"CATEQUESE:
A ALEGRIA DO ENCONTRO COM JESUS
Documento
de Trabalho
Comissão Episcopal da Educação
Cristã e Doutrina na Fé”
Aqui seguem, a algumas
perguntas, as respostas/reflexão de um catequista em particular:
Cap.I: Renovação Conciliar da
Catequese
-Que principais linhas
de renovação de Catequese se alcançaram nas nossas comunidades?
Resposta de um catequista:
«-Uma catequese organizada,
sistemática;
-Uma catequese com uma formação
pertinente e forte;
-Uma catequese aberta a todas as
dimensões da Fé;
-Uma catequese de Comunhão, de
Igreja, Carismática, Querigmática;
-Uma catequese menos doutrinal;
-Uma catequese com menos fórmulas;
-Encontros de catequese de carácter mais Catecumenal ;
-Partir da Vida, Alargar até chegar à Palavra,
Aprofundar a Palavra, Celebrar essa Palavra, partir para a Vida Transformado … ;
-O catequista caminha com os catequizandos, partilhando mutuamente a Fé ao longo da vida…»
-A que novas acentuações
é necessário, neste momento, prestar especial atenção para uma catequese mais
eficaz?
Resposta de um catequista:
«-VOCAÇÃO: A vocação do catequista deve ser clara. Deus
Chama, e ele reponde…-eis-me aqui Senhor, sou teu servo, fraco e humilde…-que queres que eu
faça? Quem não sentir este chamamento, deve pedi-lo ardentemente, e só depois de
o receber, é que deve avançar…
-PROXIMIDADE: Ajudar a que as comunidades sejam mais
acolhedoras, mais sensíveis, menos formatadas, mais realistas. Porque será que
nos baptizados as comunidades não vibram?
Porque será que no final do 5º ano de catequese se faz um retiro com os
adolescentes, no sentido de os ajudar a
escolher um serviço na comunidade (acólitos, zeladores, visitadores, leitores…) e…não
acontece nada,… será que as comunidades estão dispostas a recebe-los de braços abertos,
a aceitar a renovação, ou será que estão mais preocupados em manter o seu lugar cativo, e a marcar o seu território pessoal ? Alguns
Cooperadores (Agentes) pastorais serão portas, corações delicados… ou serão
barreiras que escodem tudo…?
- PROXIMIDADE : Acolher melhor os pais, criar laços,
“convívios”;
-PROXIMIDADE/FORMAÇÃO: Os pais devem ser ajudados a serem os
primeiros educadores na Fé;
-DEPENDÊNCIA: Todos temos de reaprender
a saber “dar” e a saber “receber”,
reaprender a sermos dependentes de Deus, e
de uns dos outros, como as primeiras comunidades cristãs;
-ABERTURA: Acabar como isolamento do acto catequético,
com a impermeabilidade do grupo, da paróquia, do arciprestado(…)
-TODOS SOMOS DISCÍPULOS: Todos
precisam de ser catequizados. Quantas vezes como catequistas, sentimos que
aquelas “simples” Palavras da catequese dos primeiros anos, nos soam a Novidade e nos Alegram o Coração, a nós
em primeiro lugar! “Deus Ama-Te”…Quem não precisa que de ser catequizado
permanentemente?
-TODOS SOMOS APÓSTOLOS: É URGENTE uma Catequese mais Missionária, em que cada um é ajudado
por todos a Evangelizar, na escolinha,
em casa na família, num lar de idosos, num funeral…
-MISERICÓRDIA: É URGENTE
uma Catequese Misericordiosa. Jesus também pode ser encontrado naqueles
de quem nos fazemos próximos, naqueles de quem nos aproximamos, naqueles que
muitas vezes cheiram mal… Viver as Obras de Misericórdia é ser cristão. Devemo-nos aproximar mais, muito
mais,… dos doentes, dos presos, dos
idosos, dos marginalizados, das famílias em dificuldades…
-CONVÍVIO : É URGENTE convívio, partilha e
aprendizagem intergeracional ;
-INFORMAÇÃO: Deve ser melhorada
a informação nas paróquias, no sentido de a todos, chamar, tocar e envolver…
-ACTIVIDADES: O desporto, a cultura, os debates…devem estar
sempre presentes na catequese.
