terça-feira, 26 de abril de 2016
segunda-feira, 25 de abril de 2016
AMAR: transitar pelo caminho de uma vida intensa e expansiva
“Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13,34).
Jesus transitou o caminho do amor.
Poucas
experiências na vida proporcionam tanta felicidade como o amar e sentir-se
amado. E é isso que os Evangelhos mais ressaltam na pessoa de Jesus: sua
extraordinária capacidade para amar, para dar e receber amor. Jesus
experimentou o amor em todas as dimensões: o amor que se faz serviço, o amor de
amizade, o amor oblativo, o amor operativo que oferece saúde, perdão,
liberdade, reconhecimento... Em definitiva, o prazer profundo de “passar pela
vida fazendo o bem”.
Todas as
pessoas cabiam em seu coração, mas de um modo especial os últimos, os pequenos,
os pobres, os excluídos, os simples a quem o Pai lhes revela os segredos do Reino;
tudo isso fazia Jesus vibrar intensamente. Ele fez do amor o único necessário,
a razão de sua vida e entrega e, por isso, pode pregar com autoridade revelando
que ganhamos ou a perdemos a vida em função de que tenhamos ou não amado.
Frente às
inumeráveis leis e normas da religião judaica as palavras de Jesus soam
taxativas: “Eu vos dou um novo mandamento”. Não há outro. A admirável
simplicidade e a insistência na prática, que caracterizam a mensagem de Jesus,
se revelam também nesta síntese daquilo que deve ser o modo de proceder dos
seus discípulos. O Amor gratuito é a verdadeira identidade do(a) seguidor(a) de
Jesus.
Antes de
revelar o novo mandamento, antes mesmo de pedir aos discípulos que vivessem
desse amor, Jesus foi pura vivência e transparência do Amor descendente de Deus:
“como eu vos tenho amado”.
O texto fala
de “mandamento novo”, provavelmente um diferencial que os próprios discípulos
perceberam como “novidade” no modo de viver do Mestre, na gratuidade e
incondicionalidade de seu amor: “amor ágape”, oblativo, radical, despojado de
interesses...
Amar é a
única maneira de ser plenamente humano. Jesus viveu até o limite a capacidade
de amar, até amar como Deus ama. E é essa qualidade de amor o sinal decisivo
pela qual os discípulos de Jesus deveriam ser reconhecidos.
Desse modo,
o mandamento do Amor remete à Fonte que o possibilita, ao Amor originante que nos
faz transcender as rígidas fronteiras do ego e acessarmos a um nível
transpessoal de comunhão, onde o Amor poderá fluir com mais liberdade.
Tudo se
enraíza no Amor do Pai que se manifestou em Jesus e que agora circulará através
dos discípulos. Trata-se do mesmo e único Amor; o que é pedido aos discípulos é
que permitam que esse Amor primeiro e originante se expresse e seja vivido através deles e entre eles. O sentido
de nossa existência, portanto, está na experiência de entrada no fluxo do Amor
fontal do Pai.
Por isso,
não é um mandato vindo de fora, como uma imposição arbitrária. Os mandamentos
não são, na sua origem, um conjunto de normas “externas” que Deus impõe ao ser
humano para complicar-lhe a vida. Neles, Deus está expressando sua forma de entender
a existência, seus sonhos sobre o mundo e sua sensibilidade diante de seus
filhos e filhas. Em outras palavras, os mandamentos “emanam” do coração
misericordioso do Pai para o bem viver da humanidade.
Nesse
sentido, o “novo mandamento”, vivido e proclamado por Jesus, é um convite a
viver o que somos, conectados com o Mistério amoroso que tudo anima e sustenta.
O amor que Jesus nos pede deve surgir de dentro, não impor-se de fora como se
fosse uma obrigação. Todos nós, criados à imagem e semelhança do Deus Amor,
carregamos a “faísca do amor”, que deve ser ativada na relação com os outros e
com o próprio Deus. Na medida em que vamos conhecendo e vivendo o que somos
(nossa essência), o amor vai abrindo caminho e nós vamos nos parecendo mais com
o Deus que é Amor.
