sábado, 19 de outubro de 2024

Deus reza...

"Hei-de conduzi-los ao meu santo monte,
hei-de cumulá-los de alegria na minha casa de oração;" Is56,7



segunda-feira, 14 de outubro de 2024

primeiro corre, depois vai-se embora...

"Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!

O Evangelho da liturgia de hoje (Mc 10, 17-30) fala-nos de um homem rico que corre ao encontro de Jesus e lhe pergunta: «Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?» (v. 17). Jesus convida-o a deixar tudo e a segui-lo, mas o homem, entristecido, vai-se embora porque - diz o texto - «tinha grande fortuna» (v. 23). Deixar tudo custa.

Podemos ver os dois movimentos deste homem: no início corre ao encontro de Jesus; no fim, porém, vai-se embora pesaroso. Primeiro corre, depois vai-se embora. Detenhamo-nos nisto.

Primeiro, este homem dirige-se a Jesus a correr. É como se algo no seu coração o impelisse: de facto, apesar de ter tantas riquezas, está insatisfeito, tem uma inquietação interior, procura uma vida mais plena. Como fazem muitas vezes os doentes e os possuídos (cf. Mc 3, 10; 5, 6), vemos no Evangelho, ele lança-se aos pés do Mestre; é rico, mas precisa de ser curado. É rico, mas precisa de ser curado. Jesus olha para ele com amor (v. 21); depois, propõe-lhe uma “terapia”: vender tudo o que tem, dar aos pobres e segui-lo. Mas, neste momento, chega uma conclusão inesperada: o homem entristece-se e vai-se embora! Tão grande e impetuoso foi o desejo de encontrar Jesus, quão fria e rápida foi a despedida d’Ele.

Também nós trazemos no coração uma necessidade irreprimível de felicidade e de uma vida cheia de sentido; no entanto, podemos cair na ilusão de pensar que a resposta está na posse de bens materiais e de seguranças terrenas. Jesus, pelo contrário, quer reconduzir-nos à verdade dos nossos desejos e fazer-nos descobrir que, na realidade, o bem pelo qual ansiamos é o próprio Deus, o seu amor por nós e a vida eterna que só Ele nos pode dar. A verdadeira riqueza é sermos olhados com amor pelo Senhor - esta é uma grande riqueza - e como faz Jesus com aquele homem, e amarmo-nos uns aos outros tornando a nossa vida um dom para os demais. Por isso, irmãos e irmãs, Jesus convida-nos a arriscar, a “arriscar o amor”: vender tudo para o dar aos pobres, o que significa despojarmo-nos de nós mesmos e das nossas falsas seguranças, estarmos atentos a quem precisa e partilharmos os nossos bens, não apenas coisas, mas aquilo que somos: os nossos talentos, a nossa amizade, o nosso tempo, etc.

Irmãos e irmãs, aquele homem rico não queria arriscar, arriscar o quê? Não quis arriscar o amor e foi-se embora com uma cara triste. E nós? Perguntemo-nos: a que é que o nosso coração está apegado? Como é que saciamos a nossa fome de vida e de felicidade? Sabemos partilhar com aqueles que são pobres, que estão em dificuldade ou que precisam de ser ouvidos, que precisam de um sorriso, de uma palavra que os ajude a recuperar a esperança? Ou que precisam de ser ouvidos... Lembremo-nos disto: a verdadeira riqueza não são os bens deste mundo, a verdadeira riqueza é ser amado por Deus e aprender a amar como Ele.

E agora peçamos a intercessão da Virgem Maria, para que nos ajude a descobrir em Jesus o tesouro da vida.

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Depois do Angelus

Amados irmãos e irmãs!

Continuo a seguir com preocupação o que está a acontecer no Médio Oriente e, mais uma vez, apelo a um cessar-fogo imediato em todas as frentes. Que se percorram os caminhos da diplomacia e do diálogo para alcançar a paz.

Estou próximo de todas as populações envolvidas, na Palestina, em Israel e no Líbano, onde peço que as forças de paz da ONU sejam respeitadas. Rezo por todas as vítimas, pelos deslocados, pelos reféns, os quais espero que sejam imediatamente libertados, e faço votos para que este grande sofrimento inútil, gerado pelo ódio e pela vingança, termine em breve.

