sábado, 23 de novembro de 2013

PAPA FRANCISCO-AUDIÊNCIA GERAL

 
 
PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 20 de Novembro de 2013 
 

Caros irmãos e irmãs, bom dia!
Na quarta-feira passada falei sobre a remissão dos pecados, referida de modo especial ao Baptismo. Hoje aprofundamos o tema da remissão dos pecados, mas em referência ao chamado «poder das chaves», que é um símbolo bíblico da missão que Jesus confiou aos Apóstolos.

Antes de tudo, devemos recordar que o protagonista do perdão dos pecados é o Espírito Santo. Na sua primeira aparição aos Apóstolos, no Cenáculo, Jesus ressuscitado fez o gesto de soprar sobre eles, dizendo: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos» (Jo 20, 22-23). Transfigurado no seu corpo, Jesus já é o homem novo, que oferece os dons pascais, fruto da sua morte e ressurreição. Quais são estes dons? A paz, a alegria, o perdão dos pecados e a missão, mas sobretudo o Espírito Santo, que é fonte de tudo isto. O sopro de Jesus, acompanhado pelas palavras com as quais comunica o Espírito, indica a transmissão da vida, a vida nova regenerada pelo perdão.

Mas antes de fazer o gesto se soprar e conceder o Espírito, Jesus mostra as suas chagas, nas mãos e no lado: essas feridas representam o preço da nossa salvação. O Espírito Santo concede-nos o perdão de Deus, «passando através» das chagas de Jesus. As feridas que Ele quis conservar; também neste momento, no Céu, Ele mostra ao Pai as chagas com as quais nos resgatou. Em virtude destas feridas, os nossos pecados são perdoados: assim Jesus ofereceu a sua vida pela nossa paz, pela nossa alegria, pelo dom da graça na nossa alma, pelo perdão dos nossos pecados. É muito bom contemplar Jesus assim!

Consideremos o segundo elemento: Jesus concede aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados. É um pouco difícil compreender como um homem pode perdoar os pecados, mas Jesus confere este poder. A Igreja é depositária do poder das chaves, de abrir ou fechar ao perdão. Na sua misericórdia soberana, Deus perdoa cada homem, mas Ele mesmo quis que quantos pertencem a Cristo e à Igreja recebam o perdão mediante os ministros da Comunidade. Através do ministério apostólico, a misericórdia de Deus alcança-me, as minhas culpas são-me perdoadas e é-me conferida a alegria.

Deste modo, Jesus chama a viver a reconciliação também na dimensão eclesial, comunitária. E isto é muito bom! A Igreja, que é santa e ao mesmo tempo carente de penitência, acompanha o nosso caminho de conversão durante a vida inteira. A Igreja não é senhora do poder das chaves, mas é serva do ministério da misericórdia e rejubila todas as vezes que pode oferecer este dom divino.

Talvez muitas pessoas não compreendam a dimensão eclesial do perdão, porque predominam sempre o individualismo e o subjectivismo, e até nós cristãos sentimos isto. Sem dúvida, Deus perdoa cada pecador arrependido, pessoalmente, mas o cristão está unido a Cristo, e Cristo à Igreja. Para nós cristãos há um dom a mais, há sempre um compromisso a mais: passar humildemente através do ministério eclesial. Devemos valorizá-lo; é uma dádiva, uma atenção, uma salvaguarda e também a certeza de que Deus me perdoou. Vou ter com o irmão sacerdote e digo: «Padre, cometi isto...». E ele responde: «Mas eu perdoo-te; Deus perdoa-te!». Naquele momento, estou convicto de que Deus me perdoou! E isto é bom, é ter a segurança que Deus nos perdoa sempre, nunca se cansa de perdoar. E não devemos cansar-nos de ir pedir perdão. Podemos ter vergonha de confessar os nossos pecados, mas as nossas mães e avós já diziam que é melhor corar uma vez do que empalidecer mil vezes. Coramos uma vez, mas os pecados são-nos perdoados e vamos em frente.

Enfim, um último ponto: o sacerdote, instrumento para o perdão dos pecados. O perdão de Deus, que nos é concedido na Igreja, é-nos transmitido mediante o ministério do nosso irmão, o sacerdote; também ele, um homem que como nós precisa de misericórdia, se torna verdadeiramente instrumento de misericórdia, comunicando-nos o amor ilimitado de Deus Pai. Inclusive os presbíteros e os Bispos devem confessar-se: todos nós somos pecadores. Também o Papa se confessa a cada quinze dias, porque inclusive o Papa é pecador. O confessor ouve os pecados que lhe confesso, aconselha-me e perdoa-me, porque todos nós precisamos deste perdão. Às vezes ouvimos certas pessoas afirmar que se confessam directamente com Deus... Sim, como eu dizia antes, Deus ouve sempre, mas no sacramento da Reconciliação envia um irmão a trazer-nos o perdão, a segurança do perdão em nome da Igreja.

O serviço que o sacerdote presta como ministro, por parte de Deus, para perdoar os pecados é muito delicado e exige que o seu coração esteja em paz, que o presbítero tenha o coração em paz; que não maltrate os fiéis, mas que seja manso, benévolo e misericordioso; que saiba semear esperança nos corações e sobretudo que esteja consciente de que o irmão ou a irmã que se aproxima do sacramento da Reconciliação procura o perdão, e fá-lo como as numerosas pessoas que se aproximavam de Jesus para serem curadas. O sacerdote que não tiver esta disposição de espírito é melhor que, enquanto não se corrigir, não administre este Sacramento. Os fiéis penitentes têm o direito, todos os fiéis têm o direito de encontrar nos sacerdotes servidores do perdão de Deus.