Quando
escutamos o verdadeiro Deus desperta-se em nós uma atração para o amor. Não é
propriamente uma ordem. É o que brota em nós ao abrir-nos ao Mistério último da
vida: “Amarás”.
Nesta
experiência não há intermediários religiosos, não há teólogos nem moralistas.
Não necessitamos que ninguém no-lo diga a partir de fora. Sabemos e sentimos que
a essência da vida é amar.
A
originalidade da afirmação central do evangelho de hoje é a de instituir um
amor horizontal em que o movimento do eu em direção ao outro é prolongamento e
imitação do movimento do amor de Jesus em direção ao ser humano.
O mandamento
bíblico do amor é, portanto, a “inversão da direção natural de vida do ser
humano”, ou seja, “do eu em direção ao eu”; falamos, aqui, do amor como “êxodo”
do eu em direção ao outro. Trata-se do amor de alteridade que nos descentra,
nos faz sair do “nosso próprio amor, querer e interesse” (S. Inácio).
É na
presença do outro que o eu é libertado e gerado para a nova identidade de ser
responsável, ou seja, aquele que responde e não pode deixar de responder diante
de quem lhe passa ao lado. Por isso, a nova comunidade dos seguidores de Jesus
não se caracterizará por doutrinas, nem ritos, nem normas morais. O único
distintivo deve ser o amor manifestado em todas e cada uma de nossas ações.
Jesus não
quer templos para manifestar esplendorosas adorações, nem estruturas ou ritos
que chamem a atenção, nem poder ostentoso, nem doutrinas distantes da vida, mas
a simplicidade do Amor despojado que a todos humaniza.
O Amor é o
que há de mais divino em nós; não teria sentido se o que há de mais divino no
ser humano desaparecesse. Por isso
afirmava Dostoievski: “A imortalidade me é necessária, porque Deus não cometerá
a injustiça de apagar por completo a chama de amor por Ele que prendeu em meu
coração. E o que é mais precioso que o amor? O amor é mais excelso que a
existência, o amor é a coroa da existência”.
O ser humano
não tem capacidade de dar conteúdo ao amor, de dar-lhe significado. Não pode
ser inventado por ele. Recebe-o inteiramente de Deus. O mandamento do amor não
é lei que se impõe a partir de fora; ele “emana” do nosso próprio interior,
pois o Amor “emana” do coração de Deus. O único que dá qualidade à vida é o
amor.
É o amor que
está no início da vida, o que a origina, a sustenta, a faz crescer, a faz
perdurar, lhe dá asas... Só o amor desnudo tem o dom da eternidade. No céu, o
ser humano não necessitará da fé nem da esperança, mas sim do amor, que será
seu conteúdo, sua razão de ser. Só terá lugar o amor que habita em nós; o resto
sobrará ou desaparecerá.
“Há uma
força extremamente poderosa para a qual, até agora, a ciência não encontrou uma
explicação formal. É uma força que inclui e governa todas as outras, e que
inclusive está por detrás de qualquer fenómeno que atua no universo e ainda não
fora identificado por nós. Esta força é o Amor” (A. Einstein, físico)
Texto
bíblico: Jo 13,33-35
Na oração: O
Amor originante e fontal de Deus lhe envolve permanentemente; marcado pela
gratidão, queira entrar em sintonia, “ajustar-se” ao modo de amar de Deus: amor
descendente, amor sem fronteiras, oblativo, expansivo... e que se “revela mais
em obras do que em palavras”.
Movido pelo
Amor transbordante de Deus, entre no fluxo desse Amor criativo, “descendo” à
realidade cotidiana e ali deixando transparecer esse mesmo Amor através de suas
obras.
- Faça
“memória agradecida” de sua presença amorosa na realidade cotidiana. Viva em
contínua ação de graças.