- AS NOSSAS CASAS : Os Institutos religiosos, os seminários (…), devem abrir-se ás comunidades locais, em
especial à catequese.»
Cap.II Novos Desafios
-A análise
apresentada (rotura na transmissão da fé…) corresponde à sua experiência? Serão
estes os aspectos da realidade que mais influenciam a adesão à fé? Indica
outros?
Resposta de um catequista:
«-A prática cristã que recebi de meus pais, o
tempo que era dedicado à oração, o tipo de oração, os pontos de vista de então,
comparando com a família jovem que agora formo, conjuntamente com a minha
esposa e filhos, concordo que há uma rotura com o passado, mas não uma rotura
com a fé.
Penso que os filhos recebem
directamente do coração dos pais. No meio das correrias, dificuldades ,
computadores, televisões…, também há
momentos em que eles vêm os pais a rezar, em que também se reza em conjunto, ouvem falar de Deus… “Adorar
a só a Deus”...Jesus é teu melhor amigo…Justo, só Jesus…Partilha…é preciso
tempo para Deus…”Jesus também deu a vida por ti!”…” Vamos rezar uma Ave-maria
pela avó que está doente”… “Pai ,posso ler a leitura que está ler?”...”Tenho de me confessar”… “Hoje é
Domingo, vamos à Missa!”
Também há momentos de frustração.
Mãe a Missa é uma seca…que horas são, quanto tempo ainda demora…Momentos em que esperávamos
que o coração se abrisse, e parece que não acontece nada,…egoísmos, friezas,…
O TESTEMUNHO dos pais é
fundamental para transmitir a fé!
Há famílias jovens que pouco
falam de Deus, cristãos que se esquecem do Domingo com frequência , aí, a comunidade deve aproximar-se, e dar o seu alegre TESTEMUNHO… A catequese familiar também será uma boa oportunidade para despertar a fé
na família. Os movimentos tipo “ Alfa”, também podem ajudar no clic, e muitos outros…»
-Porque é importante acentuar que nós apenas semeamos mas é Deus quem faz crescer?
«-Um aspecto relevante, é que
a que a catequese não se faz. Dizer “fazer catequese”, é uma
falta de sensibilidade chocante. A catequese vive-se , o catequista testemunha
a sua fé, a fé da igreja. O catequizando vai caminhando com o catequista e seus
companheiros da vida, vai partilhando a sua fé, que irá florindo com o tempo
. Portanto, é importante semear, e ter um coração para ser semeado (tanto o
catequista como os catequizandos)…O testemunho do catequista ,dos
catequizandos, enraizados numa
comunidade aberta (testemunha também), dará frutos. A Palavra de Deus é sempre
eficaz!»
Cap.III-Novas oportunidades para o
Evangelho
-Como preparar, no tempo
da catequese, o futuro da vida cristã?
Resposta de um catequista:
«A catequese tem que se
desinstalar:
1-Optar por uma catequese
familiar, como já é realizada em alguns contextos de catequese nacional, em que
todos vão crescendo em conjunto na Fé,
Pais, Filhos, Avós, Comunidade, Padre, etc…
2-Aposta por uma Catequese mais Missionária, recebi de graça,
vou dar de graça… recebi uma sementinha pequenina, vou partilha-la …
3-Catequese de “primeiro anúncio
“, querigmática .
Estas novas realidades, obrigam a mudar o sistema instalado, como por
exemplo : o ciclo de uma catequese (ver ”
Sementes Missionárias”) , interligação mais forte com a Eucaristia e outros
Sacramentos, co-responsabilidade de todos, muita humildade , muita comunhão,
intergeracionalidade, ecumenismo …»
Cap. IV-Catequese no Horizonte Evangelizador e Missionário
-Este é um capítulo
fundamental para renovar a catequese no nosso tempo: situá-la num horizonte
evangelizador. Como avalia as dimensões referidas neste capítulo? Como
traduzi-las na prática? Que mudanças implicam?
