 15Então, foi colocar-se ao serviço de um dos habitantes daquela terra, o qual o mandou para os seus campos guardar porcos. 16 Bem desejava ele encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. 17E, caindo em si, disse: 'Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! 18 Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e vou dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti; 19 já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus jornaleiros.' 20 E, levantando-se, foi ter com o pai.
Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos.
21 O filho disse-lhe: 'Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho.'
22 Mas o pai disse aos seus servos: 'Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha; dai-lhe um anel para o dedo e sandálias para os pés.
23 Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos, 24 porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado.' E a festa principiou.
25 Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se de casa ouviu a música e as danças. 26 Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. 27 Disse-lhe ele: 'O teu irmão voltou e o teu pai matou o vitelo gordo, porque chegou são e salvo.' 28 Encolerizado, não queria entrar; mas o seu pai, saindo, suplicava-lhe que entrasse. 29 Respondendo ao pai, disse-lhe: 'Há já tantos anos que te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos; 30 e agora, ao chegar esse teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, mataste-lhe o vitelo gordo.'
31 O pai respondeu-lhe: 'Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. 32 Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; estava perdido e foi encontrado.'» (Lc 15,1-3.11-31)
"LECTIO DIVINA" DA PARÁBOLA DO PAI MISERICORDIOSO
A leitura divina é um exercício de leitura orante e meditação contemplativa duma passagem da Sagrada Escritura, acolhida na fé como Palavra de Deus, sob a acção do seu Espírito. Esta forma de leitura da Bíblia faz subir o leitor crente pelos sucessivos degraus do sentido desse texto: do texto para Deus e de Deus para a vida:
● o leitor começa pela lectio propriamente dita ou leitura;
● esta leva-o espontaneamente para a meditatio (meditação),
● que progride para a oratio (oração)
● ou se expande no patamar da contemplatio (contemplação);
● tudo isto tende a transformar-se em vida, na actio (acção) quotidiana.
OS DEGRAUS DA "LECTIO DIVINA"
Geralmente, costumam "subir-se" estes cinco degraus, como fazemos aqui:
1. a leitura procura o sentido do texto no seu contexto original, literário e religioso;
2. a meditação encontra o sentido para a minha vida, hoje;
3. a contemplação saboreia o atributo de Deus proposto pela passagem bíblica;
4. a acção traduz em actos a vontade de Deus "assim na terra como no céu";
5. a oração responde à Palavra de Deus e pede força para viver a sua mensagem.
Para uma apresentação mais completa deste método de leitura da Bíblia, ver A. dos S. VAZ, A arte de ler a Bíblia: em louvor da lectio divina (Fundação 'Ajuda à Igreja que sofre' - Edições Carmelo; Lisboa - Paço de Arcos 2002). Neste artigo só deixamos o indispensável para a lectio divina de Lucas 15,11-32.
1. Leitura compreendida (Lectio)
O primeiro degrau da lectio divina intenta perceber a mensagem que o texto queria comunicar aos leitores daquele tempo. Para isso, convém tomar consciência do género de texto usado para a comunicar.
As características literárias desta narrativa apontam para uma parábola. Por estar em forma de história e recorrer a imagens e figuras concretas, o relato em forma de parábola causa impacte na imaginação e nos sentimentos do ouvinte. A sua significação deve ser buscada para lá do que ela conta literalmente. Num jogo de sobreposições, uma história significante vai fazendo emergir outra história significada: por exemplo, na parábola do semeador as diversas produções da semente sugerem os efeitos da Palavra de Deus (ver Mt 13,3-9.18-23).
Típico da parábola narrativa é surpreender o leitor com uma situação fora do comum: um patrão que paga o mesmo salário por uma e por doze horas de trabalho (Mt 20,1-16), um proprietário que elogia a astúcia desonesta do seu administrador (Lc 16,1-8), um pai que acolhe em festa o filho esbanjador e debochado... E geralmente é provocante, envolvendo o ouvinte nas redes da trama narrativa (veja 2 Sm 12,1-14).