Pe. Adroaldo
Palaoro sj"
"Retirado do site -CATEQUESE Hoje- http://www.catequesehoje.org.br "- Um site com brasileiro com muita qualidade!
Jesus Cristo, o rosto da misericórdia do Pai
«Jesus Cristo, o rosto da misericórdia do Pai
Domingo Montero
«Muitas vezes e de muitos modos,
falou Deus aos nossos pais, nos tempos antigos,
por meio dos profetas. Nestes dias,
que são os últimos, Deus falou-nos no Filho»
(Heb 1,1-2). Estas palavras
introdutórias da carta aos Hebreus são
Perfeitamente
aplicáveis ao tema da misericórdia divina.
Apesar
da densidade e intensidade com que o rosto misericordioso de Deus aparece
perfilado no AT., estávamos ainda no momento do provisório e fragmentário. É em
Cristo, «resplendor da sua glória e imagem fiel da sua substância» (Heb
1,3), que brilha com maior perfeição o rosto do «Pai das misericórdias e o
Deus de toda a consolação» (2 Cor 1,3).
Cristo é
a misericórdia de Deus personificada; por isso, só olhando para Cristo,
introduzindo-se no seu mistério, se pode perceber a riqueza insondável do «Deus
rico em misericórdia» (Ef 2,4).
«Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do
Pai. O mistério da fé cristã parece encontrar nestas palavras a sua síntese.
Tal misericórdia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus de
Nazaré. O Pai, «rico em misericórdia» (Ef 2, 4), depois de ter revelado
o seu nome a Moisés como «Deus misericordioso e clemente, vagaroso na ira,
cheio de bondade e de fidelidade» (Ex 34,6), não cessou de dar a conhecer,
de vários modos e em muitos momentos da história, a sua natureza divina.
Na «plenitude
do tempo» (Gl 4,4), quando tudo estava pronto segundo o seu plano de salvação,
mandou o seu Filho, nascido da Virgem Maria, para nos revelar, de modo
definitivo, o seu amor. Quem O vê, vê o Pai (ver Jo 14,9). Com a sua palavra, os seus gestos e toda a sua pessoa, Jesus de
Nazaré revela a misericórdia de Deus» (Bula Misericordiae Vultus, 1).
I.
- JESUS REVELA A MISERICÓRDIA DE DEUS NA
SUA VIDA
1. A Encarnação
É a
expressão mais visível e mais densa da misericórdia. Ao “homogeneizar-se” com o
ser humano em Cristo (Fl 2,7), Deus “adquire” uma nova capacidade de
“ser misericordioso” em favor dos seus irmãos (Heb 2,17).
A misericórdia divina reveste em Cristo a
modalidade da mais profunda solidariedade, pois «não temos um Sumo-Sacerdote
que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, pois Ele foi provado em tudo
como nós, exceto no pecado. Aproximemo-nos, então, com grande confiança, a fim
de alcançar misericórdia» (Heb 4,14-16).
A encarnação é a manifestação mais plena e
exaustiva da filantropia divina (Tt 3,4), e o ponto de partida da nova passagem
benfazeja de Deus pela humanidade (ver At 10,38).
Jesus não foi nada espiritualista. Nele tudo é
“encarnação”, e a encarnação define todo o seu projeto. A sua vida decorreu
pelas rotas mais próximas do realismo, desde o nascimento até à morte, «provado
em tudo como nós, exceto no pecado» (Heb 4,15).
Assumiu e desceu às zonas mais escuras do ser
humano – o pecado –, pois «Aquele que não havia conhecido o pecado, Deus o
fez pecado por nós» (2 Cor 5,21). E, se é certo que o pecado não entrou
nele, Ele sim entrou no pecado, desativando o seu poder de morte e libertando a
vida das suas sequelas destrutoras e desumanizadoras, pois «o aguilhão da
morte é o pecado… Mas sejam dadas graças a Deus que nos dá a vitória por meio
de Nosso Senhor Jesus Cristo» (1 Cor 15,56-57).
