terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Ternura de Santo António para com o Menino Jesus



" Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.... Pensa nuns olhos limpos, que vêem as coisas com o encantamento do Criador, e nas pessoas sem espírito de desejo ou posse. Pois bem, só quem for assim há-de ver a Deus! Mas não subas já para o Céu... Ver a Deus aqui na terra! Esse Deus que deixou na criação a marca da Sua beleza, da Sua harmonia, da Sua omnipotência na fragilidade, esse Deus que se fez Menino.
António, nos últimos dias da sua vida em Camposampiero, teve a visão do Menino Jesus. Depois de uma vida passada vendo Deus nos irmãos pobres e desprotegidos, teve o prémio de o ter nos braços. Neste sentido, António é um perfeito discípulo de S. Francisco, que amou fortemente a humanidade e fragilidade de Deus.
Existe em Camposampiero, situada dentro da igreja de S. João Baptista, pertencente aos Frades Menores Conventuais, uma cela, dita cela da visão, parte integrante do convento e agora meta de peregrinações. Foi ali que Santo António teve a visão do Menino Jesus. A fonte mais antiga que nos relata o milagre é o liber miraculorum.
O Santo está na cidade, para um período de pregação. Um devoto oferece hospitalidade. Provavelmente, para ir ao encontro do hóspede excepcional, o homem aproxima-se do quarto, onde dorme Santo António. E, quando olha através da janela, vê entre os braços de Santo António um menino de extraordinária beleza. Entre a criança e Santo António entrelaçam-se gestos comoventes de ternura. O benfeitor, quase como prémio da sua cortesia, alegra-se com a maravilhosa visão. Só depois da morte de Santo António o piedoso homem confessa este milagre (provavelmente trata-se do conde Tiso VI de Camposampiero). A pequena cela estava situado no pequeno ermo que o conde Tiso tinha oferecido aos frades. A mesma Assídua - a primeira biografia de Santo António - diz que, morrendo, Santo António exclamou: Vejo o meu Senhor.
O nosso Deus, que deixou no homem a imagem do Seu amor, da Sua inteligência e da Sua liberdade, da Sua gratuidade e comunhão, quis gratificar Santo António com a Sua presença, apresentando-se na fragilidade e simplicidade de uma criança, exactamente como António o tinha servido nos irmãos. Só aquele que se tornar criança terá a visão de Deus, face a face, sem espelhos e sem disfarces.
Neste lugar, os peregrinos portugueses, visivelmente comovidos, repensaram nos tempos da sua própria infância e da própria inocência. Nos ouvidos ecoavam as palavras do Santo: O Menino não conhece a malícia do mundo; não sabe pecar, não faz mal ao próximo; não mantém ira; a ninguém odeia; não admira a glória deste mundo; não faz escolha de pessoas.”
<<Frei João Sartori-Mensageiro de Santo António>>

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