Resposta de um catequista:
«A pastoral de manutenção é defunta, não serve
para nada. Cada pessoa, cada fiel, pelo Baptismo tem que ser Evangelizador . Esta caminhada, faz-se
caminhado, quem procura Jesus e o “Encontra”, renova-se, abre-se, sai, parte…
Primeiro, é preciso Encontrar
Jesus, o meu Maior Amigo…Aquele que também deu e dá a Vida por mim. Depois, …também se vai
descobrindo que “ onde dois ou três estiverem reunidos em meu Nome, Eu estarei no
meio deles”, e que, “Este é o Meu Corpo, que será entregue Vós, fazei isto em memória de Mim”…Aqui está
o Mistério! A catequese tem que ser uma
caminhada com Jesus, tal como aconteceu com os Discípulos de Emaús, mas
estendida no tempo e em diversos espaços.
A Palavra de Deus é luz e fonte
para o caminho, e pela mesma Palavra, nós somos interpelados a encontrar Cristo no Próximo. Quem leva a”Luz”aos
outros, recebe muita mais “Luz”.
A Oração é a cola que estabiliza
e tudo congrega, sem ela tudo se dispersa. Alguém consegue sentir a brisa, os sinais, sem a
oração…? E quando caímos? O que nos levanta?»
-Decisivo no processo de
catequese é a experiência pessoal do encontro com Cristo. Na vida dos
catequistas, na sua concretamente, renova-se e aprofunda-se constantemente este
encontro com cristo? Como pode levar o catequista levar a este encontro?
Resposta de um catequista:
«-Na minha vida pessoal, esse
encontro com Cristo é permanente, em cada instante. A Bíblia não parou no tempo,
ela continua a ser escrita nas nossas vidas, mas é preciso estar atento e
aberto aos sinais e à conversão permanente.
Para ajudar no processo da
catequese, da Vida para a Vida…, a “Escola com Jesus” parece ser um bem
precioso:
“O programa de formação das crianças
da Infância Missionária é conhecido como "Escola com Jesus" e integra
o catecismo num processo formativo. Cada tema é desenvolvido em quatro etapas
ou áreas: catequese missionária, espiritualidade missionária, serviço
missionário e comunhão missionária. Uma vez que se conclui o ciclo, propõe-se
um novo tema e começa-se novamente um processo análogo
1-ENCONTROS DE CATEQUESE
MISSIONÁRIA :Escuta-se a palavra de Deus, seguindo um estudo sistemático da
doutrina contida nela. Neste encontro, as crianças escrevem, desenham, tiram
conclusões, memorizam as mensagens principais. Trata-se de um encontro
orientado para a reflexão, o estudo e a compreensão daquilo que Deus nos
comunica para a nossa missão
Cada encontro possui um carácter
específico e, a cada quatro encontros, começa uma nova unidade do grupo, em
conformidade com o plano de formação e também tendo em conta os tempos
litúrgicos, os eventos paroquiais, etc.
Nestes encontros incluem-se os
seguintes elementos:
•Testemunho pessoal: convidam-se
as crianças a descrever o modo como assumiram os seus compromissos missionários
durante a semana que acaba de passar.
•Proclamação e estudo da Palavra
de Deus: utilizam-se para ajudar a compreender a Palavra de Deus, representações,
símbolos, gestos.
•Compromisso missionário: no
encerramento de cada encontro as crianças comprometem-se em realizar durante
essa semana certas actividades, através das quais compartilham com a comunidade
mais ampla a Palavra de Deus que elas mesmas receberam.
2-ENCONTROS DE ESPIRITUALIDADE
MISSIONÁRIA
Refere-se ao segundo encontro,
ou seja, à segunda semana. Trata-se da celebração e da experiência daquilo que
se aprendeu no primeiro encontro (catequese missionária). O objectivo consiste
em interiorizar a mensagem aprendida para vivê-la, celebrá-la e assimilá-la.