Jesus é encarnação em duas dimensões: Deus
encarnou no ser humano e o ser humano, em Deus. Deus encarnou na nossa vida e
nós encarnámos na vida de Deus.
A encarnação não é só uma verdade teológica,
mas real, histórica, personalizada em Jesus de Nazaré. Falando humanamente, porque
a nossa ciência é imperfeita (1 Cor 13,9), bem como a nossa
linguagem, pode dizer-se que a “encarnação” dotou Deus de novas possibilidades,
permitindo-lhe viver não só “divinamente”, mas também “humanamente”.
Em Jesus, Deus experimentou a vida do homem
por dentro: amou com amor humano, sofreu com dor humana, desfrutou com alegria
humana, chorou com lágrimas de homem… viu a vida com olhos de homem.
Até então, Deus tinha olhado o ser humano a
partir de “fora” e de “cima”; em Jesus olha-o de “baixo” e a partir de
“dentro”. A encarnação permitiu a Deus assumir um novo estilo de vida e mesmo
um novo ponto de vista.
E o ser humano também saiu enriquecido;
porque, a partir do homem Jesus, nós já não vemos a Deus a partir de “fora”,
mas de “dentro”; já não somos chamados a viver apenas “humanamente”, mas também
“divinamente”. A encarnação de Deus enriqueceu-nos a todos.
A encarnação é a grande opção e manifestação
da misericórdia de Deus. A misericórdia é a forma mais audaz, criativa e esperançosa
do amor. E assim nos ama Deus, em Cristo: audazmente – fazendo-se um dos
nossos; criativamente – recriando-nos como novas criaturas; e esperançosamente
– porque «a misericórdia não teme o julgamento» (Tg 2,13).
2. O projeto histórico de Jesus
A vida pública de Jesus esbordou em amor e
misericórdia. Embora seja difícil respigar num campo tão vasto, pode servir de
referência orientadora a leitura programática do texto isaiano na sinagoga de
Nazaré:
«O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque Ele me ungiu
para anunciar a Boa-Nova aos pobres;
enviou-me
a proclamar a libertação dos cativos
e, aos cegos, a recuperação da vista;
a mandar em liberdade os oprimidos,
a proclamar um favorável da parte do Senhor» (Lc 4,16-21)
Perante o ser humano na sua concretização
histórica, Jesus não passou ao largo como os personagens da parábola do
samaritano (Lc 10,30ss), mas deteve-se diante de qualquer necessidade,
fazendo o bem a todos os que saíam ao seu encontro (At 10, 38), sem
recusar “as más companhias” nem “os grupos de risco”, não permitindo que se
perdesse qualquer grito de dor ou de esperança (Mc 10,46-52).
A sua vocação impedia-o de viver em ambientes
fechados. Viveu sem quaisquer cinturões protetores de segurança ou moralidade,
pois Ele irradiava as duas coisas a partir de dentro, sem temer contágios reais
ou rituais.
Não recusou “as más companhias”, porque veio
buscar a companhia do ser humano necessitado de redenção. E essas “companhias”
seguiram-no até à morte, porque Jesus não se preocupou tanto com “ter” boas
companhias, mas em “ser” um bom companheiro. Veio para recuperar da margem
certas existências, reintroduzindo-as no lar quente do Pai misericordioso, em
nome do Qual, abusivamente, haviam sido excluídas. E veio convidar-nos para nos
alegrarmos com esse agir de Deus (Lc 15,31-32).
Neste sentido, os pobres, os doentes e os “pecadores” são os
protagonistas da ação misericordiosa de Jesus, especialmente no Evangelho de
Lucas. Um aspeto que o Papa Francisco destaca nos números 9 e 16 da Bula do
Jubileu. Aconselho a lê-los, agora.
3. O
mistério pascal
A morte de Cristo «por nós» (Rm 5,8) é
a suprema expressão da misericórdia divina: «Deu, que é rico em misericórdia,
pelo amor imenso com que nos amou, precisamente a nós que estávamos mortos
pelas nossas faltas, deu-nos a vida com Cristo – é pela graça que vós estais
salvos – com Ele nos ressuscitou e nos sentou no alto dos céus, em Cristo. Pela
bondade que tem para connosco, em Cristo Jesus, quis assim mostrar, nos tempos
futuros, a extraordinária riqueza da sua graça» (Ef 2,4-7).
