sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Wake up the world - (Rejoice Cover)

"Acorda, acorda o mundo e canta Aleluia! A alegria de Deus é a nossa força, Aleluia! Alegria na Terra e no Céu! Senhor Jesus, vem!"

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Santo Natal e Feliz Ano Novo 2022 !


"O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo: Maria, sua Mãe, noiva de José, antes de terem vivido em comum, encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo.Mas José, seu esposo, que era justo e não queria difamá-la, resolveu repudiá-la em segredo.

Tinha ele assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o anjo do Senhor, que lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo.

Ela dará à luz um Filho, e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados».

Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor anunciara por meio do Profeta, que diz:

«A Virgem conceberá e dará à luz um Filho, que será chamado Emanuel, que quer dizer Deus connosco».

Quando despertou do sono, José fez como o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu sua esposa." 

Mt 1,1-18

Que Deus Menino, que se fez tão próximo e que nos quer salvar, se encontre contigo hoje no teu coração, e permaneça para sempre. Ámen.

São os votos do blog catequese missionária para este Natal e Novo Ano 2022 !

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

“Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste!”


MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA A XXXVI JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

21 de novembro de 2021

“Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste!” (cf. At 26, 16)

 Queridos jovens,

Gostaria de tomar-vos pela mão, mais uma vez, para continuarmos juntos na peregrinação espiritual que nos conduz rumo à Jornada Mundial da Juventude de Lisboa em 2023.

No ano passado, pouco antes de se propagar a pandemia, assinava a mensagem cujo tema era «Jovem, Eu te digo, levanta-te!» (cf. Lc 7, 14). Na sua providência, o Senhor já queria preparar-nos para o desafio duríssimo que estávamos para viver.

O mundo inteiro teve de defrontar-se com o sofrimento causado pela perda de tantos entes queridos e pelo isolamento social. A emergência sanitária impediu também a vós jovens – por natureza projetados para o exterior – de sair para irdes à escola, à universidade, ao trabalho, para vos encontrardes… Vistes-vos em situações difíceis, que não estáveis acostumados a gerir. Aqueles que estavam menos preparados e desprovidos de apoio sentiram-se desorientados. Em muitos casos, surgiram problemas familiares, bem como desemprego, depressão, solidão e vícios; para não falar do stresse acumulado, das tensões e explosões de raiva, do aumento da violência.

Mas, graças a Deus, este não é o único lado da moeda. Se a provação pôs a descoberto as nossas fragilidades, fez emergir também as nossas virtudes, nomeadamente a predisposição à solidariedade. Em toda a parte, vimos tantas pessoas, incluindo muitos jovens, a lutar pela vida, semear esperança, defender a liberdade e a justiça, ser artífices de paz e construtores de pontes.

Quando cai um jovem, de certo modo cai a humanidade. Mas também é verdade que, quando um jovem se levanta, é como se o mundo inteiro se levantasse. Queridos jovens, que grande potencialidade tendes nas vossas mãos! Que força trazeis nos vossos corações!

Por isso, hoje, Deus diz a cada um de vós mais uma vez: «Levanta-te!» Espero de todo o coração que esta mensagem ajude a preparar-nos para tempos novos, para uma página nova na história da humanidade. Mas não há possibilidades de recomeçar sem vós, queridos jovens. Para levantar-se, o mundo precisa da vossa força, do vosso entusiasmo, da vossa paixão. É neste sentido que gostaria de meditar, juntamente convosco, sobre o trecho dos Atos dos Apóstolos onde Jesus diz a Paulo: «Levanta-te! Constituo-te testemunha do que viste» (cf. At 26, 16).

Paulo, testemunha diante do rei

O versículo que serve de inspiração ao tema do Dia Mundial da Juventude de 2021 encontra-se no testemunho de Paulo diante do rei Agripa, no tempo em que estava detido na prisão. Outrora inimigo e perseguidor dos cristãos, agora é julgado precisamente pela sua fé em Cristo. À distância de vinte e cinco anos dos factos, o Apóstolo conta a sua história e o episódio fundamental do seu encontro com Cristo.

Paulo confessa que, no passado, perseguira os cristãos, até que um dia, quando ia a Damasco para prender alguns deles, uma luz «mais brilhante do que o Sol» o envolveu, a ele e aos seus companheiros de viagem (cf. At 26, 13), mas só ele ouviu «uma voz»: falou-lhe Jesus, chamando-o pelo nome.

«Saulo, Saulo!»

Aprofundemos, juntos, o acontecimento. Ao chamá-lo pelo nome, o Senhor faz saber a Saulo que o conhece pessoalmente. É como se lhe dissesse: «Sei quem és, sei o que estás a tramar, mas, não obstante isso, é precisamente a ti que estou a falar». Pronuncia o seu nome duas vezes, querendo significar uma vocação especial e muito importante, como fizera com Moisés (cf. Ex 3, 4) e com Samuel (cf. 1 Sam 3, 10). Caindo por terra, Saulo reconhece que é testemunha duma manifestação divina, duma revelação vigorosa, que o transtorna mas sem o aniquilar; pelo contrário, interpela-o usando o nome.

Com efeito, só muda a vida um encontro pessoal, não anónimo, com Cristo. Jesus mostra que conhece bem Saulo, que «o conhece intimamente». Embora Saulo seja um perseguidor, embora haja ódio no seu coração contra os cristãos, Jesus sabe que isso se fica a dever à ignorância e quer manifestar nele a sua misericórdia. Será precisamente esta graça, este amor imerecido e incondicional, a luz que transformará radicalmente a vida de Saulo.

«Quem és tu, Senhor?»

Perante esta presença misteriosa que o chama pelo nome, Saulo pergunta: «Quem és tu, Senhor?» (At 26, 15). Trata-se duma questão extremamente importante, e todos nós mais cedo ou mais tarde na vida a devemos colocar. Não basta ter ouvido outros a falarem de Cristo; é necessário falar com Ele pessoalmente. No fundo, rezar é isto. É falar diretamente com Jesus, embora porventura tenhamos o coração ainda em desordem, a cabeça cheia de dúvidas ou mesmo de desprezo por Cristo e pelos cristãos. Faço votos de que cada jovem chegue, do fundo do coração, a fazer esta pergunta: «Quem és tu, Senhor?».

Não podemos presumir que todos conheçam Jesus, mesmo na era da internet. A pergunta que muitas pessoas dirigem a Jesus e à Igreja é precisamente esta: «Quem és?». Em toda a narrativa da vocação de São Paulo, esta é a única vez que ele fala. E, à sua pergunta, o Senhor responde prontamente: «Eu sou Jesus a quem tu persegues» (26, 15).

«Eu sou Jesus a quem tu persegues!»

Através desta resposta, o Senhor Jesus revela um grande mistério a Saulo: que Ele Se identifica com a Igreja, com os cristãos. Até então Saulo não vira nada de Cristo, senão os fiéis que metera na prisão (cf. At 26, 10), dando o próprio assentimento à sua condenação à morte (26, 10). E vira como os cristãos respondiam ao mal com o bem, ao ódio com o amor, aceitando as injustiças, as violências, as calúnias e as perseguições suportadas pelo nome de Cristo. Assim, bem vistas as coisas, de algum modo Saulo – sem o saber – tinha encontrado Cristo: encontrara-O nos cristãos.