Para este encontro, orna-se a
casa apropriadamente, conforme o tema. Por exemplo: velas, Bíblias, almofadas,
imagens, música… de tal modo que, ao entrarem, as crianças sintam imediatamente
que este encontro semanal é diferente. Corresponde mais ao coração que à mente!
Em conformidade com o tema e as
circunstâncias, escolhe-se uma dinâmica como actividade central do encontro:
"laboratório" de oração, retiro, celebração da Palavra, desenhos
bíblicos, celebração da Eucaristia, dinâmicas de sensibilização espiritual,
etc. O mais importante é ajudar, tanto na experiência da presença do amor de
Deus, como na oração e na celebração da sua Palavra, de maneira a poder adoptá-la
progressivamente na vida pessoal e comunitária.
3- ENCONTROS DE SERVIÇO
MISSIONÁRIO
Refere-se ao terceiro encontro,
isto é, à terceira semana. Aqui, ajudam-se as crianças a passar do
"ser" ao "fazer" discípulos para Jesus, ensinando às outras
o que elas aprenderam d'Ele. As crianças reconhecem na acção missionária a
missão evangelizadora que receberam desde o baptismo e que elas cumprem através
dos seus serviços ao próximo, em particular às outras crianças do mundo. Elas
fazem amigos para Jesus e, em seu nome, compartilham com as outras crianças o
seu pão, especialmente o pão da fé, para ajudá-las nas suas necessidades.
As diversas actividades incluem:
o anúncio do Evangelho aos outros; a formação missionária das outras crianças;
os serviços aos outros grupos; os serviços missionários na própria família; os
serviços missionários na própria escola; as actividades para incentivar a
oração e as ofertas em favor das missões do mundo inteiro; a preparação das
Celebrações Litúrgicas para as quais se convidam os familiares, amigos, a
comunidade, etc.; a comunicação e apoio aos missionários que se encontram em
outros países o em outros continentes; as actividades em benefício das crianças
necessitadas; o intercâmbio de experiências com o pároco e com outros
colaboradores na paróquia; a preparação do material para a animação
missionária; as visitas aos enfermos, aos idosos, aos órfãos, etc.
4- ENCONTROS DE COMUNHÃO
MISSIONÁRIA
Refere-se ao quarto encontro, ou
seja, à quarta semana. Estes encontros são orientados para rever e fortalecer a
experiência de comunhão missionária entre as crianças e entre elas e os outros,
a fim de criar comunidades eclesiais vivas, dinâmicas e missionárias.
Recomenda-se que esta quarta
etapa inclua, algumas vezes, encontros com as famílias das crianças, com outros
grupos de crianças, com o pároco e com a sua equipe, com os seus mestres e
companheiros, etc.
•Entre as actividades
recomendadas incluem-se: festas, passeios, reuniões, jogos e recreações,
competições, celebrações de aniversários, etc. “ »
Cap.V: exercícios Práticos (…)
Cap.VI: Formar Discípulos
Missionários
-Que mudanças implica na
nossa forma de fazer catequese a preocupação de formar discípulos missionários
?
Resposta de um catequista:
«-A catequese não se faz. A
catequese não é um produto industrial…entra o fio…sai a meia!
A catequese Vive-se, a catequese
é Vida para a Vida. As nossas paróquias não são comunidades missionárias (salvo algumas excepções,
claro). Toda a comunidade tem que se envolver nesta causa, e todos juntos,
conseguiremos nos transformar em Discípulos Missionários!»
Cap. VII: Igreja Mãe e Mestra
Resposta de um catequista:
«-Todos temos que ser “Discípulos”
e “Missionários”, aprendendo a estar pregados com Jesus na Cruz, morrendo para
a nossa vontade, fazendo a vontade de Jesus. Mas também temos que partir com alegria, e anunciar Jesus Ressuscitado, como Maria Madalena,
os Apóstolos, e todos que se seguiram…»