sexta-feira, 18 de março de 2016

Papa Francisco: "O Senhor está connosco mesmo quando não entendemos"

"De volta a Santa Marta, onde celebrou a eucaristia nesta manhã de segunda-feira, o Papa Francisco refletiu sobre alguns dos acontecimentos dramáticos dos últimos dias: O sem abrigo morto em Roma, as irmãs da caridade assinadas no Iémen ou as pessoas que adoecem perto de Nápoles foram o centro da reflexão do Pontífice.

Tomando a primeira leitura, retirada do livro de Daniel e que relata a história de Susana, uma mulher justa que é difamada pela má intenção de dois juízes, Francisco afirmou que "diante destes vales tenebrosos a única resposta é confiar em Deus."
" O Senhor caminha sempre connosco e nunca nos abandona:

"Quando nós, hoje, olhamos para os muitos vales obscuros, tantas desgraças, tanta gente que morre de fome, de guerra, crianças com problemas, tantas.... perguntamos aos pais: ‘Mas que doença  tem?’ – ‘Ninguém sabe: chama-se doença rara’. Pensemos nos tumores da Terra do fogo … Quando se olha para tudo isso, perguntamos: onde está o Senhor? O Senhor caminha comigo? Este era o sentimento de Susana. Também o nosso. Quando se olha para estas quatro freiras trucidadas: serviam por amor e acabaram trucidadas por ódio! Quando vês que se fecham as portas aos sem abrigos e eles ficam ao relento, com o frio... Mas Senhor, onde estás?
Perante a dor e a incompreensão podemos, explicou o Papa, questionar:
"Como posso confiar no Senhor se vejo todas estas coisas? E quando as coisas acontecem comigo, cada um de nós pode dizer: mas como me entrego ao Senhor?” “A esta pergunta há uma resposta”, disse Francisco: “Não se pode explicar, eu não sou capaz”:
“Porque sofre uma criança? Não sei: para mim é um mistério. Somente Jesus no Getsémani me traz uma luz – não à mente, mas à alma: ‘Pai, este cálice, não. Mas seja feita a Tua vontade’. Entrega-se à vontade do Pai. Jesus sabe que tudo não termina com a morte ou com a angústia, e a última palavra da Cruz: ‘Pai, confio-me nas Tuas mãos!’, e morre assim. Entregar-se a Deus, que caminha comigo, que caminha com o meu povo, que caminha com a Igreja. E este é um ato de fé. Eu entrego-me. Não sei: não sei porque isto acontece, mas eu confio. Tu saberás porquê”.
Este é, explicou Francisco, "o ensinamento de Jesus: quem se entrega ao Senhor que é Pai, não precisa de mais nada”. Ainda que caminhe por um vale tenebroso, acrescentou, “sabe que o mal é um mal momentâneo, o mal definitivo não existirá porque o Senhor ...‘porque Tu estás comigo. O Teu bastão e o Teu cajado deixam-me tranquilo”. Esta confiança “é uma graça” que devemos pedir: “Senhor, ensinai-me a entregar-me nas Tuas mãos, a confiar na tua condução, mesmo nos maus momentos, nos momentos tenebrosos, no momento da morte”:
“Hoje far-nos-á bem pensar na nossa vida, nos problemas que temos e pedir a graça de nos entregarmos nas mãos de Deus. Pensar em tantas pessoas que não recebem um último carinho na hora de morrer. Há três dias morreu um aqui, nas ruas, um sem abrigo: morreu de frio. Em plena Roma, uma cidade com todas as possibilidades para ajudar. Porquê, Senhor? Nem sequer um carinho… Mas eu entrego-me, porque Tu não desiludes”.
No final o Papa Francisco rezou:
"Senhor não Te entendo. Esta é uma bela oração. Mesmo sem entender, entrego-me nas Tuas mãos”.
Educris com Rádio Vaticano"                                                                                                                              
“Retirado da -newsletter  da EDUCRIS de 14-03-2016 - newsletter@educris.com "

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