Quantas vezes ouvimos dizer: «Jesus sim, a Igreja não», como se um pudesse ser alternativa à outra. Não se pode conhecer Jesus, se não se conhece a Igreja. Só se pode conhecer Jesus por meio dos irmãos e irmãs da sua comunidade. Ninguém pode dizer-se plenamente cristão, se não viver a dimensão eclesial da fé.

«É duro para ti recalcitrar contra o aguilhão»

Estas são as palavras que o Senhor dirige a Saulo, depois que ele caiu por terra. Mas é como se, já desde algum tempo, lhe estivesse a falar misteriosamente procurando atraí-lo para Si, e Saulo resistisse. A mesma suave «repreensão», dirige-a Nosso Senhor a cada jovem que se mantém afastado: «Até quando fugirás de Mim? Porque é que não sentes que te estou a chamar? Estou à espera do teu regresso». À semelhança do que sucedeu ao profeta Jeremias, às vezes dizemos: «Não pensarei mais n’Ele!?» (Jr 20, 9). Mas, no coração de cada um, há como que um fogo ardente: embora nos esforcemos por contê-lo, não conseguimos porque é mais forte do que nós.

O Senhor escolhe alguém que até O persegue, completamente hostil a Ele e aos seus. Mas, para Deus, não há pessoa que seja irrecuperável. Através do encontro pessoal com Ele, é sempre possível recomeçar. Nenhum jovem está fora do alcance da graça e da misericórdia de Deus. De ninguém se pode dizer: Está demasiado longe... É demasiado tarde... Quantos jovens sentem a paixão de se opor e ir contra corrente, mas trazem escondida no coração a necessidade de se comprometer, de amar com todas as suas forças, de se identificar com uma missão! No jovem Saulo, Jesus vê exatamente isto.

Reconhecer a própria cegueira

Podemos imaginar que, antes do encontro com Cristo, Saulo estivesse de certo modo «cheio de si», considerando-se «grande» pela sua integridade moral, o seu zelo, as suas origens, a sua cultura. Seguramente estava convencido da justeza da sua posição. Mas, quando o Senhor se lhe revela, é «lançado por terra» e fica cego. De repente, descobre que não é capaz, física e espiritualmente, de ver. As suas certezas vacilam. No íntimo, sente que aquilo que o animava com tanta paixão, ou seja, o zelo de eliminar os cristãos, estava completamente errado. Dá-se conta de não ser o detentor absoluto da verdade; antes pelo contrário, está bem longe dela. E, juntamente com as suas certezas, cai também a sua «grandeza». De repente, descobre-se perdido, frágil, «pequeno».

Esta humildade – consciência da própria limitação – é fundamental. Quem pensa que sabe tudo sobre si mesmo, os outros e até sobre as verdades religiosas, terá dificuldade em encontrar Cristo. Tendo ficado cego, Saulo perdeu os seus pontos de referência. Ficando sozinho na escuridão, para ele as únicas coisas claras são a luz que viu e a voz que ouviu. Que paradoxo! Precisamente quando uma pessoa reconhece estar cega, começa a ver…

Depois da fulguração na estrada de Damasco, Saulo preferirá ser chamado Paulo, que significa «pequeno». Não se trata dum pseudónimo nem dum «nome de arte» (tão usado hoje mesmo entre as pessoas comuns): o encontro com Cristo fê-lo sentir-se verdadeiramente assim, derrubando o muro que o impedia de se conhecer com toda a verdade. De si mesmo afirma: «É que eu sou o menor dos apóstolos, nem sou digno de ser chamado Apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus» (1 Cor 15, 9).

Santa Teresa de Lisieux gostava de repetir, como aliás outros santos, que a humildade é a verdade. Hoje em dia muitas «histórias» condimentam os nossos dias, principalmente nas redes sociais, muitas vezes criadas habilmente com muitas filmagens, telecâmaras, variados cenários. Procuram-se cada vez mais as luzes da ribalta, sabiamente orientadas, para poder mostrar aos «amigos» e seguidores uma imagem de si mesmo que às vezes não reflete a própria verdade. Cristo, meridiana luz, vem iluminar-nos devolvendo-nos a nossa autenticidade, libertando-nos de todas as máscaras. Mostra-nos claramente o que somos, porque nos ama tal como somos.

Mudar de perspetiva

A conversão de Paulo não é um voltar para trás, mas abrir-se para uma perspetiva totalmente nova. Com efeito, ele continua o caminho para Damasco, mas já não é o mesmo de antes; é uma pessoa diversa (cf. At 22, 10). É possível converter-se e renovar-se na vida ordinária, realizando as coisas que costumamos fazer, mas com o coração transformado e com motivações diferentes. Neste caso, Jesus pede expressamente a Paulo que vá até Damasco, para onde se dirigia. Paulo obedece, mas agora a finalidade e a perspetiva da sua viagem mudaram radicalmente. A partir de agora, verá a realidade com olhos novos: antes, eram os olhos do perseguidor justiceiro; a partir de agora, serão os do discípulo testemunha. Em Damasco, Ananias batiza-o e introdu-lo na comunidade cristã. No silêncio e na oração, Paulo aprofundará a sua experiência e a nova identidade que o Senhor Jesus lhe deu.

Não dispersar a força e a paixão dos jovens

A atitude de Paulo, antes do encontro com Jesus ressuscitado, não nos é muito estranha. Quanta força e paixão vivem também nos vossos corações, queridos jovens! Mas, se a escuridão ao vosso redor e dentro de vós mesmos vos impedir de ver corretamente, correis o risco de perder-vos em batalhas sem sentido, e até de vos tornardes violentos. E, infelizmente, as primeiras vítimas sereis vós mesmos e aqueles que estão mais próximo de vós. Há também o perigo de lutar por causas que, originalmente, defendem valores justos, mas, levadas ao extremo, tornam-se ideologias destrutivas. Quantos jovens hoje, talvez impelidos pelas suas próprias convicções políticas ou religiosas, acabam por se tornar instrumentos de violência e destruição na vida de muitos! Alguns, que já nasceram rodeados dos meios digitais, encontram o novo campo de batalha no ambiente virtual e nas redes sociais, recorrendo sem escrúpulos à arma de falsas notícias para espalhar venenos e demolir os seus adversários.

Quando o Senhor irrompe na vida de Paulo, não anula a sua personalidade, não cancela o seu zelo e paixão, mas usa os seus dotes para fazer dele o grande evangelizador até aos confins da terra.