Ao transportar o ouvinte para outro mundo, a alteridade divina vem ao seu encontro de modo surpreendente. Sugere superar a forma demasiado humana de ver Deus, baseada no mérito e demérito relativamente ao cumprimento da Lei. Insinua que a justiça de Deus não assenta em leis de equidade distributiva, comutativa ou reivindicativa e só tem um nome: amor e misericórdia. É isso o que revela de Deus a parábola do pai misericordioso.
À procura da sua mensagem, impõe-se perguntar desde logo: porquê a narrativa põe em cena dois filhos e não um ou três? E porquê um mais novo e outro mais velho? Um primeiro nível de resposta parece simples. São dois, porque Lucas diz na introdução à parábola (vv.1-3) que «os cobradores de impostos e os pecadores se aproximavam de Jesus», enquanto «os fariseus e os escribas murmuravam» dele. Cada um dos dois filhos quer, pois, ilustrar o comportamento destes dois grupos de pessoas na sua relação mútua e com Jesus/Deus:
:: O filho mais novo representa «os cobradores de impostos e os pecadores» (vv.1-2). Ou seja: a outra parte do mundo da qual os judeus observantes de então se distinguiam, eles que dividiam o mundo em dois grandes blocos: nós, os eleitos, e os outros, os pecadores. Estes são representados pelo filho mais novo, porque, tal como ele, tinham entrado mais tarde na lógica das promessas divinas e da aliança de Deus com o seu povo.
:: O filho mais velho representa «os fariseus e os escribas», que se julgavam justos, porque cumpridores da Lei de Moisés e herdeiros das promessas divinas desde Abraão; por isso, consideravam que a salvação lhes era devida. Para estes doutores da Lei (pelo menos enquanto audiência) ia inteirinha a parábola, como resposta imediata à sua murmuração contra Jesus; ao mesmo tempo, acenava com a misericórdia de Deus aos pecadores, para que se arrependessem.
:: A mensagem da parábola vai continuar a emergir, à medida que formos subindo para sucessivos degraus desta lectio divina.
2. Meditação (Meditatio)
Neste patamar, interrogo-me: Que quer dizer a parábola para mim? Meditando-a, sou induzido a pensar que ela me diz respeito, como um pedaço da minha vida real. É um pouco da história da minha vida. E torna-se eficaz quando me deixo interpretar por ela, quando me identifico com as atitudes das personagens ou de uma delas, que podem ter muito em comum com as minhas.
:: Às vezes na vida pareço-me ao filho mais novo, embora sem o corte radical que a parábola descreve. Ele fez uma aposta errada na roleta da vida e perdeu tudo. Chegado a um beco sem saída, só tinha uma alternativa ao desespero: fazer o caminho de retorno. Tomou a decisão correcta, "dando a volta" à sua situação miserável e voltando ao seio do pai. Foram a meditação e a oração que o repuseram no caminho direito: «Caindo em si, disse: "Irei ter com meu pai e dir-lhe-ei: pai, pequei contra o céu e contra ti".»
A atitude lúcida de pôr-se a caminho da casa do pai corresponde à essência da boa-nova de Jesus: «Arrependei-vos e acreditai no evangelho» (Mc 1,15; Mt 3,2). Esta metanoia ou conversão é um deixar de olhar para o passado e um voltar-se para o futuro, iniciando uma vida nova. A autêntica declaração feita diante do pai é uma das mais sentidas formulações bíblicas da confissão dos pecados. Mas  note-se  o que o salvou o filho não foi a confissão; foi o amor entranhado do pai, expresso no seu abraço, nos beijos efusivos e no acolhimento afectuoso, ainda antes da confissão do filho.
O filho mais novo é o tipo de pessoa que goza a vida e gosta de a sorver às mãos cheias, querendo desfrutar dela depressa, mesmo que para se satisfazer tenha de servir-se de tudo e de todos. É protótipo dos marginais, dos incrédulos, dos proscritos da sociedade, daqueles que não se permitem o luxo de amar... mas que, quando se emendam, têm grande capacidade de fazer festa, conscientes de que todos os prazeres juntos não têm sentido em comparação com a alegria que sentem na casa do pai. Este filho, não sendo imitável na dilapidação dos dons paternos, é de seguir na «determinada determinação» de não ficar encarcerado na miséria e de se acolher à misericórdia do pai.
