« Coração. Sim, aqui há amor, ternura, compaixão
e são estes os valores de fundo que levaram o Papa Francisco a propor o Jubileu
da Misericórdia. D. António Couto diz que a Misericórdia é a chama divina com
que devemos acender e purificar o nosso coração.
A Bula de proclamação deste Jubileu, publicada
a 11 de Abril, começa por dizer que Cristo é o rosto da misericórdia do Pai,
pois ela é o caminho que une Deus e as pessoas e ninguém tem o direito de
colocar limites ao amor de Deus que perdoa. Está mesmo tudo dito!
A misericórdia de Deus é eterna e todos a
podemos compreender melhor com textos como as parábolas do Bom Samaritano, do
Juízo Definitivo, da Ovelha e da dracma perdidas, do Pai e seus dois filhos. A
misericórdia é apresentada como a força que tudo vence, enche o coração de amor
e consola com o perdão.
É tempo de deixar de lado o ressentimento, a
raiva, a violência e a vingança para que entre em cena a felicidade. Não é por
acaso que a bem-aventurança: ‘felizes os misericordiosos porque alcançarão
misericórdia’ será o lema das Jornadas Mundiais da Juventude que se realiza em
Cracóvia no verão de 2016.
A credibilidade da Igreja passa pela estrada
do amor cheio de misericórdia e compaixão. Há que renovar a pastoral da Igreja,
anunciando e vivendo o valor da misericórdia.
Este Jubileu obriga-nos a peregrinar na
direção das periferias, cuidando dos feridos que as sociedades causam e não
curam. Não podemos ficar indiferentes.
Há que mudar de vida, sendo a conversão uma
palavra-chave dos tempos que correm.
O Papa Francisco vai longe nesta proposta
jubilar ao apelar a um reforçado diálogo ecuménico e entre religiões. Quer que
o Jubileu nos torne mais abertos ao diálogo para melhor nos conhecermos e
compreendermos.
A Igreja tem de sentir a urgência de anunciar
a misericórdia de Deus, vivendo-a com a convicção de que ela não tem fim.
Quis seguir, passo a passo, o texto do Papa
Francisco, salientando apenas as frases que julgo serem mais apelativas para
que a misericórdia vença. É minha convicção de que o deficit de ternura que
marca o mundo atual tem consequências desastrosas e gera mais periferias e
margens onde vão morrer e sofrer milhões de cidadãos deste mundo a que chamamos
nosso.»
“Publicado pelo Missionário da Congregação
do Espírito Santo , Padre Tony Neves, na sua Página pessoal do facebook em 28-04-2015”