Apóstolo dos gentios

Em seguida, Paulo será conhecido como «o apóstolo dos gentios»; ele, que fora um fariseu escrupulosamente observante da Lei! Aqui está outro paradoxo: o Senhor deposita a sua confiança precisamente naquele que O perseguia. À semelhança de Paulo, cada um de nós pode ouvir no fundo do coração esta voz que lhe diz: «Confio em ti. Conheço a tua história e tomo-a nas minhas mãos juntamente contigo. Apesar de muitas vezes teres estado contra Mim, escolho-te e torno-te minha testemunha». A lógica divina pode fazer do pior perseguidor uma grande testemunha.

O discípulo de Cristo é chamado a ser «luz do mundo» (Mt 5, 14). Paulo tem de testemunhar o que viu, mas agora está cego. Estamos de novo perante um paradoxo! Mas, precisamente através desta sua experiência pessoal, Paulo poderá identificar-se com aqueles a quem o Senhor o envia. Com efeito, é constituído testemunha «para lhes abrir os olhos e fazê-los passar das trevas à luz» (At 26, 18).

«Levanta-te e testemunha!»

Ao abraçar a vida nova que nos é dada no Batismo, recebemos também uma missão do Senhor: «Serás minha testemunha». É uma missão que pede a nossa dedicação e faz mudar a vida.

Hoje, o convite de Cristo a Paulo é dirigido a cada um e cada uma de vós, jovens: Levanta-te! Não podes ficar por terra a «lamentar-te com pena de ti mesmo»; há uma missão que te espera! Também tu podes ser testemunha das obras que Jesus começou a realizar em ti. Por isso, em nome de Cristo, eu te digo:

– Levanta-te e testemunha a tua experiência de cego que encontrou a luz, viu o bem e a beleza de Deus em si mesmo, nos outros e na comunhão da Igreja que vence toda a solidão.

– Levanta-te e testemunha o amor e o respeito que se podem estabelecer nas relações humanas, na vida familiar, no diálogo entre pais e filhos, entre jovens e idosos.

– Levanta-te e defende a justiça social, a verdade e a retidão, os direitos humanos, os perseguidos, os pobres e vulneráveis, aqueles que não têm voz na sociedade, os imigrantes.

– Levanta-te e testemunha o novo olhar que te faz ver a criação com olhos cheios de maravilha, te faz reconhecer a Terra como a nossa casa comum e te dá a coragem de defender a ecologia integral.

– Levanta-te e testemunha que as existências fracassadas podem ser reconstruídas, as pessoas já mortas no espírito podem ressuscitar, as pessoas escravizadas podem voltar a ser livres, os corações oprimidos pela tristeza podem reencontrar a esperança.

– Levanta-te e testemunha com alegria que Cristo vive! Espalha a sua mensagem de amor e salvação entre os teus coetâneos, na escola, na universidade, no trabalho, no mundo digital, por todo o lado.

O Senhor, a Igreja, o Papa confiam em vós e constituem-vos testemunhas junto de muitos outros jovens que encontrais pelos «caminhos de Damasco» do nosso tempo. Não vos esqueçais: «Se uma pessoa experimentou verdadeiramente o amor de Deus que o salva, não precisa de muito tempo de preparação para sair a anunciá-lo, não pode esperar que lhe deem muitas lições ou longas instruções. Cada cristão é missionário na medida em que se encontrou com o amor de Deus em Cristo Jesus» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 120).

Levantai-vos e celebrai a JMJ nas Igrejas Particulares!

Renovo a todos vós, jovens do mundo inteiro, o convite a tomar parte nesta peregrinação espiritual que nos levará à celebração da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa no ano de 2023. O próximo encontro, porém, é nas vossas Igrejas Particulares, nas várias dioceses e eparquias da terra, onde, na Solenidade de Cristo Rei, será celebrado – a nível local – o Dia Mundial da Juventude de 2021.

Espero que todos nós possamos viver estas etapas como verdadeiros peregrinos e não como «turistas da fé»! Abramo-nos às surpresas de Deus, que quer fazer resplandecer a sua luz sobre o nosso caminho. Abramo-nos à escuta da sua voz, inclusive através dos nossos irmãos e irmãs. Assim ajudar-nos-emos uns aos outros a levantar-nos juntos e, neste difícil momento histórico, tornar-nos-emos profetas de tempos novos, cheios de esperança! A Bem-Aventurada Virgem Maria interceda por nós.

Roma, São João de Latrão, na Festa da Exaltação da Santa Cruz, 14 de setembro de 2021.

Francisco

Texto: Retirado do Site do Vaticano em 19.11.2021- http://www.vatican.va/

Imagem: Retirada da "Google imagens" em 19.11.2021

sábado, 6 de novembro de 2021

Jesus oferece-lhes a paz, depois o Espírito e, por fim, as chagas

 


SANTA MISSA DA DIVINA MISERICÓRDIA

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO

Igreja do Santo Espírito em Sassia
II Domingo de Páscoa, 11 de abril de 2021

Jesus ressuscitado aparece aos discípulos várias vezes; com paciência, conforta os seus corações desanimados. E assim, depois da sua ressurreição, realiza a «ressurreição dos discípulos»; e estes, solevados por Jesus, mudam de vida. Antes, inúmeras palavras e tantos exemplos do Senhor não conseguiram transformá-los; mas agora, na Páscoa, algo de novo se verifica; e verifica-se sob o signo da misericórdia: Jesus levanta-os com a misericórdia. Sim, levanta-os com a misericórdia e eles, obtendo misericórdia, tornam-se misericordiosos. É muito difícil ser misericordioso, se não nos damos conta de ter obtido misericórdia.

1. Antes de tudo, obtêm misericórdia mediante três dons: primeiro, Jesus oferece-lhes a paz, depois o Espírito e, por fim, as chagas. Em primeiro lugar, dá-lhes a paz. Os discípulos estavam angustiados. Fecharam-se em casa assustados, com medo de ser presos e acabar como o Mestre. Mas não estavam fechados só em casa; estavam fechados também nos seus remorsos: tinham abandonado e renegado Jesus; sentiam-se uns incapazes, inúteis, falhados. Chega Jesus e repete duas vezes: «A paz esteja convosco!» Não traz uma paz que, de fora, elimina os problemas, mas uma paz que infunde confiança dentro. Não uma paz exterior, mas a paz do coração. Diz: «A paz esteja convosco! Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós» (Jo 20, 21). É como se dissesse: «Envio-vos, porque acredito em vós». Aqueles discípulos desanimados recuperam a paz consigo mesmos. A paz de Jesus fá-los passar do remorso à missão. De facto, a paz de Jesus suscita a missão. Não é tranquilidade, nem comodidade; é sair de si mesmo. A paz de Jesus liberta dos fechamentos que paralisam, quebra as correntes que mantêm o coração prisioneiro. E os discípulos sentem-se cumulados de misericórdia: sentem que Deus não os condena, nem humilha, mas acredita neles. É verdade! Acredita em nós mais do que nós acreditamos em nós mesmos. «Ama-nos mais do que nos amamos a nós mesmos» (cf. São J. H. Newman, Meditações e Devoções, III, 12,2). Para Deus, ninguém é falhado, ninguém é inútil, ninguém é excluído. E Jesus continua hoje a repetir: «A paz esteja contigo, que és precioso aos meus olhos. A paz esteja contigo, que és importante para Mim. A paz esteja contigo, que tens uma missão. Ninguém pode realizá-la em teu lugar. És insubstituível. E Eu acredito em ti».