:: Outras vezes na minha vida pareço-me ao filho mais velho, descrito como fiel cumpridor das ordens do pai. O seu problema era pensar a relação com ele segundo a lógica do contrato, em vez da lógica do amor. Calculista, era incapaz de amar gratuitamente, dando importância a coisas materiais: «nunca me deste um cabrito...» Nessa concepção mesquinha da vida, quando as coisas não correm perfeitas, não se pode ser senão ressentido. E enquanto houver ressentimento não se pode ser feliz. Ele estava bloqueado pelos seus mecanismos de defesa, especialmente pelo cumprimento meticuloso dos deveres, que lhe dava orgulho e sentido de perfeição própria. Esse rigor esterilizou nele a capacidade para compreender o amor. O encerramento dentro de si próprio cegava-o para a ternura do pai e dava lugar ao rancor. Não percebia que 'amor só com amor se paga' (e que isso não é propriamente uma paga); nem que a sua maior recompensa era estar permanentemente na casa do pai e em comunhão com ele.
E eu? Dou porque me é dado e para que me seja dado, ou dou como exteriorização de um amor interior? A figura do filho mais velho ilustra este drama de cada pessoa nas suas multiformes relações.
:: O essencial da parábola é o festival da misericórdia, promovido pelo pai, pródigo de amor. De facto, a história de cada filho termina de forma idêntica, com um apelo efusivo do pai à necessidade de fazer festa, como forma subtil de perdoar sem fazer alarde de tão generoso acto.
Em relação ao filho pródigo, a misericórdia do pai não humilha. Ele nem sequer menciona a absolvição: acolhe sem condições e sem censurar o desatino do filho. A decisão de fazer festa brota de sentimentos interiores: comoveu-se nas suas entranhas – «entranhadamente comovido», diz o texto. Vê-lo ao longe, correr ao seu encontro, lançar-se-lhe ao pescoço e cobri-lo de beijos é como introduzi-lo outra vez nas próprias entranhas e gerar de novo esse filho desfeito. O pai é como que tocado no seio maternal, que gera a vida; o seu amor é total e implica todas as dimensões: amor paterno, materno e de amigo. Enquanto tal, é criativo e regenerador: por isso, poderá dar de novo a vida ao filho que «estava morto».
Essa regeneração acontece através da misericórdia. Perdoando, cancela objectivamente a ofensa e dá uma oportunidade completamente nova. O perdão e a alegria do pai anulam o pecador e fazem renascer o filho. Olha para o filho, não para o seu pecado. A sua atitude de amor extremo e extremoso deixa entender que é na misericórdia acolhedora que está o limite para a violência.
:: À luz disto, a minha postura será deixar-me ser filho perante um pai tão generoso.
3. Contemplação (Contemplatio)
Nesta etapa, subimos do texto até Deus. E a nossa atenção dirige-se para o seguinte: Qual a relação desta narrativa com Deus? Já vimos que se trata de uma parábola; ora, este género literário não deixa soar o nome de Deus uma única vez. Mas Ele pode ser contemplado por trás de cada uma das palavras e das atitudes do pai desta história, pois revela-se nelas. O comportamento do pai traduz o plano de reconciliação de Deus enquanto Pai misericordioso, realizado pelo Filho. A parábola encerra a essência do Evangelho de Jesus e do cristianismo, pois vela e desvela a imagem do verdadeiro Deus.
Antes de Jesus, os profetas e os sábios tinham anunciado um Deus bondoso, criador, libertador, fiel, suma Verdade, fonte de Vida. Mas o grande feito da história da salvação é outro: «Há mais alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento» (v. 7). Esta é a suprema revelação de Jesus: que Deus é Amor apaixonado, mesmo por quem não o merece; é Misericórdia.
A MISERICÓRDIA DE DEUS-PAI
O traço distintivo da revelação de Jesus foi o inconcebível: a possibilidade de acesso à salvação por parte de toda a espécie de malfeitores, desde que O amem. A misericórdia de Deus em Jesus Cristo revelou ao mundo uma nova forma de se relacionar com Deus: já não precisa de contar com os próprios méritos, bastando-lhe confiar na bondade gratuita de Deus.
Como a parábola também é uma crítica às autoridades religiosas judaicas do tempo, representadas no filho mais velho, a mensagem comunicada também soa assim: Deus alegra-se quando aquele que "estava perdido foi recuperado"; garantidamente, vai à procura e ao encontro dos perdidos. E a simples possibilidade de o seu perdão ser acolhido é motivo de festa.
