"O pintor judeu Marc Chagall reconheceu que «durante séculos
os pintores molharam o pincel no alfabeto colorido da esperança que é a Bíblia»
(citado por G. RAVASI, Quién eres, Señor? [Verbo divino; Estella 2013] 132). Se a
atitude dos gregos face à vida gerou ciência e filosofia, a Bíblia hebraica pensou
a história embebida de espiritualidade, fez surgir a esperança desejando e
procurando sentido divino para o existir humano. Assente na fé em Deus, foi
descobrindo subjacente na esperança a felicidade como um fundo com sentido, que se mantinha por cima das
desgraças e apesar das desgraças: «A paz foi desterrada da minha alma, esqueci
o que é a felicidade. Pensei para mim: ‘Perdi a minha confiança e a minha
esperança no Senhor’… Uma coisa recordo no meu coração, para retomar a
esperança: que o amor do Senhor não está esgotado, porque inesgotável é a sua
ternura … Digo para mim: ‘O Senhor é a minha herança; por isso espero n’Ele’. O
Senhor é bom para quem n’Ele confia, para a alma que o procura. Bom é esperar
em silêncio a salvação do Senhor» (Livro das Lamentações 3,17.21-22.24-25).
Armindo Vaz, OCD"
Texto: Retirado do Boletim de Espiritualidade n.137 da Ordem dos Carmelitas Descalços.
Imagem: "A Crucifixão Branca Marc Chagall, Instituto de Arte de Chicago"

Nenhum comentário:
Postar um comentário