Em segundo lugar, Jesus usa de misericórdia com os discípulos oferecendo-lhes o Espírito Santo. Dá-O para a remissão dos pecados (cf. Jo 20, 22-23). Os discípulos eram culpados; fugiram, abandonando o Mestre. E o pecado acabrunha, o mal tem o seu preço. Como diz o Salmo 51 (cf. v. 5), temos sempre diante de nós o nosso pecado. Sozinhos, não podemos cancelá-lo. Só Deus o elimina; só Ele, com a sua misericórdia, nos faz sair das nossas misérias mais profundas. Como aqueles discípulos, precisamos de nos deixar perdoar, precisamos de dizer do fundo do coração: «Perdão, Senhor». Precisamos de abrir o coração, para nos deixarmos perdoar. O perdão no Espírito Santo é o dom pascal para ressuscitar interiormente. Peçamos a graça de o acolher, de abraçar o Sacramento do perdão; e de compreender que, no centro da Confissão, não estamos nós com os nossos pecados, mas Deus com a sua misericórdia. Não nos confessamos para nos deprimir, mas para fazer-nos levantar. Todos precisamos imenso disso. Precisamos disso como precisam os pequeninos, sempre que caem, de ser levantados pelo pai. Também nós caímos com frequência; e a mão do Pai está pronta a pôr-nos de pé e fazer-nos caminhar. Esta mão segura e fiável é a Confissão. É o Sacramento que nos levanta, não nos deixando caídos a chorar sobre as lajes duras das nossas quedas. É o Sacramento da ressurreição, é pura misericórdia. E quem recebe as Confissões deve fazer sentir a doçura da misericórdia. Tal é o caminho a seguir por aqueles que ouvem as pessoas de Confissão: fazer-lhes sentir a doçura da misericórdia de Jesus, que perdoa tudo. Deus perdoa tudo.

Depois da paz que reabilita e do perdão que levanta, eis o terceiro dom com que Jesus usa de misericórdia com os discípulos: apresenta-lhes as chagas. Por aquelas chagas, fomos curados (cf. 1 Ped 2, 24; Is 53, 5). Mas, como pode uma ferida curar-nos? Com a misericórdia. Naquelas chagas, como Tomé, tocamos com a mão a verdade de Deus que nos ama profundamente, fez suas as nossas feridas, carregou no seu corpo as nossas fragilidades. As chagas são canais abertos entre Ele e nós, que derramam misericórdia sobre as nossas misérias. As chagas são os caminhos que Deus nos patenteou para entrarmos na sua ternura e tocar com a mão quem é Ele. E deixamos de duvidar da sua misericórdia. Adorando, beijando as suas chagas, descobrimos que cada uma das nossas fraquezas é acolhida na sua ternura. Isto acontece em cada Missa, onde Jesus nos oferece o seu Corpo chagado e ressuscitado: tocamo-Lo e Ele toca as nossas vidas. E faz descer a nós o Céu. As suas chagas luminosas rasgam a escuridão que nós trazemos dentro. E nós, como Tomé, encontramos Deus, descobrimo-Lo íntimo e próximo, e, comovidos, dizemos-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20, 28). E tudo nasce daqui, da graça de obter misericórdia. Daqui começa o caminho cristão. Se, pelo contrário, nos apoiamos nas nossas capacidades, na eficiência das nossas estruturas e dos nossos projetos, não iremos longe. Só se acolhermos o amor de Deus é que poderemos dar algo de novo ao mundo.

2. Assim fizeram os discípulos: tendo obtido misericórdia, tornaram-se misericordiosos. Vemo-lo na primeira leitura. Os Atos dos Apóstolos contam que «ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas entre eles tudo era comum» (4, 32). Não é comunismo, mas cristianismo no seu estado puro. E o facto é ainda mais surpreendente, se pensarmos que aqueles mesmos discípulos, pouco tempo antes, litigavam entre si sobre prémios e honras, sobre qual deles era o maior (cf. Mc 10, 37; Lc 22, 24). Agora partilham tudo, têm «um só coração e uma só alma» (At 4, 32). Como conseguiram mudar assim? Viram no outro a mesma misericórdia que transformou a sua vida. Descobriram que tinham em comum a missão, que tinham em comum o perdão e o Corpo de Jesus: a partilha dos bens terrenos aparecia-lhes como uma consequência natural. Depois o texto diz que, «entre eles, não havia ninguém necessitado» (4, 34). Os seus medos dissolveram-se ao tocar as chagas do Senhor, agora não têm medo de curar as chagas dos necessitados, porque ali veem Jesus, porque está Jesus ali, nas chagas dos necessitados.

Irmã, irmão, queres uma prova de que Deus tocou a tua vida? Verifica se te debruças sobre as chagas dos outros. Hoje é o dia de nos perguntarmos: «Eu, que tantas vezes recebi a paz de Deus, que tantas vezes recebi o seu perdão e a sua misericórdia, sou misericordioso com os outros? Eu, que tantas vezes me alimentei do Corpo de Jesus, faço alguma coisa para matar a fome a quem é pobre?» Não nos deixemos cair na indiferença. Não vivamos uma fé a meias, que recebe mas não dá, que acolhe o dom mas não se faz dom. Obtivemos misericórdia, tornemo-nos misericordiosos. Com efeito, se o amor acaba em nós mesmos, a fé evapora-se num intimismo estéril; sem os outros, torna-se desencarnada; sem as obras de misericórdia, morre (cf. Tg 2, 17). Irmãos, irmãs, deixemo-nos ressuscitar pela paz, o perdão e as chagas de Jesus misericordioso. E peçamos a graça de nos tornar testemunhas de misericórdia. Só assim será viva a fé; e a vida será unificada. Só assim anunciaremos o Evangelho de Deus, que é Evangelho de misericórdia.

Texto: Retirado do Site do Vaticano em 06.11.2021- http://www.vatican.va/

Imagem: Retirada da "Google imagens" em 06.11.2021

Espírito Santo, sopro de vida

sábado, 25 de setembro de 2021

Eternelle est ta Miséricorde | Chant de l'Emmanuel

Jesus não dispensa a tua presença...

«Retirou-se Jesus com eles para um lugar chamado Getsêmani e disse-lhes: "Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar". E, tomando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Disse-lhes, então: "Minha alma está triste até a morte. Ficai aqui e vigiai comigo". Adiantou-se um pouco e, prostrando-se com a face por terra, assim rezou: "Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres"» (Mt 26, 36-39).

Texto: Retirado do Site do Vaticano em 25.09.2021- http://www.vatican.va/

Imagem: Retirada da "Google imagens" em 25.09.2021-“Recriação da Paixão de Cristo em Vilar Maior”

Pastores na Europa: refletir, reconstruir, ver…



CONCELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA

COM OS PARTICIPANTES NA ASSEMBLEIA PLENÁRIA DO CONSELHO

DAS CONFERÊNCIAS EPISCOPAIS DA EUROPA  (C.C.E.E.)