O modo de ser do Deus de Jesus fica ulteriormente ilustrado pelas posturas dos filhos. O mais novo estava disposto a renunciar ao nome de "filho" e a aceitar a condição de "assalariado" bem pago («trata-me como um dos teus jornaleiros»: v.19), imaginando que o pai poderia comportar-se como um patrão. O mais velho fala do pai como de um patrão a cujo serviço trabalha como escravo: «Há já tantos anos que te sirvo [douléuô = como escravo]...». Realmente, a ideia que no tempo de Jesus todos os fiéis observantes das leis judaicas tinham de Deus era a de um patrão que paga equitativamente o merecido, não a de um pai misericordioso que dá por magnanimidade.
:: Com a parábola do pai misericordioso encontramo-nos perante um novo ponto de partida nas relações de Deus com o homem.
4. Em vista da acção (Actio)
Como acabamos de ver, a leitura divina faz o leitor subir do texto até Deus, mas também o faz descer até à vida concreta.
Por força da insistência na justiça e nos direitos das pessoas, impera hoje uma mentalidade que induz os que falam de misericórdia a sentirem-se quase envergonhados. Perante isto, os cristãos não podem deixar esvaziar de conteúdo a misericórdia, que é a fina-flor das relações sociais e o meio mais eficaz da transformação do ser humano e da sociedade. O pedido e a oferta de perdão não são sintoma de fraqueza, mas de grandeza de alma, e incarnação de uma atitude divina na sociedade humana: só o perdão é capaz de libertar do ódio e da violência, tornando a pessoa livre. Às vezes só a misericórdia consegue romper a espiral de inimizades, agressões e conflitos interpessoais, em círculo estreito ou em larga escala.
Nessa linha de acção, o direito, a justiça e a misericórdia não são contraditórios mas complementares: A misericórdia autêntica é, por assim dizer, a fonte mais profunda da justiça. Em certo sentido, também é a mais perfeita incarnação da "igualdade" entre os homens e, por conseguinte, a incarnação mais perfeita da justiça. O mundo dos homens só se tornará mais humano se introduzirmos no quadro multiforme das relações interpessoais e sociais, juntamente com a justiça, o "amor misericordioso" que constitui a mensagem messiânica do Evangelho,
É evidente que exigência tão generosa em perdoar não anula as exigências objectivas da justiça. A justiça bem entendida constitui, por assim dizer, a finalidade do perdão. O perdão manifesta que, além do processo de "compensação" e de "trégua", que é a característica da justiça, é necessário o amor para que o homem se afirme como homem. Ao analisarmos a parábola do filho pródigo, dirigíamos a atenção para o facto de que aquele que perdoa e o que é perdoado se encontram num ponto essencial, que é a dignidade, o valor essencial do homem, e cuja afirmação ou reencontro é origem da maior alegria (JOÃO PAULO II, DM 14).
O verdadeiro significado da misericórdia não consiste apenas no olhar... com que se encara o mal moral, físico ou material. A misericórdia manifesta-se com a sua fisionomia característica quando reavalia, promove e sabe tirar o bem de todas as formas de mal existentes no mundo e no homem (Idem, 6).
A misericórdia de Deus, experimentada com anterioridade, deveria ter como consequência a misericórdia dos humanos entre si, como resposta agradecida: «não deverias tu também ter tido misericórdia do teu companheiro como eu tive misericórdia de ti?» – diz-se noutra parábola, a do servo sem misericórdia (Mt 18,23-35).
:: A eficácia do amor misericordioso de Deus no ser humano redimido demonstra-se para o exterior no espírito do amor fraterno
MAIS UM DEGRAU, QUANDO DE FAZ EM GRUPO
Colação (Collatio)
Se a leitura orante se faz em grupo, a meditação transforma-se em partilha de ideias e de sentimentos suscitados pelo texto. E temos mais este degrau...
Aqui ficam algumas provocações para reagir em grupo.
A parábola incide na postura final de cada filho face ao pai, tendo em conta que as situações de ambos se viram durante a narração: o filho mais novo parte como depravado, mas arrepende-se; o filho mais velho parte como cumpridor da vontade do pai, mas endurece o coração em relação a ele e ao irmão.

