Por: P. Tony Neves
A 'Alegria do Evangelho' veio acrescentar festa à
Missão. É mesmo um documento missionário, a juntar-se ao ’Ad Gentes’ do
Vaticano II, à ‘Evangelii Nuntiandi’ de Paulo VI e à ‘Redemptoris Missio’ de
João Paulo II. Dá gosto ler de fio e pavio pois, em cada virar de página,
Francisco vem surpreender-nos com mais uma imagem, uma ideia, uma denúncia, uma
proposta. O Papa retoma algumas das mensagens fortes que proclamou em Assis,
quando disse que não queria ver nos rostos dos cristãos sorrisos de hospedeiras
de bordo. Ou seja, quer sorrisos verdadeiros, que reflictam o que se passa na
alma de um crente que sabe que todas as quaresmas desembocam na manhã da
Páscoa.
‘Primeirear’, ou seja, ‘tomar a iniciativa’ deve ser
uma das imagens de marca dos missionários hoje (nº24). Nós somos convidados por
Francisco (e, antes dele, por Cristo) a sermos ‘Igreja em saída’, na rua, a
partilhar a sorte a má sorte de todos, sobretudo dos pobres, mesmo sujando as
mãos (nº20).
No meio de tantas preocupações missionárias, Francisco
propôs-se refletir sobre apenas sete temas: 1.a reforma da Igreja, em saída
missionária; 2.as tentações dos agentes pastorais; 3.a Igreja vista como a
totalidade do povo de Deus que evangeliza; 4.a homilia e a sua preparação; 5. A
inclusão social dos pobres; 6.a paz e o diálogo social; 7. As motivações
espirituais para o compromisso missionário (nº.17).
Ao percorrer, uma por uma, as páginas desta 'Exortação
Apostólica' somos confrontados com a humildade de um Papa que se sente frágil,
sem palavras que fechem a reflexão. Apresenta-se como um que caminha com todos,
sempre à procura dos sinais inspiradores do Espírito Santo e com uma atenção
redobrada aos pequenos e aos pobres. Sim, ele quer uma Igreja pobre e para os
pobres, uma família onde todos tenham lugar, vez e voz, uma Comunidade sempre
em conversão (reforma), um 'governo' da Igreja mais descentralizado e com mais
lugar para a mulher, o jovem e os leigos em geral.
Francisco aposta ainda em temas grandes como a
inclusão social dos pobres, o combate aos sistemas políticos e económicos que
matam mais do que salvam as pessoas, o compromisso pela paz e pelo diálogo
social. Insiste na dimensão espiritual da nossa vida e da nossa Missão...
13 Dez 13 03:20
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