Naquele tempo, sabendo que tudo estava consumado e para que se
cumprisse a Escritura, Jesus disse: «Tenho sede».
Estava ali um vaso cheio de vinagre. Prenderam a uma vara uma esponja embebida
em vinagre e levaram-Lha à boca.
Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou: «Tudo está consumado». E, inclinando a
cabeça, expirou.
Por ser a Preparação da Páscoa, e para que os corpos não ficassem na cruz
durante o sábado – era um grande dia aquele sábado – os judeus pediram a
Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro, depois ao outro que tinha
sido crucificado com ele.
Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto, não Lhe quebraram as pernas,
mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e
água.
Aquele que viu é que dá testemunho e o seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe
que diz a verdade, para que também vós acrediteis.
Assim aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz: «Nenhum osso lhe será
quebrado».
Diz ainda outra passagem da Escritura: «Hão-de olhar para Aquele que
trespassaram».
Comentário do
dia: São Tomás de Aquino (1225-1274),
teólogo dominicano, doutor da Igreja. Comentário sobre a Epístola aos Gálatas,
6
O nosso título de glória é o Filho do
Homem entregue nas mãos dos homens
«Quanto a mim,
Deus me livre de me gloriar a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo»,
diz São Paulo (Gal 6,14). Repara, observa Santo Agostinho: onde o sábio segundo
este mundo julgou encontrar a vergonha, aí descobriu o apóstolo Paulo um
tesouro; pois aquilo que para outro é loucura é para ele sabedoria (1Cor 1,17s)
e título de glória.
Com efeito, cada
um retira a sua glória daquilo que, a seus olhos, o torna grande; se julga ser
um homem importante por ser rico, glorifica-se nos seus bens. Mas aquele que
não encontra grandeza para si senão em Jesus Cristo
põe a sua glória apenas em Jesus; assim era o apóstolo Paulo, que dizia: «Já
não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim»(Gal 2,20). É por isso que apenas
se gloria em Cristo, e sobretudo na cruz de Cristo. É que nesta cruz estão
reunidos todos os motivos de glória que um homem pode ter.
Há pessoas que
retiram a sua glória da amizade com os grandes e poderosos; Paulo, porém,
apenas tem necessidade da cruz de Cristo, onde descobre o sinal mais evidente
da amizade de Deus: «Deus demonstra o seu amor para connosco pelo facto de
Cristo haver morrido por nós quando ainda éramos pecadores» (Rom 5,8). Não,
nada manifesta tão bem o amor de Deus para connosco como a morte de Cristo.
«Oh, testemunho inestimável do amor!», exclama São Gregório. «Para resgatar o
escravo, entregastes o Filho!»
“Retirado do site “Evangelho
Quotidiano - 07-02-2017-Cinco Chagas do Senhor-Festa ”