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO

Basílica de São Pedro
Quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Temos três verbos que, hoje, nos oferece a Palavra de Deus e que nos interpelam como cristãos e pastores na Europa: refletir, reconstruir, ver.

Refletir é a primeira coisa que o Senhor convida a fazer por meio do profeta Ageu: «Refleti, no vosso coração, sobre o caminho que tomastes». Di-lo duas vezes ao povo (Ag 1, 5.7). E sobre que aspetos do seu caminho devia refletir o povo de Deus? Ouçamos o que diz o Senhor: «É então tempo para vós habitardes em casas confortáveis, enquanto esta casa está em ruínas?» (1, 4). Regressado do exílio, o povo preocupara-se por arranjar as suas casas; agora contenta-se com viver cómodo e tranquilo em casa, enquanto o templo de Deus está em ruínas e ninguém o reconstrói. Este convite a refletir interpela-nos: de facto, também hoje na Europa nós, cristãos, somos tentados a acomodar-nos nas nossas estruturas, nas nossas casas e nas nossas igrejas, nas nossas seguranças proporcionadas pelas tradições, na satisfação por um certo consenso, enquanto em redor os templos se esvaziam e Jesus fica cada vez mais esquecido.

Reflitamos! Quantas pessoas deixaram de ter fome e sede de Deus! Não porque sejam más, mas porque falta quem lhes abra o apetite da fé e reacenda a sede que há no coração do homem: aquela «concriada e já perpétua sede» de que fala Dante (Paraíso, II, 19) e que a ditadura do consumismo – ditadura leve, mas sufocante – tenta extinguir. Muitos são levados a sentir apenas necessidades materiais, não a falta de Deus. E com certeza preocupamo-nos com isso, mas verdadeiramente quanto nos importamos? É fácil julgar quem não crê, é cómodo elencar os motivos da secularização, do relativismo e de tantos outros ismos, mas no fundo é estéril. A Palavra de Deus leva-nos a refletir sobre nós mesmos: sentimos amizade e compaixão por quem não teve a alegria de encontrar Jesus ou a perdeu? Estamos tranquilos porque no fundo não nos falta nada para viver, ou inquietos ao ver tantos irmãos e irmãs longe da alegria de Jesus?

E o Senhor, por meio do profeta Ageu, pede ao povo para refletir sobre outra coisa. Diz assim: «Comestes mas não vos saciastes; bebestes, mas não apagastes a vossa sede; vestistes-vos, mas não vos aquecestes» (1, 6). Enfim, o povo tinha tudo o que queria, e não era feliz. Que lhe faltava? No-lo sugere Jesus com palavras que parecem recalcar as de Ageu: «Tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber, (…) estava nu e não me vestistes» (Mt 25, 42-43). A falta de caridade causa infelicidade, porque só o amor sacia o coração. Só o amor sacia o coração. Fechados no interesse pelas próprias coisas, os habitantes de Jerusalém perderam o sabor da gratuidade. Também este pode ser o nosso problema: concentrar-se sobre as várias posições da Igreja, os debates, as agendas e estratégias, e perder de vista o verdadeiro programa que é o do Evangelho: o zelo da caridade, o ardor da gratuidade. O caminho de saída dos problemas e fechamentos é sempre o do dom gratuito; não há outro. Reflitamos nisto.

E depois de ter refletido, temos o segundo passo: reconstruir. «Reedificai a [minha] casa»: pede Deus através do profeta (Ag 1, 8). E o povo reconstrói o templo. Cessa de contentar-se com um presente tranquilo, e trabalha para o futuro. E como havia gente que era contrária, diz-nos o Livro das Crónicas que trabalhavam com uma mão nas pedras, para construir, e a outra na espada, para defender este processo de reconstrução. Não foi fácil reconstruir o templo. Disto precisa a construção da casa comum europeia: deixar as conveniências do imediato para voltar à visão clarividente dos pais fundadores, uma visão – atrever-me-ia a dizer – profética e de conjunto, porque não procuravam os consensos do momento, mas sonhavam o futuro de todos. Assim foram construídas as paredes da casa europeia e só as, é verdade sim se poderão robustecer. O mesmo vale também para a Igreja, casa de Deus. Para torná-la bela e acolhedora, é necessário olhar juntos para o futuro, não restaurar o passado. Infelizmente está na moda aquele “restauracionismo” do passado que nos mata, que nos mata a todos. Sem dúvida, devemos partir dos alicerces, das raízes – isto sim, é verdade –, porque dali se reconstrói: a partir da tradição viva da Igreja, que nos alicerça sobre o essencial, ou seja, o anúncio feliz, a proximidade e o testemunho. Daqui se reconstrói: a partir dos alicerces da Igreja dos primórdios e de sempre, da adoração de Deus e do amor ao próximo, não a partir dos próprios gostos de cada um, nem dos pactos e negociações que se possam fazer agora – digamos – para defender a Igreja e defender a cristandade.

Amados Irmãos, quero agradecer-vos por este trabalho não fácil de reconstrução, que realizais com a graça de Deus. Obrigado por estes primeiros 50 anos ao serviço da Igreja e da Europa. Encorajemo-nos, sem nunca ceder ao desânimo e à resignação: somos chamados pelo Senhor a uma obra esplêndida, a trabalhar para que a sua casa seja cada vez mais acolhedora, para que cada um possa entrar e viver nela, para que a Igreja tenha as portas abertas a todos e ninguém se sinta tentado a concentrar-se apenas em olhar e trocar as fechaduras. As pequenas coisas que nos deliciam… E somos tentados. Mas não! A mudança tem de vir doutra parte, vem das raízes. A reconstrução vem doutra parte.

O povo de Israel reconstruiu o templo com as suas próprias mãos. Os grandes reconstrutores da fé do continente fizeram o mesmo – pensemos nos Padroeiros. Puseram em jogo a sua pequenez, confiando em Deus. Penso nos Santos, como Martinho, Francisco, Domingos, Pio que hoje comemoramos; penso nos Patronos como Bento, Cirilo e Metódio, Brígida, Catarina de Sena, Teresa Benedita da Cruz. Começaram por si mesmos, por mudar a própria vida, acolhendo a graça de Deus. Não se preocuparam com os tempos sombrios, as adversidades e qualquer divisão, que sempre existiu. Não perderam tempo a criticar e culpabilizar. Viveram o Evangelho, sem se importar com a relevância e a política. Assim, com a força suave do amor de Deus, encarnaram o seu estilo de proximidade, de compaixão e de ternura – o estilo de Deus: proximidade, compaixão e ternura – e construíram mosteiros, bonificaram terras, deram alma a pessoas e países: nenhum programa “social” (entre aspas), só o Evangelho. E com o Evangelho progrediram.