:: Por qual dos irmãos tem mais simpatia?
:: E com qual deles se identifica mais?
:: Uma vez lançado ladeira abaixo, como o filho pródigo, haverá forças e oportunidade para travar a tempo de evitar o precipício
5. Oração (Oratio)
Uma boa forma de terminar uma sessão de leitura orante da Bíblia em grupo é com a oração, que responde ao Deus que se revela no texto. Esta que propomos, invoca-o como Pai misericordioso:
Pai, "rico em misericórdia", (Ef 2,4)
permite que a escuta assídua da tua Palavra
me oriente para ti

e me dê o sentido de abertura à tua graça.
"Pela tua grande misericórdia,

gera-me de novo para uma esperança viva". (1 Pe 1,3)
Que "a lei do Espírito que dá vida em Cristo Jesus", (Rm 8,2)

me faça perceber as surpresas do teu amor misericordioso,
para eu ver que a verdadeira liberdade

só existe em comunhão com a tua vontade. (...)»
Publicação retirada do site dos Franciscanos Capuchinhos em 2015http://www.capuchinhos.org/

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Come to Jesus


"Deus fez-se pequeno. Este é o grande mistério"


 
“Na audiência geral desta manhã, a última de 2015, o Papa Francisco fez presente a devoção ao Menino Jesus e recordou alguns santos que tiveram esta mesma devoção ao longo da sua vida.
Perante milhares de fiéis e sob um frio intenso Francisco afirmou que "o protagonista do presépio nesses dias" é o próprio Deus. O Papa afirmou que "muitos santos e santas cultivaram essa devoção, como por exemplo Santa Teresa de Lisieux, que como monja carmelita escolheu o nome de Teresa do Menino Jesus. Ela soube viver aquela infância espiritual que se assimila justamente meditando a humildade de Deus que se fez pequeno por nós", afirmou.
"E este é um grande mistério, Deus é humilde! Nós que somos orgulhosos, repletos de vaidade e acreditamos ser grandes, não somos nada! Ele é grande, é humilde e faz-se criança. Este é um verdadeiro mistério!" lembrou o Papa reafirmando a ideia de que "toda a vida terrena de Jesus é revelação e ensinamento, sendo a morte e ressurreição a expressão máxima do seu amor redentor".
Francisco disse que "para crescer na fé é necessário contemplar com mais frequência o Menino Jesus, não obstante se saiba pouco da sua infância: da apresentação ao Templo e a visita dos Reis Magos, há um salto de doze anos até a peregrinação de Jesus com Maria e José para a Páscoa". No entanto, afirmou que "podemos aprender muito de sua vida se olharmos para o modo de ser das crianças".
O Papa explicou, então, um pouco do agir e pensar dos mais novos:
"Antes de tudo, elas querem a nossa atenção e precisam dela para se sentirem protegidas. É necessário também para nós colocar Jesus no centro da nossa vida e, mesmo que possa parecer paradoxal, saber que temos a responsabilidade de protegê-lo. Ele quer estar entre nossos braços, deseja ser acudido e poder fixar o seu olhar no nosso."
Diante de Deus Menino colocar-se ao serviço
No final da sua catequese o Papa convidou os presentes a "diante de Jesus" se sentirem chamados a abandonar a pretensão de autonomia - este é o nó da questão -, para acolher a verdadeira forma de liberdade, que consiste em conhecer quem temos diante de nós e servi-lo: é o Filho de Deus. Ele veio para nos mostrar a face do Pai rico de amor e de misericórdia. Coloquemo-nos a seu serviço", exortou o Papa.
O final o Papa deixou um desafio: "aproximem-se do presépio e beijem o Menino Jesus, pedindo a graça: «Jesus, quero ser humilde como Tu, humilde como Deus».
Educris com Rádio Vaticano”
“Retirado da -newsletter  da EDUCRIS de 31-12-2015 -newsletter@educris.com "

Feliz Ano Novo 2016


«Deus vai mostrar em ti, Jerusalém, o seu esplendor a toda a criatura que há debaixo do céu. Deus te dará para sempre este nome: «Paz da justiça e glória da piedade». Bar 5,3-4
 
Neste Ano Novo, que o Menino Deus traga a Paz, a Alegria e a Misericórdia a todos nós. Que a Sua Luz brilhe no nosso rosto e em todo nosso agir. Estes são os votos do Blog Catequese Missionária.