Significa o culminar da encarnação, da kénosis
do Filho de Deus, (Fl 2,8), o qual, «com orações e súplicas, … com
grande clamor e lágrimas» (Heb 5,7), realizou o supremo ministério sacerdotal
da misericórdia. Mas não o concluiu aí; continua a exercê-lo no santuário
celeste (Heb 4,14; 6,25; 8-9), onde está sentado à direita do Pai como «Sumo-Sacerdote
fiel» e misericordioso (Heb 2,17), a quem podemos dirigir-nos «com
grande confiança … a fim de alcançar misericórdia e encontrar graça para uma
ajuda oportuna» (Heb 4,16).
II. JESUS
REVELA A MISERICÓRDIA DE DEUS
COM AS
SUAS PALAVRAS E AS SUAS OBRAS
Missionário do Pai, Jesus veio anunciar e
inaugurar um Jubileu – «um ano favorável da parte do Senhor» (Lc 4,19)
–, mostrando-nos um Deus com rosto humano (antes era invisível), com nome
humano (antes era inefável) e com coração humano: um «Pai misericordioso» (Lc
6,36), que manifesta particularmente a sua alegria e felicidade na recuperação
do que estava perdido (Lc 15).
Um Deus que esquece a sua própria causa ou a
identifica com a do ser humano pobre (Mt 25,31-46); um Deus a quem o
culto não agrada tanto como a justiça (Mt 15,3-9), que não quer que,
para chegar ao Templo, se ignore a pessoa necessitada (Lc 10,25-37), que
prefere a recuperação de una adúltera à aplicação do castigo pelo adultério (Jo
8,1-11). Uma atitude, esta última, que merece uma reflexão especial, pois
revela o caráter singular da misericórdia. Também por isso, o Papa concede aos
sacerdotes, durante o Jubileu, absolver quem cometeu aborto.
Jesus não recrimina aquela mulher, nem a
envergonha com perguntas. Não silencia o seu pecado, mas tão-pouco o
absolutiza. Prefere encorajar, a reprender. E a mulher sentiu-se acolhida. Não
foi julgada nem pré-julgada. Jesus projeta aquela vida para a frente, para o
caminho novo que ela há de empreender, deixando para trás o caminho
irreversível, porque já andado: «Não voltes a pecar.» «Não te condeno»,
porque Deus, na sua misericórdia, te ama na tua debilidade.
Na sua pregação e na sua prática, Jesus
apresentou com nitidez e convicção o evangelho da misericórdia. Nisto se
destaca, uma vez mais, o evangelho de Lucas. As parábolas da ovelha perdida, da
dracma perdida e do filho pródigo (Lc 15, 4-31) são exemplos
paradigmáticos da vontade salvadora de Deus. Sem esquecer a do bom samaritano (Lc
10,29-37), a do rico e o pobre Lázaro (Lc 16,19-30), a do servo sem
compaixão (Mt 18,23-35), a do juízo final (Mt 25, 31-46).
Também em não poucas disputas com diversos
representantes do judaísmo ortodoxo, Jesus proclamou a singular audácia da
misericórdia de Deus (Lc 7,36-50; Mc 2, 15-17), convidando-os a
tirar as autênticas consequências do dito profético de Oseias 6,6: «Ide aprender
o que significa: Prefiro a misericórdia ao sacrifício» (Mt 9,13; 12,7).»
Retirado do Site dos Franciscanos
Capuchinhos: http://www.capuchinhos.org em 24-04-2016
segunda-feira, 18 de abril de 2016
Papa, Domingo do Bom Pastor-2016
«No IV
domingo da Páscoa, tradicionalmente conhecido como o domingo do Bom Pastor, e
após a sua visita de ontem a Lesbos, o Papa Francisco rezou a oração mariana
Regina Coeli com os milhares de peregrinos que a ele se juntaram na Praça de
São Pedro, no Vaticano.
