sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Esperança e Bíblia

"O pintor judeu Marc Chagall reconheceu que «durante séculos os pintores molharam o pincel no alfabeto colorido da esperança que é a Bíblia» (citado por G. RAVASI, Quién eres, Señor? [Verbo divino; Estella 2013] 132). Se a atitude dos gregos face à vida gerou ciência e filosofia, a Bíblia hebraica pensou a história embebida de espiritualidade, fez surgir a esperança desejando e procurando sentido divino para o existir humano. Assente na fé em Deus, foi descobrindo subjacente na esperança a felicidade como um fundo com sentido, que se mantinha por cima das desgraças e apesar das desgraças: «A paz foi desterrada da minha alma, esqueci o que é a felicidade. Pensei para mim: ‘Perdi a minha confiança e a minha esperança no Senhor’… Uma coisa recordo no meu coração, para retomar a esperança: que o amor do Senhor não está esgotado, porque inesgotável é a sua ternura … Digo para mim: ‘O Senhor é a minha herança; por isso espero n’Ele’. O Senhor é bom para quem n’Ele confia, para a alma que o procura. Bom é esperar em silêncio a salvação do Senhor» (Livro das Lamentações 3,17.21-22.24-25).

Armindo Vaz, OCD"

Texto: Retirado do Boletim de Espiritualidade n.137  da Ordem dos  Carmelitas Descalços.

Imagem: "A Crucifixão Branca  Marc Chagall, Instituto de Arte de Chicago"

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