domingo, 20 de agosto de 2023
resplandecer, ouvir, não temer...
VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO A PORTUGAL
POR OCASIÃO DA
XXXVII JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
[2 - 6 DE AGOSTO DE 2023]
SANTA MISSA PARA A JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
HOMILIA DO SANTO PADRE
Parque do Tejo em Lisboa
Domingo, 6 de agosto de 2023
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«Senhor, é bom
estarmos aqui!» (Mt 17, 4). Estas palavras que o apóstolo Pedro
disse a Jesus no monte da Transfiguração, queremos fazê-las também nossas
depois destes dias intensos. É bom tudo o que estamos a experimentar com Jesus,
aquilo que vivemos juntos, e é bom como rezámos, com tanta alegria do coração.
Mas perguntamo-nos: Que levamos connosco ao regressar à vida quotidiana?
Quero
responder a esta pergunta com três verbos: resplandecer, ouvir, não
temer, seguindo o Evangelho que ouvimos. Que levamos connosco? Respondo com
três palavras: resplandecer, ouvir e não temer.
A
primeira: resplandecer. Jesus transfigura-Se. Diz o Evangelho: «o
seu rosto resplandeceu como o sol» (Mt 17, 2).
Recentemente tinha anunciado a sua paixão e morte de cruz, esfrangalhando assim
a imagem dum Messias poderoso, mundano, e decepcionando as expectativas dos
discípulos. Ora, para os ajudar a acolher o projeto de amor de Deus a respeito
de cada um de nós, Jesus toma consigo três deles – Pedro, Tiago e João –,
condu-los ao alto dum monte e transfigura-Se. E este «banho de luz» prepara-os
para a noite da paixão.
Amigos, jovens
queridos, também nós hoje precisamos de um pouco de luz, um lampejo de luz que
forneça esperança para enfrentar tantas obscuridades que nos assaltam na vida,
tantas derrotas quotidianas, para as enfrentar com a luz da ressurreição de
Jesus. Porque Ele é a luz sem ocaso, a luz que brilha mesmo durante a noite.
Diz o sacerdote Esdras: «O nosso Deus quis fazer brilhar os nossos olhos» (Esd 9,
8). O nosso Deus ilumina. Ilumina o nosso olhar, ilumina o nosso coração,
ilumina a nossa mente, ilumina o nosso desejo de fazer algo na vida. Sempre com
a luz do Senhor.
Mas quero
dizer-vos que não ficamos luminosos, colocando-nos sob os holofotes; antes pelo
contrário, isso encandeia-nos, não nos torna luminosos. Não ficamos luminosos,
quando exibimos uma imagem perfeita, em ordem, bem acabada, não; nem mesmo se
nos sentimos fortes e bem-sucedidos: fortes e bem-sucedidos, mas não luminosos.
Tornamo-nos luminosos, resplandecemos quando, tendo acolhido Jesus, aprendemos
a amar como Ele. Amar como Jesus: isto torna-nos luminosos, isto leva-nos a
fazer obras de amor. Não te deixes enganar, minha amiga, meu amigo!
Tornar-te-ás luz no dia em que fizeres obras de amor. Ao contrário quando, em
vez de fazer obras de amor aos outros, só pensas em ti mesmo como um egoísta,
então a luz apaga-se.
O segundo
verbo é ouvir. No monte, uma nuvem luminosa cobre os discípulos. E
desta nuvem fala o Pai. E que diz? «Escutai-O»! «Este é o meu Filho predileto,
escutai-O» (Mt 17, 5). E é tudo… Tudo aquilo que se deve fazer na
vida, está nesta palavra: escutai-O. Escutar Jesus. Todo o segredo
está aqui. Escuta o que te diz Jesus. «Mas eu não sei o que Ele me diz!» Pega
no Evangelho e lê o que diz Jesus, o que Ele diz ao teu coração. Porque Ele tem
palavras de vida eterna para nós, revela que Deus é Pai, Deus é amor. Ele
aponta-nos o caminho do amor. Escuta Jesus! Porque nós, mesmo quando com boa
vontade nos embrenhamos por caminhos que até parecem ser de amor, em última
análise não passam de egoísmo mascarado de amor. Cuidado com os egoísmos
mascarados de amor! Escuta-O, porque Jesus dir-te-á qual é o caminho do amor.
Escuta-O.
