quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020
As três etapas da conversão de Santo Agostinho
O caminho de conversão de Agostinho prosseguiu
humildemente até o fim da sua vida. Podemos dizer que as diversas etapas desse
processo são divididas facilmente em três.
Ainda hoje é possível percorrer a
vicissitude de Santo Agostinho graças sobretudo às Confissões, escritas
para louvor de Deus e que estão na origem de uma das formas literárias mais
específicas do Ocidente, a autobiografia, isto é, a expressão pessoal da consciência
de si. Pois bem, quem quer que tome conhecimento deste livro extraordinário e
fascinante, ainda hoje muito lido, apercebe-se facilmente do modo como a
conversão de Agostinho não tinha sido improvisada nem plenamente realizada
desde o início, mas possa antes ser definida um verdadeiro caminho, que
permanece um modelo para cada um de nós.
Este itinerário teve certamente o seu
ápice com a conversão e depois com o batismo, mas não se concluiu naquela
Vigília pascal do ano 387, quando em Milão o retórico africano foi batizado
pelo Bispo Ambrósio. De fato, o caminho de conversão de Agostinho prosseguiu
humildemente até o fim da sua vida, a ponto que se pode verdadeiramente dizer
que as suas diversas etapas podem-se distinguir facilmente em três. Essas são
uma única grande conversão.
Primeira etapa [jejum]
Santo Agostinho foi um pesquisador
apaixonado pela verdade: foi-o desde o início e depois em toda a sua vida. A
primeira etapa do seu caminho de conversão realizou-se precisamente na
progressiva aproximação ao cristianismo. Na realidade, ele tinha recebido da
mãe Mônica, à qual permaneceu sempre muito ligado, uma educação cristã e,
apesar de ter vivido durante os anos juvenis uma vida desregrada, sentiu sempre
uma atração profunda por Cristo, tendo bebido o amor pelo nome do Senhor com o
leite materno, como ele mesmo ressalta (cf. Confessiones, III, 4, 8).
Mas também a filosofia, sobretudo de
índole platônica, tinha contribuído para o aproximar ulteriormente a Cristo
manifestando-lhe a existência do Logos, a razão criadora. Os livros dos
filósofos indicavam-lhe que há a razão, da qual vem depois todo o mundo, mas
não lhe diziam como alcançar este Logos, que parecia tão distante. Só a
leitura do epistolário de São Paulo, na fé da Igreja católica, lhe revelou
plenamente a verdade. Esta experiência foi sintetizada por Agostinho numa das
páginas mais famosas das Confessiones: ele narra que, no tormento das
suas reflexões, tendo-se retirado num jardim, ouviu improvisamente uma voz
infantil que repetia uma cantilena que nunca tinha ouvido: tolle, lege,
tolle, lege, “toma, lê, toma, lê” (VIII, 12, 29).
Recordou-se então da conversão de
Antônio, pai do monarquismo, e com solicitude voltou ao código paulino que até
há pouco tinha nas mãos, abriu-o e o seu olhar caiu na passagem da epístola aos
Romanos onde o Apóstolo exorta a abandonar as obras da carne e a revestir-se de
Cristo (13, 13-14). Tinha compreendido que aquela palavra naquele momento se
dirigia pessoalmente a ele, vinha de Deus através do Apóstolo e indicava-lhe o que
fazer naquele momento. Sentiu assim dissipar-se as trevas da dúvida e
encontrou-se enfim livre de se doar totalmente a Cristo: “Tinhas convertido a
ti o meu ser”, comenta ele (Confessiones, VIII, 12, 30). Foi esta a
primeira e decisiva conversão.
Segunda etapa [esmola]
O retórico africano chegou a esta etapa
fundamental do seu longo caminho graças à sua paixão pelo homem e pela verdade,
paixão que o levou a procurar Deus, grande e inacessível. A fé em Cristo
fez-lhe compreender que Deus, aparentemente tão distante, na realidade não o
era. Ele, de fato, tinha-se feito próximo de nós, tornando-se um de nós. Neste
sentido a fé em Cristo levou a cumprimento a longa pesquisa de Agostinho sobre
o caminho da verdade. Só um Deus que se fez “próximo”, um de nós, era finalmente
um Deus ao qual se podia rezar, pelo qual e com o qual se podia viver. Este é
um caminho a percorrer com coragem e ao mesmo tempo com humildade, na abertura
a uma purificação permanente da qual cada um de nós tem sempre necessidade.