No
comentário que antecedeu a oração Francisco lembrou as palavras que deram
origem à tradição do Bom Pastor e da ovelha: "é a festa da dedicação do
Templo de Jerusalém que se celebrava no mês de dezembro. E Jesus encontrava-se
precisamente nos arredores do Templo e é precisamente este espaço sagrado a
sugerir-Lhe a imagem da ovelha e do pastor".
O Papa
lembrou que, neste contexto, Jesus apresenta-se como "o Bom Pastor" e
afirma: « As minhas ovelhas escutam a minha voz. Eu conheço as minhas ovelhas e
elas seguem-me. Eu dou-lhes a vida eterna e nunca hão-de perecer e ninguém as
arrebatará da minha mão'.
Para
Francisco estas palavras de Jesus "ajudam-nos a compreender que ninguém
pode considerar-se discípulo de Jesus, se não escuta a sua voz. E este escutar
não deve ser entendido de maneira superficial, mas envolvente até ao ponto de
tornar possível um verdadeiro conhecimento recíproco a partir da qual pode
provir um seguimento generoso". "Trata-se - afirmou - de um escutar não só com as orelhas, mas
também com o coração".
O Santo
Padre recordou aos fiéis que "a imagem do pastor e das ovelhas indica a
estreita relação que Jesus quer estabelecer com cada um de nós. Ele é o nosso
Guia, o nosso Mestre, o nosso Amigo, o nosso modelo, mas sobretudo é o nosso
Salvador". Deste modo Jesus "comunica-nos o sentido de segurança e de
imensa ternura. A nossa vida está plenamente segura nas mãos de Jesus e do Pai
que são uma única coisa: um único amor, uma única misericórdia revelados uma
vez por todas no sacrifício da cruz. No mistério da cruz Jesus deu-nos a vida, a vida em abundância e este
mistério renova-se sempre e com humildade surpreendente, na eucaristia. É na
eucaristia que as ovelhas se reúnem para se alimentarem, é na eucaristia que
elas se tornam num só corpo em união com o Bom Pastor".
No final, e
antes da oração do Regina Coeli o Papa afirmou:
"Não
tememos mais. A nossa vida é, de hoje em diante, salva da perdição. Nada e
ninguém pode arrebatar-nos das mãos de Jesus precisamente porque nada e ninguém
pode vencer o seu amor. O Maligno, esse grande inimigo de Deus e das suas
criaturas, não pode realizar nenhum mal contra nós, a não ser que sejamos nós a
abrir-lhe as portas da nossa alma, seguindo as suas artimanhas, as suas
propostas enganadoras".
"Que a virgem Maria que escutou e seguiu a voz a
do Bom Pastor, nos ajude então a acolher com júbilo, o convite de Jesus a
tornarmo-nos seus discípulos e a viver sempre com a certeza de estarmos nas
mãos de Deus".»
“Retirado da -newsletter da EDUCRIS de 17-04-2016 -newsletter@educris.com "
Jesus, dá-me de beber...
quinta-feira, 14 de abril de 2016
terça-feira, 12 de abril de 2016
Saber estar ..., Encontrar...,e Anunciar Jesus Ressuscitado, com a Vida, com Alegria!
Depois desta caminhada, da Quaresma
até à Páscoa, surja em nós o saber estar com Jesus pregado na Cruz, e o saber, como Maria Madalena e as Mulheres,
ENCONTRAR Jesus Ressuscitado, e ANUNCIÁ-LO
com toda prontidão e Alegria!
Pregados na Cruz, oferecendo sacrifícios,
mantando a nossa vontade, e encontrando Jesus Ressuscitado, na Palavra, nos
Sacramentos, no meu Próximo, no íntimo do meu coração, e PARTIR com garra, manifestando-O na nossa Vida.