Caros irmãos, como membros da Igreja estamos conscientes da beleza desta dádiva que o próprio Deus nos concede? Sentimos a alegria deste esmero, desta atenção materna que a Igreja tem por nós? Sabemos valorizá-la com simplicidade e assiduidade? Não esqueçamos que Deus nunca se cansa de nos perdoar; mediante o ministério do sacerdote, Ele aperta-nos num novo abraço que nos regenera e nos permite erguer-se de novo e retomar o caminho. Porque esta é a nossa vida: devemos erguer-nos sempre de novo e retomar o caminho!

domingo, 17 de novembro de 2013

Santidade uma meta para todos…



Ser cristão e não querer ser santo faz sentido? (...) Ser cristão, e não desejar que todos sejam santos é aceitável? (...) Obviamente que não. A “Santidade” é o “máximo” e o “mínimo” de todos os cristãos. É o “máximo” porque bem sabemos que Santo só  é o Senhor que nos criou, seu Filho que nos remiu e o Espirito Santo que nos santifica. A  Santidade plena não é atingida por nós, mas é um “mínimo”, uma exigência, porque tudo devemos fazer para imitar Jesus, tudo devemos fazer para que a vontade de Deus seja cumprida em nós próprios e em todos.
 
Pelo Batismo nos tornamos em novas criaturas, santos  do Santo. Em primeiro lugar, é pela Graça de Deus que somos santos, é iniciativa de Deus,  uma oferta, um dom precioso, foi Jesus que nos ofereceu a sua Vida; mas também é verdade que nos compete aceitar ou não essa Oferta, essa Entrega total. "Amor com amor se paga", diz o ditado, e daí nasce a questão: -sou grato ou ingrato? Quero ser santo ou não?
 
É cristão o peregrino que caminha para a santidade. Ainda que, por vezes, seja ingrato para com Jesus, ele sabe que só é feliz louvando o Senhor para  sempre. Ninguém se justifica sozinho, foi Ele que nos resgatou e nos branqueou com o Seu Sangue. Jesus detesta o pecado  mas muito amou e ama o pecador: Há muito que nos resgatou(…). O Pai também ama os filhos que andaram por caminhos errados . Ainda sem cada um destes filhos  o saber, o Pai  já o esperava e tinha guardado para ele aquele abraço, que, sem palavras, tudo cura e perdoa. E então faz-se a festa, mata-se o vitelo gordo, a alegria nasce de novo.
 
O cristão procura a Verdade que é o Verbo Encarnado que habitou entre nós (…) quem caminha com a Palavra de Deus e se vai convertendo a Ela, caminha na santidade. Quem vive com sinceridade os Sacramentos,  já experimenta a santidade e a alegria de ser santo na comunhão dos Santos.
Ser santo é aceitar ser criança de novo, confiando inteiramente no Pai.
                                                                                                                                                                                         (Diac. José Luís Leão)

<<Louvor ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro. A bênção, a glória, a sabedoria, a ação de graças, a honra, o poder e a força ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos.Amen.>>    
                                                              Ap7,10.12

sábado, 2 de novembro de 2013

DIA DE TODOS OS SANTOS


 
Eu, João, vi um Anjo que subia do Nascente, trazendo o selo do Deus vivo. Ele clamou em alta voz aos quatro Anjos a quem foi dado o poder de causar dano à terra e ao mar: <<Não causeis dano à terra nem ao mar, nem às árvores, até que tenhamos marcado na fronte os servos do nosso Deus>>.E ouvi o número dos que foram marcados: cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel. Depois disto, vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé, diante do trono e na presença do Cordeiro, vestidos com túnicas brancas e de palmas na mão. E clamavam em alta voz:<< A salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro>>. Todos os Anjos formavam círculo em volta do trono, dos Anciãos e dos quatro Seres Vivos. Prostraram-se diante do trono, de rosto por terra, e adoraram a Deus, dizendo:<< Amen! A bênção e a glória, a sabedoria e acção de graças, a honra, o poder e a força ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amen!>>. Um dos Anciãos tomou a palavra e disse-me:<< Esses  que estão vestidos de túnicas brancas, quem são e de onde vieram?. Eu respondi-lhe:<< Meu Senhor, vós é que sabeis>>. Ele disse-me: << São os que vieram da grande tribulação, os que lavaram as túnicas e as branquearam no Sangue do Cordeiro>>.  Ap 7, 2-4.9-14
 
“Numa visão misteriosa, tida em Patmos, João contemplou  a multidão inumerável dos eleitos, provenientes de Israel e de todos os povos da terra, marcados com a Cruz e purificados pelo Sangue do Cordeiro. O Apóstolo antevê o novo Povo de Deus, a Igreja, reunida em torno de Deus, na totalidade de seus filhos. Mas essa Igreja, reunida de todos os lugares, vai ainda hoje a caminho, dirigindo-se entre tribulações, para a liturgia celeste.” (Liturgia do dia de Todos os Santos)