Mas com aquela Vigília pascal de 387,
como dissemos, o caminho de Agostinho não estava concluído. Tendo regressado à
África e fundado um pequeno mosteiro retirou-se aí com poucos amigos para se
dedicar à vida contemplativa e de estudo. Este era o sonho da sua vida. Agora era
chamado a viver totalmente pela verdade, com a verdade, na amizade de Cristo
que é a verdade. Um sonho agradável que durou três anos, até quando foi
consagrado sacerdote, a seu mau grado, em Hipona e destinado a servir os fiéis,
continuando a viver com Cristo e por Cristo, mas ao serviço de todos. Isto era
para ele muito difícil, mas compreendeu desde o início que só vivendo para os
outros, e não simplesmente para a sua contemplação particular, podia realmente
viver com Cristo e por Cristo.
Assim, renunciando a uma vida apenas de
meditação, Agostinho aprendeu, muitas vezes com dificuldade, a pôr à disposição
o fruto da sua inteligência em benefício do próximo. Aprendeu a comunicar a sua
fé ao povo simples e a viver assim para ela naquela que se tornou a sua cidade,
desempenhando incansavelmente uma atividade generosa e difícil que descreve do
seguinte modo num dos seus belos sermões: “Continuamente pregar, discutir,
repreender, edificar, estar à disposição de todos é uma grande tarefa, um
grande peso, uma enorme fadiga” (Serm. 339, 4). Mas ele assumiu sobre si
este peso, compreendendo que precisamente assim podia estar mais próximo de
Cristo. Compreender que se chega aos outros com simplicidade e humildade, foi
esta a sua verdadeira e segunda conversão.
Terceira etapa [oração]
Mas há uma última etapa do caminho
agostiniano, uma terceira conversão: a que o levou todos os dias da sua vida a
pedir perdão a Deus. Inicialmente tinha pensado que quando fosse batizado, na
vida de comunhão com Cristo, nos Sacramentos, na celebração da Eucaristia,
teria alcançado a vida proposta pelo Sermão da montanha: a perfeição doada no
batismo e reconfirmada na Eucaristia. Na última parte da sua vida compreendeu
que o que tinha dito nas suas primeiras pregações sobre o Sermão da montanha isto
é, que agora nós como cristãos vivemos este ideal permanentemente era errado.
Só Cristo realiza verdadeira e completamente o Sermão da montanha.
Nós temos sempre necessidade de ser
lavados por Cristo, que nos lava os pés, e por Ele renovados. Temos necessidade
de uma conversão permanente. Até o fim temos necessidade desta humildade que
reconhece que somos pecadores a caminho, enquanto o Senhor nos dá a mão
definitivamente e nos introduz na vida eterna. Agostinho faleceu com esta
última atitude de humildade, vivida dia após dia.
Esta atitude de humildade profunda
diante do único Senhor Jesus introduziu-o na experiência de humildade também
intelectual. De fato, Agostinho, que é uma das maiores figuras na história do
pensamento, quis nos últimos anos da sua vida submeter a um lúcido exame
crítico as suas numerosas obras. Tiveram assim origem as Retractationes
(“revisões”), que deste modo inserem o seu pensamento teológico,
verdadeiramente grande, na fé humilde e santa daquela a que chama simplesmente
com o nome de Catholica, isto é, da Igreja.
“Compreendi escrever precisamente neste
livro muito original (I, 19, 1-3) que um só é verdadeiramente perfeito e que as
palavras do Sermão da montanha estão totalmente realizadas num só: no próprio
Jesus Cristo. Toda a Igreja, ao contrário todos nós, inclusive os apóstolos
devemos rezar todos os dias: perdoai-nos os nossos pecados assim como nós os
perdoamos a quem nos tem ofendido”.
Convertido a Cristo
Convertido a Cristo, que é verdade e
amor, Agostinho seguiu-o toda a vida e tornou-se um modelo para cada ser
humano, para nós todos em busca de Deus. “Por isto quis concluir a minha
peregrinação a Pavia recomendando idealmente à Igreja e ao mundo, diante do
túmulo deste grande apaixonado de Deus, a minha primeira Encíclica, intitulada
Deus Caritas Est”, afiram Bento XVI.
De fato, ela deve muito, sobretudo na
sua primeira parte, ao pensamento de Santo Agostinho. Também hoje, como no seu
tempo, a humanidade precisa conhecer e sobretudo viver esta realidade
fundamental: Deus é amor e o encontro com ele é a única resposta às
inquietações do coração humano. Um coração habitado pela esperança, talvez
ainda obscura e inconsciente em muitos dos nossos contemporâneos, mas que para
nós cristãos abre já hoje ao futuro, a ponto que São Paulo escreveu que “na
esperança somos salvos” (Rm 8, 24). “Quis dedicar à esperança a minha
segunda Encíclica, Spe Salvi ,
e também ela é amplamente devedora a Agostinho e ao seu encontro com Deus”,
afirma Bento XVI.