Irmãos e irmãs, a guerra é uma ilusão, é uma derrota, nunca trará paz, nunca trará segurança, é uma derrota para todos, especialmente para aqueles que se julgam invencíveis. Parai, por favor!

Apelo para que os ucranianos não sejam deixados a morrer de frio, cessem os ataques aéreos contra a população civil, que é sempre a mais atingida. Basta de matar inocentes!

Acompanho a situação dramática no Haiti, onde a violência continua contra a população, forçada a fugir das suas casas em busca de segurança noutros lugares, dentro e fora do país. Nunca esqueçamos os nossos irmãos e irmãs haitianos. Peço a todos que rezem pelo fim de qualquer forma de violência e que, com o empenho da comunidade internacional, se continue a trabalhar para construir a paz e a reconciliação no país, defendendo sempre a dignidade e os direitos de todos.

Saúdo-vos, romanos e peregrinos de Itália e de muitos países, em particular a Milícia da Associação da Imaculada fundada por São Maximiliano Kolbe, as paróquias de Resuttano (Caltanissetta), os atletas paralímpicos italianos com os seus guias e assistentes e o grupo de Pax Christi Internacional.

Saúdo mais uma vez os novos alunos do Colégio Urbano que encontrei esta manhã.

Na próxima sexta-feira, 18 de outubro, a Fundação “Ajuda à Igreja que sofre” promove a iniciativa “Um milhão de crianças recita o Terço pela paz no mundo”. Obrigado a todos os meninos e meninas que participam! Unimo-nos a eles e confiamos à intercessão de Nossa Senhora - de quem hoje se celebra o aniversário da última aparição em Fátima - à intercessão de Nossa Senhora confiamos a atormentada Ucrânia, Myanmar, Sudão e as outras populações que sofrem com a guerra e todas as formas de violência e miséria.

Saúdo os jovens da Imaculada e vejo bandeiras polacas, brasileiras, argentinas, equatorianas, francesas... Saúdo todos!

Desejo a todos bom domingo. Por favor, não vos esqueçais de rezar por mim. Bom almoço e até à vista!"

Texto: Retirados do Site do Vaticano - http://www.vatican.va/ em 14/10/2024; 

Imagem: Retirada da "Google imagens" em 14/10/2024;

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Do baptismo às tentações, das tentações ao baptismo…


Na liturgia destes  três Domingos  do Tempo Comum-Ano B (24.º, 25-º e 26-º), os discípulos de Jesus estão num caminho que nos faz lembrar Jesus no deserto. Jesus foi tentado, logo depois de ter sido baptizado, depois de ter recebido o Espírito Santo. A grande diferença é que os discípulos  ainda não tinham recebido o Espírito Santo e estavam presos ao mundo e às suas tentações.

No 24.º Domingo, Pedro, à pergunta de Jesus, responde: “Tu és o Messias”. "Respondeste bem porque foi o Pai que te o revelou", nos diz Jesus. Logo de seguida,  Jesus faz o seu primeiro anúncio da Sua Paixão e Pedro  vai repreender Jesus dizendo:- isso não Te acontecerá. Jesus vai responder a Pedro de uma maneira tão dura, como nunca o tinha feito a nenhuma outra pessoa, nem a fariseus nem a doutores da lei, “vai-te Satanás”. Na verdade, Jesus já tinha proferido esta frase ao demónio, na terceira tentação , quando o demónio  levou Jesus ao alto monte e, depois de lhe mostrar todos os reinos da terra, lhe disse “tudo isto te darei se prostrares diante de mim e me adorares”; então Jesus respondeu-lhe–“vai-te satanás, pois está escrito só a Deus adorarás  e servirás”.  Jesus está disposto a dar a vida por ti, por nós, está disposto a cumprir o Mistério/ a vontade  do Pai. No alto monte Jesus irá dar a sua vida por todos. "Pedro, só percebes das coisas do mundo e não as do alto". Pedro queria um Jesus à sua medida, e esta é a tentação de Pedro e a nossa… Jesus responde  a  Pedro e a nós: "quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me…"