Reedificai a minha casa. O verbo está conjugado no plural. Toda a reconstrução se realiza em conjunto, sob o signo da unidade, ou seja, com os outros. Pode haver diferentes visões, mas deve-se sempre guardar a unidade. Porque, se guardarmos a graça do todo, o Senhor edifica mesmo lá onde nós não conseguimos. A graça do conjunto. Esta é a nossa chamada: ser Igreja, formar um só Corpo entre nós. É a nossa vocação, como Pastores: reunir o rebanho, não o dispersar nem mesmo preservar em belos recintos fechados. Isto é matá-lo. Reconstruir significa fazer-se artesãos de comunhão, tecedores de unidade a todos os níveis: não por estratégia, mas pelo Evangelho.

Se edificarmos desta forma, daremos aos nossos irmãos e irmãs a chance de ver: é o terceiro verbo. Aparece na conclusão do Evangelho de hoje, onde se diz que Herodes procurava «ver Jesus» (cf. Lc 9, 9). Hoje, como então, fala-se muito de Jesus. Então dizia-se que «João ressuscitara dos mortos, (...) Elias aparecera, (...) um dos profetas antigos ressuscitara» (Lc 9, 7-8). Todos eles mostravam apreço por Jesus, mas não compreendiam a sua novidade e encerravam-No em esquemas já vistos: João, Elias, os profetas... Jesus, porém, não pode ser classificado nos esquemas do «ouvi dizer» ou do «já visto?… Jesus sempre é novidade, sempre. O encontro com Jesus gera em ti maravilha, e se, no encontro com Jesus, não sentes esta maravilha, não encontraste Jesus

Muitos na Europa pensam que a fé seja algo já visto, que pertence ao passado. Porquê? Porque não viram Jesus em ação nas suas vidas. E muitas vezes não O viram, porque nós não O mostramos suficientemente com as nossas vidas. Pois Deus vê-Se nos rostos e nos gestos de homens e mulheres transformados pela sua presença. E se os cristãos, em vez de irradiarem a alegria contagiante do Evangelho, repropuseram esquemas religiosos gastos, intelectualistas e moralistas, as pessoas não veem o Bom Pastor. Não reconhecem Aquele que, apaixonado por cada uma das suas ovelhas, a chama pelo nome, procura-a e trá-la de volta colocando-a aos ombros. Não veem Aquele de Quem pregamos a incrível Paixão, precisamente porque Ele tem uma única paixão: o homem. Este amor divino, misericordioso e impressionante é a novidade perene do Evangelho. E pede-nos a nós, amados Irmãos, opções sábias e ousadas, feitas em nome daquela ternura louca com que Cristo nos salvou. Não nos pede para demonstrar, pede-nos para mostrar Deus, como fizeram os Santos: não por palavras, mas com a vida. Pede oração e pobreza, pede criatividade e gratuidade. Ajudemos a Europa de hoje, doente de cansaço (esta é a doença da Europa atual) a reencontrar o rosto sempre jovem de Jesus e da sua esposa. Não podemos fazer outra coisa senão dar-nos completamente a nós mesmos para que se veja esta beleza sem ocaso.

Texto: Retirado do Site do Vaticano em 25.09.2021- http://www.vatican.va/

Imagem: Retirada da "Google imagens" em 25.09.2021

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Se vos deixardes guiar pelo Espírito, já não estais sob a lei


Catequese [do Papa Francisco] sobre a Carta aos Gálatas

4. A lei de Moisés

"Irmãos e irmãs, bom dia!

«O que é a lei?» (Gl 3, 19). Esta é a questão que, seguindo São Paulo, desejamos aprofundar hoje, a fim de reconhecer a novidade da vida cristã animada pelo Espírito Santo. Mas se há o Espírito Santo, se há Jesus que nos redimiu, o que é a Lei? Sobre isto vamos refletir hoje. O Apóstolo escreve: «Se vos deixardes guiar pelo Espírito, já não estais sob a lei» (Gl 5, 18). Ao contrário, os detratores de Paulo afirmaram que os Gálatas deviam seguir a Lei para ser salvos. Voltavam atrás. Eram nostálgicos de outros tempos, dos tempos antes de Jesus Cristo. O Apóstolo não está minimamente de acordo. Não foi nestes termos que ele tinha concordado com os outros Apóstolos em Jerusalém. Ele lembra-se bem das palavras de Pedro quando disse: «Por que tentais a Deus, impondo aos discípulos um jugo que nem os nossos pais nem nós pudemos suportar?» (At 15, 10). As disposições que emergiram daquele “primeiro concílio” - o primeiro concílio ecuménico foi o de Jerusalém e as disposições que surgiram daquele concílio eram muito claras, e diziam: «Pareceu-nos bem, ao Espírito Santo e a nós, não vos impor outro peso além do seguinte, indispensável: que vos abstenhais das carnes sacrificadas aos ídolos, do sangue, de animais sufocados, e da impureza» (At 15, 28-29). Algumas coisas que diziam respeito ao culto a Deus, à idolatria, referiam-se também à forma de compreender a vida daquela época.

Quando Paulo fala da Lei, refere-se normalmente à Lei mosaica, a Lei de Moisés, os Dez Mandamentos. Estava relacionado com a Aliança que Deus tinha estabelecido com o seu povo, um caminho para preparar aquela Aliança. Segundo vários textos do Antigo Testamento, a Torá - que é o termo hebraico com que se indica a Lei - é a coletânea de todas as prescrições e regras que os israelitas devem observar, em virtude da Aliança com Deus. Uma síntese eficaz do que é a Torá pode ser encontrada neste texto do Deuteronómio, que diz: «O Senhor alegrar-se-á de novo em tornar-te feliz, como se comprazia no tempo dos teus pais, contanto que obedeças à voz do Senhor, teu Deus, observando os seus mandamentos e os seus preceitos escritos neste livro da lei, e que voltes para o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração e toda a tua alma» (30, 9-10). A observância da Lei garantiu ao povo os benefícios da Aliança e assegurou a sua ligação especial com Deus. Este povo, esta gente, estas pessoas, estão ligados a Deus e mostram esta união com Deus no cumprimento, na observância da Lei. Estabelecendo a Aliança com Israel, Deus ofereceu-lhe a Torá, a Lei, para que pudesse compreender a Sua vontade e viver em justiça. Pensamos que nessa altura havia necessidade de tal Lei, foi um grande dom que Deus ofereceu ao seu povo, porquê? Porque nessa altura havia paganismo em toda a parte, idolatria em toda a parte e o comportamento humano que deriva da idolatria, e por esta razão o grande dom de Deus ao seu povo é a Lei para ir em frente. Várias vezes, especialmente nos livros dos profetas, constata-se que a não observância dos preceitos da Lei constituía uma verdadeira traição da Aliança, provocando a reação da ira de Deus. A ligação entre Aliança e Lei era tão estreita que as duas realidades eram inseparáveis. A Lei é a expressão de que uma pessoa, um povo, está em aliança com Deus.