Num bonito texto Santo Agostinho define
a oração como expressão do desejo e afirma que Deus responde alargando a Ele o
nosso coração. Por nosso lado, devemos purificar os nossos desejos e as nossas
esperanças para acolher a doçura de Deus (cf. In I Ioannis, 4, 6). De
facto, só ela, abrindo-nos também aos outros, nos salva. Rezemos portanto para
que na nossa vida nos seja concedido todos os dias seguir o exemplo deste
grande convertido, encontrando como ele em cada momento da nossa vida o Senhor
Jesus, o único que nos salva, purifica e concede a verdadeira alegria, a
verdadeira vida.
Texto: Retirado do Site comshalom, https://www.comshalom.org , em 26.02.2020;
Imagem: Retirada da google imagens
[ no contexto quaresmal]-acrescentado pelo blog catequese missionária
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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020
Justiça do Reino: "a mais sublime bondade"
“Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da
Lei e dos fariseus...” (Mt 5,20)
Na
Bíblia, a justiça é um dos conceitos centrais, com uma diversidade de sentidos
e, por isso mesmo, difícil de ser definido. Em todo caso, trata-se de um
conceito que inclui “relação”. Nas “antíteses” – “ouvistes o que foi dito...,
eu, porém, vos digo” – do Sermão da Montanha, somos colocados diante de cinco
casos concretos que tem a ver com a vida relacional e comunitária: a
reconciliação, o olhar puro que não se apossa de outra pessoa, a veracidade e
transparência no falar, a não violência (ou mansidão bíblica) e o amor gratuito
que inclui o “inimigo”. Em todos eles, podemos crescer sempre mais, graças à
compreensão de quem somos no nível mais profundo; o “eu, porém, vos digo” de
Jesus nos inspira a descer até às raízes de nosso ser, esvaziando-nos progressivamente
de nosso ego e ativando todos os recursos humanizadores aí presentes.
Na
perspectiva bíblica, “justo” é aquele que, perante Deus e os homens, se
“ajusta” ao modo de agir do mesmo Deus, vivendo e agindo com a marca da
bondade. Visto que justiça designa o comportamento do ser humano em
conformidade com a Vontade de Deus, pode-se falar de “praticar a justiça”; ou
de “cumprir toda a justiça”. Portanto, a expressão “justiça de Deus” não tem
nenhuma relação com o julgamento de Deus; ela é, antes de tudo, misericórdia e
fidelidade a uma vontade de salvação. O conceito descreve uma maneira de ser ou
de agir de Deus. Deus é justo porque é bondade e misericórdia. Por isso, também
do lado humano a justiça deve significar uma maneira de prolongar o ser e o agir
de Deus.
O
problema da relação entre misericórdia e justiça está em considerar como rivais
ou como incompatíveis esses dois atributos de Deus. É preciso afirmar os dois
ao mesmo tempo e procurar compreender como ambos estão em Deus, sem que um
anule o outro, mas reforçando-se mutuamente. Poderíamos formular assim: Deus é
justo em sua misericórdia e misericordioso em sua justiça. Segundo o Papa
Francisco, “a misericórdia não exclui a justiça e a verdade, mas, antes de
tudo, temos que dizer que a misericórdia é a plenitude da justiça e a
manifestação mais luminosa da verdade de Deus”.
Já
no Primeiro Testamento encontramos afirmações deste tipo: a justiça de Deus é
sua misericórdia. A justiça de Deus coincide com sua misericórdia, sua bondade,
sua santidade. São Paulo, em sua carta aos romanos, afirma que a justiça de
Deus se manifesta na justificação do pecador, de modo que o Deus justo é
justificador. Podemos concluir, pois, que Deus é justo porque quer que todos se
salvem. É de esperar, portanto, que esta vontade de Deus se cumpra. É claro
que, diante do dom da salvação intervém a liberdade humana, porque salvação é
acolhida do Deus que é Amor, e não há amor sem recíproca acolhida.
Jesus
veio expandir o horizonte do comportamento humano; veio nos libertar dos
perigos do moralismo e do legalismo. À luz da justiça de Deus (“força que
salva”), Jesus nos apresenta um modo de proceder mais radical, relendo os
mandamentos.
A
justiça de Deus não é poder que se impõe, mas amor aberto e libertador, a
partir dos últimos e dos excluídos da humanidade. A liberdade criadora de Deus,
que é amor aos pobres, se torna princípio de justiça, pois o evangelho chama
“justos” precisamente aqueles que acolhem os exilados, visitam os encarcerados,
dá pão a quem tem fome..., ou seja, àqueles que colocam suas vidas a serviço
dos excluídos e vítimas das instituições sociais e econômicas injustas.