Resplandecer é
a primeira palavra: sede luminosos! A segunda: escutar, para não se enganar no
caminho! E finalmente a terceira palavra: não ter medo. Não tenhais
medo. Uma expressão que se repete muito na Bíblia. Concretamente no Evangelho,
no momento da Transfiguração, as últimas palavras que Jesus disse aos
discípulos foram estas: «Não tenhais medo» (Mt 17, 7).
A vós, jovens,
que vivestes esta alegria (estava para dizer esta glória, e de certo modo este
nosso encontro também é glória); a vós, que cultivais sonhos grandes mas
frequentemente ofuscados pelo temor de que não se realizem; a vós, que às vezes
pensais que não ides conseguir (por vezes assalta-nos um pouco de pessimismo);
a vós, jovens, tentados a desanimar neste tempo, a julgar-vos talvez
inadequados ou a esconder a angústia mascarando-a com um sorriso; a vós,
jovens, que quereis mudar o mundo (é um bem que queirais mudar o mundo!) e que
quereis lutar pela justiça e a paz; a vós, jovens, que investis na vida esforço
e imaginação, ficando porém com a sensação de que não bastam; a vós, jovens, de
quem a Igreja e o mundo têm necessidade como a terra tem de chuva; a vós,
jovens, que sois o presente e o futuro… Sim, precisamente a vós, jovens, é que
Jesus diz hoje: «Não tenhais medo», «não tenhais medo»! Num breve momento de
silêncio, cada um repita para si mesmo, no próprio coração, estas palavras:
«Não tenhais medo».
Queridos
jovens, gostaria de poder fixar cada um de vós nos olhos e dizer: Não temas,
não tenhas medo! Mais, tenho uma coisa belíssima para vos dizer: já não sou eu,
mas é o próprio Jesus que vos fixa agora. Ele que vos conhece, conhece o
coração de cada um de vós, conhece a vida de cada um de vós, conhece as
alegrias, conhece as tristezas, os sucessos e os fracassos, conhece o vosso
coração. E hoje aqui em Lisboa, nesta Jornada Mundial da Juventude, Ele
diz-vos: «Não temais, não temais! Coragem, não tenhais medo!»
Texto e imagem: Retirado do Site do Vaticano - http://www.vatican.va/ em 20/08/2023;
algumas ressonâncias da JMJ 2023...
“RECITAÇÃO
DO TERÇO COM OS JOVENS DOENTES
DISCURSO DO SANTO PADRE
Capela das Aparições do
Santuário de Nossa Senhora de Fátima
Sábado, 5 de agosto de 2023
(…) Rezámos o terço, uma oração muito bela e
vital; vital, porque nos põe em contacto com a vida de Jesus e de Maria. E
meditámos os mistérios da alegria, que nos lembram que a Igreja não pode ser
senão a casa da alegria. A Capelinha onde nos encontramos constitui uma
bela imagem da Igreja: acolhedora, sem portas. A Igreja não tem portas, para
que todos possam entrar. E aqui podemos insistir também no facto que todos
podem entrar, porque esta é a casa da Mãe, e uma mãe tem sempre o coração
aberto para todos os seus filhos, todos, todos, todos, sem excluir nenhum.(…)
(…)Temos muitos títulos de Maria, mas, se pensarmos
bem, há mais este que também poderíamos dizer: a Virgem «que sai correndo»,
sempre que há um problema; sempre que A invocamos, Ela não demora a vir; é
solícita. Nossa Senhora solícita: gostais assim? Digamo-lo todos juntos: «Nossa
Senhora solícita». Apressa-Se, para estar perto de nós, apressa-Se porque é
Mãe. Em português, dizemos «apressada» – observa-me D. Ornelas. «Nossa Senhora apressada»! E é
assim que acompanha a vida de Jesus; e não Se esconde depois da Ressurreição,
acompanha os discípulos à espera do Espírito Santo; e acompanha a Igreja que
começa a crescer depois do Pentecostes. Nossa Senhora que Se mostra solícita e
Nossa Senhora que acompanha. Acompanha sempre. Nunca é protagonista. O gesto
com que Maria Mãe acolhe é duplo: primeiro acolhe e depois aponta para Jesus.
Maria, na sua vida, não faz senão indicar Jesus: «Fazei o que Ele vos disser».
Segui Jesus.(…)”
Extratos de Texto e imagem: Retirado do Site do Vaticano - http://www.vatican.va/ em 20/08/2023;