À luz de tudo isto, é fácil compreender como os missionários que se tinham infiltrado entre os Gálatas tiveram uma boa oportunidade ao afirmar que a adesão à Aliança também implicava a observância da Lei mosaica, como era na altura. No entanto, é precisamente sobre este ponto que podemos descobrir a inteligência espiritual de São Paulo e as grandes intuições que ele expressou, sustentado pela graça que recebeu para a sua missão evangelizadora.

O Apóstolo explica aos Gálatas que, na realidade, a Aliança com Deus e a Lei mosaica não estão indissoluvelmente ligadas. O primeiro elemento em que se baseia é que a Aliança estabelecida por Deus com Abraão se fundava na fé no cumprimento da promessa e não na observância da Lei, que ainda não existia. Abraão começou a caminhar muitos séculos antes da Lei. O Apóstolo escreve: «Afirmo, pois: a Lei, que chegou quatrocentos e trinta anos mais tarde [com Moisés], não pode anular o testamento feito por Deus [com Abraão], em boa e devida forma, e não pode anular a promessa. Pois, se a herança se obtivesse pela Lei, já não proviria da promessa. Ora, foi pela promessa que Deus concedeu a sua graça a Abraão» (Gl 3, 17-18).  A promessa existia antes da Lei e a promessa a Abraão, a Lei, chegou 430 anos mais tarde. A palavra “promessa” é muito importante: o povo de Deus, nós cristãos, caminhamos pela vida olhando para uma promessa; a promessa é precisamente o que nos atrai, atrai-nos para o encontro com o Senhor.

Com este raciocínio, Paulo alcançou um primeiro objetivo: a Lei não é a base da Aliança porque veio mais tarde, foi necessária e justa, mas primeiro houve a promessa, a Aliança.

Um argumento como este desarma aqueles que afirmam que a Lei mosaica é uma parte constitutiva da Aliança. Não, a Aliança vem antes, é a chamada a Abraão. Com efeito, a Torá, a Lei, não está incluída na promessa feita a Abraão. Dito isto, não se deve pensar que São Paulo era contrário à Lei mosaica. Não, ele observava-a. Várias vezes nas suas Cartas, defende a sua origem divina e afirma que desempenha um papel muito específico na história da salvação. No entanto, a Lei não dá vida, não oferece o cumprimento da promessa, porque não está em condições de a poder cumprir. A Lei é um caminho que te leva a avançar para o encontro. Paulo usa uma palavra muito importante, a Lei é o “pedagogo” em relação a Cristo, o pedagogo em relação à fé em Cristo, ou seja, o mestre que te leva pela mão ao encontro. Aqueles que procuram a vida precisam de olhar para a promessa e para o seu cumprimento em Cristo.

Caríssimos, esta primeira exposição do Apóstolo aos Gálatas apresenta a novidade radical da vida cristã: todos aqueles que têm fé em Jesus Cristo são chamados a viver no Espírito Santo, que liberta da Lei, levando-a ao mesmo tempo a cumprimento segundo o mandamento do amor. Isto é muito importante, a Lei leva-nos a Jesus. Mas alguns de vós podem dizer-me: “Mas padre, uma coisa: quer dizer que se eu recitar o Credo não devo cumprir os Mandamentos?”. Não, os Mandamentos são atuais no sentido de que são “pedagogos”, que te conduzem ao encontro com Jesus. Mas se puseres de lado o encontro com Jesus e quiseres voltar a dar mais importância aos Mandamentos, isto não é bom. E foi precisamente este o problema daqueles missionários fundamentalistas, que se introduziam entre os Gálatas para os desorientar. Que o Senhor nos ajude a seguir pelo caminho dos Mandamentos, mas olhando para o amor a Cristo rumo ao encontro com Cristo, conscientes de que o encontro com Jesus é mais importante do que todos os Mandamentos.

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Resumo da catequese do Santo Padre:

«Porquê a Lei?» Eis a pergunta que, seguindo o que o Apóstolo ensina aos Gálatas, queremos aprofundar hoje, a fim de reconhecer a novidade da vida cristã animada pelo Espírito Santo. Quando fala da Lei, São Paulo se refere à Lei Mosaica, relacionada com a aliança de Deus com o povo de Israel. Mas o Apóstolo explica que Aliança e Lei não estão ligadas de modo indissolúvel, pois a aliança estabelecida por Deus com Abraão estava fundamentada sobre a fé no cumprimento da promessa e não sobre a observância da Lei. A Lei, mesmo tendo um papel importante na história da salvação, não dá a vida, não oferece o cumprimento da promessa. Quem busca a verdadeira vida necessita dirigir o seu olhar para a promessa feita por Deus a Abraão e para a sua plena realização em Cristo. Assim se apresenta a radical novidade da vida cristã: todos aqueles que crêem em Jesus Cristo são chamados a viver no Espírito Santo.

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Saudações:

Saúdo os fiéis de língua portuguesa – vejo que estão presentes alguns brasileiros, os saúdo, muito bem! Queridos irmãos e irmãs de língua portuguesa: crer em Jesus Cristo, vivendo no Espírito Santo nos conduz à verdadeira vida. Peçamos ao Senhor que aumente nossa fé para que possamos participar da herança prometida. Que Deus vos abençoe!

Papa Francisco"

[Catequese na audiência geral de 11.08.2021]

Texto: Retirado do Site do Vaticano em 19.08.2021- http://www.vatican.va/

Imagem: Retirada da "Google imagens" em 19.08.2021.

sábado, 10 de julho de 2021

Como o Espírito nos conduz

Seguir Jesus é ter entranhas peregrinas


“Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado”
 (Mc 6,8)

O Evangelho deste domingo marca o começo de uma nova etapa na vida e missão de Jesus. Os discípulos vão estar incorporados à missão que, até agora, era realizada só pelo Mestre.

Depois da experiência de fracasso na sinagoga de seu povo, Jesus não só intensifica o anúncio da “boa notícia” do Reino, mas compromete os seus discípulos nesse ministério. A rejeição dos dirigentes e dos seus conterrâneos o obrigam a buscar outros interlocutores que não estavam “viciados” pelo ensinamento oficial.

Jesus, na Galileia, encontrou os seus caminhos: junto ao mar, nas estradas poeirentas, nas margens... Ele se fez “estrada” para encontrar aqueles que não tinham “lugar”, os deslocados, os socialmente rejeitados e que eram a razão de seu amor e do seu cuidado; fez-se solidário com aqueles que estavam à beira dos caminhos e os convidou a caminhar para um novo lugar. Na Galileia, Jesus teve suas preferências e escolheu o caminho da exclusão e da dor. Por isso, ao enviar seus seguidores, lançou-os na “estrada da vida”, para serem presenças de vida onde a vida era violentada: curar, expulsar demónios...

Para Ele, o caminho é o lugar do novo, das surpresas, dos encontros... 