O
único fundamento de qualquer justiça é Cristo. N’Ele nós nos tornamos justiça
de Deus (2Cor 5,21). A partir desta perspectiva, podemos entender o que Jesus
fez em seu tempo com a Lei de Moisés. Disse que não vinha abolir a lei, mas
plenificá-la, porque foi acusado pelas autoridades religiosas de ser um
transgressor das leis. Jesus não foi contra a Lei, senão que foi mais além da
Lei. Quis dizer que toda lei é sempre limitada, que sempre podemos ir mais além
da letra da lei, da pura formulação, até descobrir o espírito que a inspira. A
vontade de Deus está mais além de qualquer formulação, por isso, não podemos
nos limitar ao que está escrito, mas precisamos sempre dar um passo a mais. Na
vivência do amor, que emana do nosso eu mais profundo, devemos ser sempre mais
radicais, não cedendo diante da mínima manifestação do nosso autocentramento.
Na realidade, quem ama, não precisa de leis. Segundo S. Paulo, “quem ama,
cumpre toda lei”.
Jesus
passou de um cumprimento externo de leis a uma descoberta das exigências de seu
próprio ser. Esta revolução que Ele iniciou, ainda está por ser realizada.
Avançamos muito pouco nessa direção. Todas as indicações do evangelho no
sentido de viver no espírito e não na letra, parece que estão sendo ignoradas.
Caímos facilmente no legalismo, no farisaísmo que se perde em meio a um
emaranhado de leis, desviando-se do essencial, que é a vivência do amor
oblativo, gratuito, expansivo...
“Ouvistes
o que foi dito: não matarás, não cometerás adultério, não jurarás falso; eu,
porém, vos digo...” Não fica abolido o mandamento antigo, mas elevado a níveis
incrivelmente mais profundos. Jesus nos revela que uma atitude interna negativa
é já uma falha contra nosso próprio ser, ainda que não se manifeste numa ação
concreta contra o outro. Por isso, segundo Jesus, não basta cumprir a Lei, que
ordena “não matarás”. É necessário, além disso, arrancar de nossa vida a
agressividade, o desprezo ao outro, os insultos ou as vinganças. Aquele que não
mata cumpre a Lei, mas, se em seu coração há resquícios de violências, ali não
reina o Deus que busca construir conosco uma vida mais humana.
Estamos
percebendo que está se estendendo cada vez mais, na sociedade atual, uma
linguagem que reflete o crescimento da agressividade, do preconceito, da
intolerância, do fechamento diante de quem pensa e sente de maneira
diferente... Cada vez são mais frequentes os insultos ofensivos, proferidos só para
humilhar, desprezar e ferir. Palavras nascida da rejeição, do ressentimento, do
ódio ou da vingança... Por outra parte, as conversações (sobretudo nas redes
sociais) estão tecidas de palavras injustas que espalham condenações e semeiam
suspeitas (fake-news). Palavras ditas sem amor e sem respeito que envenenam a
convivência, causam danos e rompem as relações entre as pessoas.
Portanto,
os mandamentos continuam tendo sentido. São um mapa de rota, uma proposta, um
chamado [chamamento] para entender a vida. A chave é compreendê-los e vivê-los,
não a partir do medo ao fracasso e ao castigo, mas a partir da disposição de
crescer humanamente na relação com os outros. Quê nos ensinam eles sobre o ser
humano, sobre as relações sociais e sobre nós mesmos? Quê caminho nos propõem
para a vida? Quê horizonte nos mostram?
É
necessário dirigir nosso olhar a Jesus para que, na comunidade cristã, a
instituição não seja mais importante que o Evangelho, nem que a Lei seja mais
importante que a misericórdia. O Plano de Deus e a fé cristã são muito mais que
uma adesão doutrinal, é humanizar-se para amar. “O cristianismo não é uma ética de
mínimos de justiça, mas uma religião de máximos de felicidade. Os mínimos de
justiça lhe parecem irrenunciáveis, mas tais mínimos não esgotam o conteúdo da
religião cristã. Suas propostas não competem com a ética cívica, senão que a
complementam. Enquanto que a universalidade dos mínimos de justiça é uma
universalidade exigível, a dos máximos de felicidade é uma universalidade
ofertável” (Adelia Cortina). A justiça do Evangelho, centrado
no amor, é um plus sobre a justiça humana, centrada na lei.
Texto bíblico: Mt 5,17-37
Na oração: O
empenho em favor da justiça não terá fim. Numa releitura da 4ª bem-aventurança
podemos afirmar:
“Felizes os famintos de justiça, que nunca serão saciados”.
- Frente às pessoas que pensam e sentem de maneira diferente, o
que prevalece em você, o peso da lei ou a força da misericórdia?
- Como você vive o quinto mandamento -“não matar” - no
uso das redes sociais?
Pe. Adroaldo Palaoro sj
Parte escrita - Retirada do site -
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Imagem- Retirada da "Google Imagens", em 14.02.2020
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