“Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago e Salomé, compraram perfumes para ungir o corpo de Jesus. E bem cedo, no primeiro dia da semana, ao nascer do sol, elas foram ao túmulo”
"+ Na alegria da ressurreição, prepare
a oração, criando um clima de profunda intimidade com o
Ressuscitado.
+ Suplique a Deus o dom da alegria com
Cristo Ressuscitado; que a experiência da Ressurreição o(a) impulsione a viver
com mais intensidade em comunhão com toda a humanidade e toda a Criação.
+ Antes de contemplar o relato
das mulheres que foram ao sepulcro de madrugada, repasse os “pontos”
seguintes:
- As mulheres revelaram
uma presença fundamental nos relatos da Páscoa. Elas
seguiram e serviram a Jesus com seus bens pelos caminhos da Galileia e permaneceram
fiéis até o final, até a Cruz. São testemunhas, como tantas mulheres de hoje,
da fidelidade nas situações limite, onde o que lhes toca fazer é estar e
acompanhar, na sua impotência e luto, até que emerja o inédito. São testemunhas
da semente do amor entregue, que, embora invisível no ventre da terra, vai
pouco a pouco abrindo caminho para a luz, afastando pedras e abrindo espaços,
dando à luz o novo, porque o Deus de Jesus não é um Deus de mortos, mas de
vivos.
- Frente à traição e a ausência dos
discípulos, as mulheres foram
significativas por sua lealdade. Enquanto o grupo de homens se trancou na
passividade covarde, elas optaram pelo enfrentamento da realidade, vencendo o
medo, colocando-se a caminho.
Das mulheres que foram ao
sepulcro na manhã de Páscoa levando perfumes podemos
aprender sua capacidade de enfrentar os acontecimentos com sabedoria e audácia.
Elas são as mulheres “mirróforas”, ou
seja, portadoras de perfumes, que madrugam para ir ungir o corpo de Jesus. Estão conscientes do tamanho da pedra e de sua impossibilidade de removê-la, mas isso
não é um obstáculo em sua determinação de ir ao túmulo para fazer memória
d’Aquele que abriu para elas um horizonte de sentido.
A alusão ao “primeiro dia da
semana” e o “nascer do sol” acompanham a entrada delas em cena, na madrugada da
Páscoa: estamos no começo da Nova Criação e
a luz da Ressurreição as envolve em seu esplendor.
- Quem busca, encontra; as
mulheres foram as primeiras que viram este instigante sinal: a grande pedra
tinha sido removida e o túmulo estava vazio. E foram as primeiras a “entrar”.
Entraram no túmulo: esta foi a experiência das
discípulas de Jesus, ou seja, entraram no mistério que Deus realizou com sua
vigília de amor. Não se pode fazer a experiência da Páscoa sem “entrar” no
mistério.
As mulheres aprenderam uma lição
inesquecível: é inútil busca Jesus no lugar da morte.
O cenário da morte carece de
respostas. A busca deverá ser
feita no espaço onde se desenvolve a vida. As
mulheres entendem que corresponde a elas tomar a iniciativa e tirar da covardia
o grupo de discípulos, transmitindo um encargo a todos os que abandonaram Jesus
e, em especial, a quem chegou a renegá-Lo: “...dizei a seus
discípulos e a Pedro...” (v.7).
- Agora, finalmente, Marcos cita
os discípulos. Através das mulheres, eles receberão o encargo de Jesus. Elas se
converteram em mensageiras da boa notícia; elas assumiram o protagonismo e
relançaram o projeto do Reino a partir da grande intuição de Jesus: na Galileia
começou a história e ali deverá ser reiniciada. Seguir as pegadas do Galileu
confirma que Ele vai adiante guiando os seus seguidores e seguidoras. Percorrer
seus passos garante ao grupo a experiência de contar com Ele: “Ele
irá à vossa frente, na Galileia; lá vós o vereis, como ele mesmo tinha dito” (v.7).
- Voltar à Galileia significa
retomar e prolongar a mensagem e a proposta do Reino de Jesus. Foi ali na Galileia
que Jesus começou sua vida pública e atuou como aquele que veio aliviar o
sofrimento humano, com a certeza de que o Reino tinha chegado e que Deus faria
mudar a maneira de vida dos homens, partindo precisamente dos mais pobres e
excluídos. Dessa forma, inicia-se um grande “movimento
humanizador”, a partir de baixo, ou seja, dos últimos e
pobres, anunciando e preparando a chegada do Reino na Galileia.
- Esta volta à Galileia marca o
começo da nova comunidade dos
seguidores e seguidoras de Jesus. A partir desse lugar deve iniciar-se o novo
caminho do seguimento.
Por isso, os(as) discípulos(as)
devem entrar em sintonia com o modo original de ser e de viver de Jesus na Galileia.
É ali que se devem encontrar todos os que são de Jesus (Pedro, as mulheres, os
discípulos de Jerusalém), para também ali retomar e prolongar o movimento
iniciado pelo Mestre de Nazaré.
Mas é sobretudo através do “modo
cristificado de ser e viver” que os(as) seguidores(as) de
Jesus exalam um bom odor, criam uma atmosfera perfumada ao seu redor.
- Assim, às vezes nos encontramos
com ambientes que nos cativam e atraem, que desprendem um aroma agradável e
prazeroso. São ambientes nos quais reina o acolhimento, o diálogo amoroso, o
compromisso, a simplicidade. Sempre agrada ficar por mais tempo. Nossa memória
parte dali amavelmente carregada com energia salutar e nossos pulmões saem
repletos de ar purificado, limpo...
Também existem outros ambientes
cujo ar é irrespirável, fétido, com mau odor. São lugares onde há competições,
agressividade e violência, onde as pessoas são manipuladas; são atmosferas
arrogantes, infectadas, intolerantes, vazias. Saímos dali meio asfixiados, desejando
não querer voltar mais.
+ Como as mulheres “mirróforas”, tome
consciência dos aromas que deve levar para perfumar os ambientes com odor de
morte, de rigidez, de indiferença, de medo... para que se transformem em
espaços com cheiro de vida, de liberdade, de ternura e acolhimento.
+ Que aromas prepara e espalha em
sua casa, em sua comunidade, em seu ambiente?
+ Diante do Ressuscitado faça um
profundo colóquio, expressando toda sua alegria e seu desejo de viver
intensamente em favor da vida de todos.
+ Registe e dê nome aos
sentimentos de consolação.
Mensagem
final
Todos nós cristãos, fomos ungidos
com o óleo santo no batismo,
fomos ungidos com um bálsamo cristificante. Por isso trazemos
a força curativa do perfume de Cristo,
para sermos presenças diferenciadas em lugares que cheiram à morte e poder
manifestar a beleza da vida cristã com a qualidade do nosso aroma.
Somos uma fragrância que é o
símbolo da vida, e que, derramada em favor das pessoas, inunda o mundo,
comunicando a salvação.
Páscoa é expandir o perfume da vida que nos
envolve.
Pe. Adroaldo Palaoro sj
03.04.2021"
Texto -
Retirado do site - "CATEQUESEHoje - www.catequesehoje.org.br
", em 04.04.2021 - Um site de Catequese do Brasil, com muita qualidade!
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