Continuação de uma Santa Páscoa em todos os dias da tua vida…
Blog Catequese Missionária
Jesus Ressuscitou de tanto viver
“…e viu que a pedra tinha sido tirada do túmulo”
(Jo 20,1)
"O sentido do Evangelho do domingo de Páscoa é de uma
riqueza extraordinária; ele começa realçando um amanhecer cheio de contrastes:
escuridão, ida ao sepulcro, a pedra rolada, pôr-se a correr. Desconcerto. Ele
não está. Quem O levou? Onde o colocaram?
Quando começa o amanhecer, a escuridão vai se
dissipando. Mas ainda não se veem as coisas claramente. O coração anseia ver e
encontrar. As sombras impedem ver; o sepulcro impede ver; as faixas impedem
ver; as pressas impedem ver. Correm as mulheres; corre Simão Pedro; corre
João.
No final, encontrar-se-ão com Ele quando estiverem
quietos, a sós consigo mesmos. Não é correndo que se experimenta a Páscoa; é
na espera silenciosa que se encontra com o Ressuscitado. Pois é Ele quem toma a
iniciativa, se apresenta e se dá a conhecer. Luminosa, amorosa,
pacificadora, vibrante, feliz, generosa, reconciliadora..., assim é a presença
do Ressuscitado entre seus amigos e amigas.
Não encontraremos o Ressuscitado no sepulcro, mas na
vida. Não encontraremos o Ressuscitado enfaixado e paralisado pela morte. Só
poderemos encontrar o Ressuscitado livre como a brisa da vida.
Não “vemos” a Ressurreição contemplando os restos da
morte; só podemos contemplar o Ressuscitado no mistério da vida. Pois só existe
a Vida. E “Jesus ressuscitou de tanto viver”. Aquele que viveu tão
intensamente não podia permanecer na morte. Por isso, só no compromisso com a
vida é que podemos encontrá-Lo. A Ressurreição nos revela: só existe a Vida; só
nos resta viver intensamente.
O relato do Evangelho do domingo de Páscoa é uma
verdadeira catequese: para quem viveu a experiência, trata-se do “primeiro dia
da semana”; para Maria Madalena, no entanto, ainda é de noite: “está escuro”.
Sabemos que para o autor do 4º. Evangelho, a noite é sinônimo de obscuridade,
confusão, ignorância; o “primeiro dia”, pelo contrário, faz alusão à “nova
criação”.
Madalena levanta-se de madrugada, quando ainda está
escuro; a dor por aquele que ama faz vencer o medo, coloca-a em movimento e
põe-se a buscar . Não se resigna diante da ausência do seu amado, nem diante da
ideia do fracasso e da morte.
Marida Madalena é boa companheira quando atravessamos
circunstâncias de “vida sepultada”, quando não sabemos o que fazer diante da
dor dos outros, quando estamos próximos de pessoas que vivem realidades de
desesperança, de não ver saída, de “pedras” que vão sendo colocadas encima e
deixam a vida paralisada; quando já estamos tentados a dizer: "não há nada
que fazer”, “as coisas não vão mudar”.
Ao caminhar em direção ao sepulcro, lugar da morte e
da desesperança, Maria Madalena é surpreendida ao observar que “a pedra tinha
sido removida”, ou seja, que a morte tinha sido vencida. Ela busca
desesperadamente um corpo sem vida; enquanto assim busca não poderá reconhecer
Jesus. Ele já não está onde não há vida, porque onde Ele aparece toda vida se
levanta. Se Ele está no centro, há vida até no fundo dos sepulcros.
“A pedra tinha sido removida”: imagem instigante e que
nos sugere algo profundamente sábio: debaixo de cada “pedra” que parece
amassar-nos, há vida que quer ressuscitar. Mais profundamente ainda, não há
nenhuma “pedra”, nada que seja capaz de sufocar a vida. Qualquer “pedra” que
nossa mente possa imaginar já foi “afastada”: o que somos, encontra-se sempre a
salvo; a vida não pode ser derrotada.