No 25.º Domingo, a primeira Leitura fala daqueles que querem atentar contra a vida do justo, “Condenemo-lo à morte infame, porque, segundo diz, Alguém virá socorrê-lo”. Foi precisamente isto que fez o demónio na segunda tentação. Levou Jesus ao alto do pináculo do templo de Jerusalém e disse-Lhe: “Se Tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, pois está escrito: “Dará a teu respeito ordens aos seus anjos; eles suster-te-ão nas suas mãos para que os teus pés não se firam nalguma pedra.” Jesus respondeu :“Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus!” Jesus  não quer espetáculo , Ele quer atingir o mais profundo das limitações humanas, Ele não quer privilégios, Ele quer ser o servo de todos, Ele humilha-se. Ele é o Templo que vai cair por vontade e mistério do Pai, mas que em três dias vai ser levantado.  O Justo oferece a vida pelos injustos, o Divino e Verdadeiro Homem oferece a vida pela humanidade  que tanto ama. É assim, com tão grande Amor, que Jesus nos abraça e destrói o nosso coração de pedra, e lhe dá uma nova vida .

Pedro, Tiago e João, mesmo depois de terem visto Jesus transfigurado no alto monte, depois de ouvirem a palavra do Pai a confirmar que Jesus é o seu Filho muito amado,  quando caminhavam pela Galileia, não compreenderam o segundo anúncio da Sua Paixão. Ademais, os  discípulos  discutiam entre si, qual deles era o maior: a tentação dos discípulos e a nossa…Um olhar para a humildade de Jesus, cortará a corrente desta tentação em nós.

No 26.º Domingo, a primeira Leitura fala-nos de uns profetas fora da caixa, que, cheios do Espírito Santo, anunciavam a Palavra de Deus num sítio informal, fora da “santa” tenda, e isto escandaliza Josué. Mas Moisés responde «Estás com ciúmes por causa de mim? Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor infundisse o seu Espírito sobre eles!». Quem está cheio do Espírito Santo, não consegue calar-se,  comunica a Palavra de Deus. No Evangelho, João disse a Jesus: «Mestre, nós vimos um homem a expulsar os demónios em teu nome e procurámos impedi-lo, porque ele não anda connosco». Jesus respondeu: «Não o proibais; porque ninguém pode fazer um milagre em meu nome e depois dizer mal de Mim. O ciúme, é a tentação de João, de Josué e, muitas vezes, a nossa.

No deserto, na primeira tentação,  o tentador aproximou-se de Jesus e disse-lhe: «Se Tu és o Filho de Deus, ordena que estas pedras se convertam em pães.» Respondeu-lhe Jesus: «Está escrito: Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.». Jesus é a Palavra, é alimento para os outros, é pão para os outros. “Eu sou o Pão Vivo descido do céu”. A fome de Jesus é dar-se em alimento na Palavra, o Verbo, e no seu Corpo, e aí temos a Eucaristia.  Neste domingo, Jesus pede para sermos pão para os outros. Para que tal aconteça, devemos agir de acordo com a sua Palavra, deixar-nos guiar pela sua Palavra,  deixar-nos cortar/purificar  pela sua Palavra. Cortando com o pecado, desligando-o de nós olhamos os nossos irmãos com um novo olhar.

Neste deserto  que é a nossa vida é preciso jejuar e rezar muito como Jesus fez, É preciso pedir o Espírito Santo todos os dias,  pedir que Ele reze em nós, ao Pai, por Jesus! Devemos pedir a efusão do Amor todos os dias, pedir a renovação das graças baptismais,… e chegaremos de novo ao Rio Jordão onde Jesus recebeu o Espírito Santo.  Aí, onde o Pai nos diz “tu és meu filho amado”, “tu é minha filha amada”, com a certeza que Jesus está lá. Jesus foi baptizado porque te assume, sempre te assumirá! É aí, que a nossa túnica recupera a brancura original, no Sangue do Cordeiro derramado por ti e por mim...

Sem o Espírito Santo vamos de trapalhada em trapalhada, não amamos e não percebemos nada…Cheios do Espírito Santo, entramos  na corrente de um rio de Amor, confiamos no Senhor e Ele nos conduzirá….

“Jesus Tu és o Cristo, o Filho de Deus Vivo,

Tu tens Palavras de Vida Eterna,

Eu te seguirei Jesus, Tu me conduzirás

Tu és o Caminho a Verdade e a Vida”

                                                                                                      JÉSUS, TU ES LE CHRISTParoles et musique : Communauté de l'Emmanuel (L.-E. de Labarthe)

Texto- Diácono José Luís Leão.

Imagem: Retirada da "Google imagens" em 03/10/2024;