Inúmeros cristãos entendem sua fé só como uma “obrigação”. Há um conjunto de crenças que devem ser “aceites”, embora muitos não conheçam o seu conteúdo nem saibam o impacto que podem ter em suas vidas; há também um código de leis que “deve” ser observado, embora muitos não entendam bem tanta exigência atribuída a Deus; existem práticas religiosas que “devem” ser cumpridas, mesmo que seja de maneira mecânica. Esta maneira de compreender e viver a fé gera um tipo de cristão medíocre, sem desejo de Deus e sem criatividade nem paixão alguma por contagiar sua fé. Contenta-se com “cumprir”. Esta religião não tem atrativo algum; converte-se em um peso difícil de suportar e provoca alergia em muitos.

Na vivência cristã, muitos passam do seguimento do “Homem das estradas poeirentas” ao mero cumprimento de normas, ritos, doutrinas…

No entanto, o caminho de Jesus não vai pelo terreno pantanoso do legalismo e do moralismo, mas pelo terreno firme da misericórdia, do cuidado, do compromisso com a vida...

Jesus tinha alergia a lugares fechados, mofados...; ele preferia transitar pelos lugares abertos, arejados, porque se deixava conduzir pelo Espírito. 

Já nas primeiras comunidades cristãs o seguimento de Jesus era vivido de outra maneira. A fé cristã não era entendida como um “sistema religioso”; a vivência do seguimento de Jesus era conhecida como “caminho”, que era a maneira mais acertada para viver com sentido e esperança. Dizia-se que o seguimento era um “caminho novo e vivo” e que foi “inaugurado por Jesus para nós”; um caminho que deve ser percorrido “com os olhos fixos n’Ele” (Heb 10,20; 12,2). Os cristãos eram conhecidos como os “adeptos do caminho”.

Por isso, seguir Jesus Cristo era aderir a Ele incondicionalmente, era “entrar” no seu caminho, recriá-lo a cada momento e percorrê-lo até o fim. Seguir era deixar-se “configurar”, isto é, movimento pelo qual a pessoa ia sendo modelada à imagem de Jesus Cristo.

A nossa vida é um êxodo, um sair constante do modo fechado de viver para entrar em uma outra realidade nova. O peregrinar é o elemento determinante e com maior valor simbólico para toda a vida. Existem ainda céus por explorar, aventuras por empreender, pensamentos por experimentar e experiências por aceitar; falta-nos ainda muito por saber, por ver, por sentir, por desfrutar...

Precisamos ser discípulos(as) da escola da vida.

É de suma importância tomar consciência que a fé é um “percurso” e não um sistema religioso. E no percurso há de tudo: caminhada prazerosa e momentos de busca, desafio que é preciso superar, retrocessos, decisões, dúvidas e interrogações... Tudo faz parte do caminho, também as dúvidas que podem ser mais estimulantes que as poucas certezas e seguranças vividas de forma rotineira e simplista.

O caminho é coletivo, mas está feito de identidades particulares, onde cada um é responsável e cuidador de seu próprio processo itinerante. Cada pessoa é, onde habita, um fio tecedor de relações e interconexões, uma presença que ajuda a construir uma cultura de diálogo acolhedor, em permanente abertura ao encontro. Esta é a sabedoria divina que se expressa e se faz próxima em todos os detalhes da vida.

Cada um(a) é chamado(a) a fazer seu próprio percurso; cada um(a) é responsável da “aventura” de sua vida; cada um(a) tem seu próprio ritmo. Não é preciso forçar nada. No caminho cristão há etapas: as pessoas podem viver momentos e situações diferentes. O importante é “caminhar”, não se deter, escutar o chamado que a todos nos faz viver de maneira mais digna e ditosa.

“Fazer estada com Jesus” pede de todos nós uma atitude de abertura e de deslocamento frente ao outro, o que implica colocar-nos em seu lugar, deixar-nos questionar e desinstalar por ele... Importa, pois, redescobrir com urgência o encontro como valor ético e como hábito permanente de vida.

Precisamos nos levantar quotidianamente de nossos ambientes atrofiados, arejar nossa vida, criar vínculos com aqueles que estão à margem; há sempre uma “estrada ferida” que nos espera.

Faz parte do processo de amadurecimento espiritual, abandonar as poeiras que, desnecessariamente, carregamos. Não se trata de esquecer o passado ou de ignorá-lo, abandonando nossa história. Mas há coisas e situações que carregamos que nos fazem ficar presos, impossibilitados de alcançar novos rumos, novas realizações. É preciso sacudir a poeira dos pés, em sinal de verdadeiro desapego. Desapegar-nos de coisas e situações é um processo importante no desenvolvimento de uma espiritualidade que nos faça crescer humanamente. 

A orientação de Jesus nos faz recordar a impactante frase -conselho de Frida Kahlo: “Onde não puderes amar, não te demores”. Não há motivo razoável para que permaneçamos onde o amor não pode acontecer e se realizar. Ajuda-nos, ainda, a sabedoria poética de Mário Quintana, de que “amar é mudar a alma de casa”. O amor é sempre saída de nós mesmos. Mas há portas fechadas. Nesse caso, não é espiritualmente saudável permanecer com a poeira nos pés. É preciso sacudi-la, e seguir viagem.

paixão pelo Reino nos mobiliza a levar adiante a missão, a ir aos lugares do mundo onde há mais necessidade e ali realizar obras duradouras de maior proveito e fruto. Para realizar esta nobre missão, não podemos permanecer sentados. Seguir Jesus exige de nós uma dinâmica contínua, um colocar-nos a caminho em direção às margens. Não podemos viver o chamamento do “Rei Eterno” a partir de uma cómoda instalação pessoal. A disponibilidade, o despojamento e a mobilidade são exigências básicas.

Corremos o risco de viver em mundos-bolha; podemos construir nossa vida encapsulada em espaços feitos de hábito e segurança, convivendo com pessoas semelhantes a nós e dentro de situações estáveis. É difícil romper e sair do terreno conhecido, deixar o convencional. Tudo parece conspirar para que nos mantenhamos dentro dos limites politicamente correto. Todos podemos terminar estabelecendo fronteiras vitais e sociais impermeáveis ao diferente. Se isso acontece, acabamos tendo perspectivas pequenas, visões atrofiadas e horizontes limitados, ignorando um mundo amplo, complexo e cheio de surpresas.

Deixar a vida estreita para entrar no vasto horizonte de vida proposto por Jesus: eis o desafio! 

Texto bíblico:  Mc 6,7-13

Na oração: Deus nos chama a cada dia para o desconhecido, para o novo; Deus nos tira de casa, nos faz sair do que é nosso, da segurança, da comodidade... e nos faz entrar numa “terra nova”...

 - No “mapa espiritual” de seu interior (sentimentos, desejos, sonhos...) ainda existe uma “terra desconhecida”, que proporciona interesse à vida, suscita curiosidade, lhe impulsiona a caminhar?... 

Ou está tudo amarrado, formatado, atrofiado..., esvaziando seu espírito de busca?

Pe. Adroaldo Palaoro sj

07.07.2021

Texto - Retirado do site - "CATEQUESEHoje -  www.catequesehoje.org.br ", em 07.07.2021 - Um site de Catequese do Brasil, com muita qualidade!

 Imagem: retirada da "Google Imagens em em 07.07.2021.