Depois de ficar impactada diante do túmulo aberto, ela
volta correndo à cidade para contar isso aos outros; é a primeira corrida de
Maria Madalena. Dois homens correm também para o sepulcro: um vê mas não entra,
o outro entra e a princípio ainda não vê. Estão embaçados os seus olhos, é
lenta a visão que busca um corpo conhecido, que pensa encontrar o já sabido, o
já visto, o já esperado.
No final da corrida, uma tumba vazia, algumas faixas,
um sudário e um vazio no coração. Pedro e João regressam pensativos ao refúgio,
onde se encontram os outros discípulos. O sepulcro vazio é um convite a
saber olhar com o coração para poder descobrir, nas “faixas” e no “sudário” de
nossa vida, o Ressuscitado, a Presença d’Aquele que É.
Ao chegarem ao sepulcro, Pedro e João não viram o
Ressuscitado, mas “faixas” e “sudário”. Mas, tanto as faixas como o sudário não
são elementos que por si mesmos fundamentam a fé na ressurreição. Requer-se uma
maneira de “olhar” que vai mais além da materialidade, ou melhor, que saiba
descobrir nos sinais a Presença d´Aquele que está presente em tudo e tudo
anima. Quem sabe “olhar” desse modo é “o outro discípulo, a quem Jesus amava”,
a imagem do verdadeiro discípulo.
Sem dúvida só o amor nos capacita para um olhar
contemplativo; por isso, o amor “corre” mais depressa que a autoridade. Vem à memória
palavras como as de Pascal: “O coração tem razões que a razão desconhece”; ou
as do Pequeno Príncipe: “O essencial é invisível aos olhos; só se vê bem com o
coração”.
É que o amor, por seu próprio dinamismo integrador e
unificador, nos faz descobrir a dimensão mais profunda da realidade que, de
outro modo, nos escapa. Para quem tem olhar contemplativo, as “faixas” já
representam um grande sinal: apontam para uma Vida destravada e plena.
“Faixas” são todo desejo de superação, a vontade que
sentimos de ser melhores, a aspiração por viver, o amor aos outros e a
capacidade de perdão; o desejo de plenitude; a beleza daquilo que nos cerca; a
vivência prazerosa, a esperança sustentada em meio ao sofrimento; o silêncio; a
vivência do Presente; a oração; o encontro pessoal; a experiência de ser
transformados; a mesa compartilhada...
À luz da Ressurreição, tudo isso ganha dinamismo e um
novo impulso para viver em
plenitude.
Diante da obscuridade daqueles que ainda não
experimentaram o encontro com o Ressuscitado, as testemunhas proclamam: “Jesus
ressuscitou” e “viver como ressuscitados” é a marca que identifica os(as)
seguidores(as) d’Aquele que “ressuscitou de tanto viver”.
E essa é a Boa notícia que nada nem ninguém poderá
arrebatar-nos. A Ressurreição não é simplesmente para ser contada, é para
ser vivida; ou dito de outra maneira, não podemos contá-la sem ter ficado
transformados, sem ter sido transpassados por essa experiência que rompe as
fronteiras de nossa vida.
Texto bíblico: Jo 20,1-9
Na oração: São nossas pequenas
ressurreições cotidianas que falam da Ressurreição de Jesus; nas nossas
ressurreições descobrimos a presença do Ressuscitado. É em nossa vida onde O
reconhecemos vivo. Somos testemunhas de sua ressurreição; somos testemunhas da
nova vida; somos testemunhas do novo que está começando. Páscoa, luz expansiva
que nos faz perceber em profundidade os sinais de Vida.
- Rezar as “faixas” e o “sudário” do seu cotidiano que
apontam para a Vida plena.
A todos aqueles(as) que hoje amanhecem “novos”,
“criaturas novas”, uma Santa Páscoa.
Pe. Adroaldo Palaoro sj "
"Retirado do site -CATEQUESE Hoje- http://www.catequesehoje.org.br "- Um site com brasileiro com muita qualidade!
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